Texto II A busca por mudanças na era digital ocorre constantemente e, por isso, os pais devem se aprimorar para vincularem-se ao desenvolvimento e ao aprendizado digital dos filhos. Cada vez mais os nativos digitais estão tomando conta do mundo globalizado, atraídos pela tecnologia (...), uma vez que a revolução tecnológica não tem fim. (...) Essa evolução pode trazer avanços significativamente eficazes (...). Contudo, a presença da tecnologia em casa somente assegurará um bom processo de ensino-aprendizagem se a interação e a mediação entre pais e filhos ocorrerem de maneira civilizada e consciente – tecnologia e afeto devem caminhar paralelamente.
De acordo com
nova pesquisa da Kaspersky Lab e da iconKids & Youth, a maneira como
conduzimos nossas vidas digitais em casa tem grande impacto sobre nossas
relações familiares. Um quinto dos pais e crianças afirma que a Internet e os
dispositivos online podem causar tensões familiares. O estudo, feito com mais
de 3.700 famílias de sete países, apresenta visão de como o mundo digital
também pode causar conflitos nas dinâmicas familiares. Exemplo disso é que, no
passado, os pais eram o primeiro recurso das crianças quando buscavam respostas
para suas dúvidas ou conselhos. Hoje a realidade é outra, e cerca de um quarto
(23%) dos pais entrevistados afirmou que seus filhos preferem ficar online a conversar
com eles. A pesquisa também revela que quase metade (42%) dos pais não tem
amizade com seus filhos em redes sociais, e um quinto (18%) diz que o motivo é
que seus filhos ficariam constrangidos. Para 21% dos pais e 22% dos filhos, a
Internet pode causar tensão familiar. O mais preocupante é que um em cada três
pais (31%) acredita que a Internet isola-o de seus filhos.
Ao observarmos o comportamento entre pais e filhos, notamos que em diferentes momentos, os pais estão fisicamente presentes, mas totalmente alheios ao contexto – isso graças ao uso de algum dispositivo móvel.
Mas, afinal, o que está acontecendo? Chamarei de “primeira onda” aquela que, a partir do uso de computadores pessoais e depois celulares, transformou lares em extensão das empresas, e de “segunda onda” o uso por todos (ou quase todos) os membros de uma família desses mesmos dispositivos, além do acesso às redes sociais.
A primeira onda foi alavancada pela nova economia e pela expansão do acesso à internet, fatores que ajudaram a diminuir as barreiras entre o local de trabalho e o lar. O acesso aos e-mails, bem como o uso de celulares para manter contato com as atividades da empresa, fazem parte do cotidiano de milhões de profissionais ao redor do planeta. E, muito embora diferentes autores observem esse movimento como positivo, existe um preço a pagar. “A solidariedade familiar depende de uma sincronização das agendas de seus membros, algo cada vez mais difícil conseguir, considerando os regimes flexíveis de trabalho atuais.” (Wajcman et all, 2008).
O problema que as famílias precisam resolver quando pais adotam o home office é como separar, dentro do espaço de seus lares, trabalho e atenção para o próprio relacionamento e para os filhos. Com a adoção de tecnologias móveis, em especial smatphones e tablets por crianças e adolescentes, a “segunda onda” apresenta desafios ainda maiores para o convívio familiar. Agora não somente os pais estão conectados, os filhos também.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: “Os desafios para a boa convivência familiar diante dos avanços tecnológicos.”. Apresente proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.