É uma figura de linguagem em que um termo substitui outro em uma relação de semelhança entre os elementos que esses termos designam. Tal semelhança é resultado da imaginação, da subjetividade de quem cria a metáfora. Para simplificar, podemos dizer que a metáfora é uma comparação implícita, vez que dispensa o uso dos conectivos/verbos de comparação.
Nos exemplos:
1) Minha sogra se parece com um maracujá.
2) Minha sogra é um maracujá.
Não há dúvida de que no exemplo de nº 1 temos uma comparação, que se estabeleceu pelo verbo “parece”. Já no exemplo de nº 2, é evidente que “sogra” não é “maracujá”. Entretanto, o que se pretendeu mostrar foi a semelhança havida entre “sogra” e “maracujá”, ambos, por certo, enrugados – a essa aproximação, sem o conectivo ou o verbo que estabeleça a comparação, chamamos metáfora.
Outros exemplos de construções metafóricas:
(Clarice Lispector)
(Chico Buarque)
(Mário Quintana)
As figuras de retórica, por exemplo, a metáfora, estão a serviço dos textos literários e, por isso, não devem ser empregadas nos textos utilitários, muito menos na dissertação-argumentativa do Enem.
( X ) Mito
( ) Verdade
Seguem exemplos de textos utilitários em que figuras de linguagem, em especial a metáfora, foram empregadas – e muito bem empregadas!
(ENEM 2011) – O argumento presente na charge consiste em uma metáfora relativa à teoria evolucionista e ao desenvolvimento tecnológico. Considerando o contexto apresentado, verifica-se que o impacto tecnológico pode ocasionar
a) o surgimento de um homem dependente de um novo modelo tecnológico.
b) a mudança do homem em razão dos novos inventos que destroem sua realidade.
c) a problemática social de grande exclusão digital a partir da interferência da máquina.
d) a invenção de equipamentos que dificultam o trabalho do homem, em sua esfera social.
e) a invenção de equipamentos que dificultam o trabalho do homem, em sua esfera social.
(ENEM 2014) – Os meios de comunicação podem contribuir para a resolução de problemas sociais, entre os quais o da violência sexual infantil. Nesse sentido, a propaganda usa a metáfora do pesadelo para
a) informar crianças vítimas de violência sexual sobre os perigos dessa prática, contribuindo para erradicá-la.
b) denunciar ocorrências de abuso sexual contra meninas, com o objetivo de colocar criminosos na cadeia.
c) dar a devida dimensão do que é abuso sexual para uma criança, enfatizando a importância da denúncia.
d) destacar que a violência sexual infantil predomina durante a noite, o que requer maior cuidado dos responsáveis nesse período.
e) chamar a atenção para o fato de o abuso infantil durante o sono, sendo confundido por algumas crianças com um pesadelo.
Metáfora
Gilberto Gil
Uma lata existe para conter algo,
Mas quando o poeta diz: “Lata”
Pode estar querendo dizer o incontível
Uma meta existe para ser um alvo,
Mas quando o poeta diz: “Meta”
Pode estar querendo dizer o inatingível
Por isso não se meta a exigir do poeta
Que determine o conteúdo em sua lata
Na lata do poeta tudonada cabe,
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha caber
O incabível
Deixe a meta do poeta não discuta,
Deixe a sua meta fora da disputa
Meta dentro e fora, lata absoluta
Deixe-a simplesmente metáfora.
(ENEM 2009, cancelado) – A metáfora é a figura de linguagem identificada pela comparação subjetiva, pela semelhança ou analogia entre elementos. O texto de Gilberto Gil brinca com a linguagem remetendo-nos a essa conhecida figura. O trecho em que se identifica a metáfora é:
a) “Uma lata existe para conter algo”.
b) “Mas quando o poeta diz: ‘Lata’”.
c) “Uma meta existe para ser um alvo”.
d) “Por isso não se meta a exigir do poeta”.
e) “Que determine o conteúdo em sua lata”.
Se é que você ainda não os conhece, consulte:
Confira também a seguir exemplo de redação nota 1000, em que foram empregadas, não só a metáfora, mas também outras figuras de linguagem.
A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, que responda à pergunta-tema: Liberdade de expressão x Intolerância religiosa: como distinguir “crítica” de “intolerância”? Apresente, ao final, uma proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Liberdade de (opressão) expressão
Por Gislaine Buosi
Consta nos anais da História, que a Revolução Francesa – um dos maiores pilares da burguesia – clamava pela transformação de um século obscuro e ignorante em um século iluminado, igualitário e liberto dos ranços impostos pela Igreja. A causa revolucionária contou com os ideais apregoados por Rousseau, e irradiou-se por todo o mundo civilizado, trazendo liberdade entre os povos, conforme a Declaração dos Direitos Humanos – fruto maduro da Revolução.
Todavia, é preciso trazer à tona, a despeito da liberdade de expressão de que tanto se fala hoje, que há quem, em nome dela, fomente insolências, ou, eufemisticamente, como pretendem os cartunistas, fomente o humor provocativo, as críticas corrosivas e demais manifestações ácidas. Mas há, também, uma grande parcela da sociedade que está disposta a seguir os ideais libertários, oferecendo cultura e discussões saudavelmente picantes. O artigo 19 da Declaração antes mencionada, mais tarde referendado pela Constituição Brasileira, garante o direito à informação, motor do Estado Democrático de Direito.
Entretanto, não se pode afirmar que a liberdade seja usada somente em favor do desenvolvimento intelectual dos povos. Ao contrário: pessoas perdem, a cada dia, o respeito ao próximo e, inevitavelmente, a agressividade e a rebeldia eclodem.
Por tudo isso, muito embora a liberdade de expressão – essencial para o progresso sociointelectual – deva ser uma bandeira hasteada ao pé do tribunal, no coreto da pracinha e no altar da sinagoga, convém não confundir liberdade de expressão com libertinagem nem, ainda, com liberdade de opressão. A lei que assegura o livre curso do pensamento não autoriza ninguém a achincalhar o moral alheio. É verdade que a humanidade aplaude espetáculos cômicos, mas o paladar refinado pelo bom senso repudia, obviamente, posturas extremas e preconceituosas. É postura inteligente e racional o humor instigante, porém não vulgar nem ofensivo.
Quer saber mais? Assine nossa newsletter, conheça estratégias para
melhoria da gestão escolar, descubra as melhores práticas
pedagógicas e alcance resultados mais satisfatórios com nossos
conteúdos exclusivos sobre Educação!
REDIGIR A MAIS LTDA. Copyright © 2021. All rights reserved.