Descrever é pormenorizar algo; é “desenhar” com palavras uma cena, um animal, uma sensação, um rosto.
Os trechos descritivos, normalmente, estão inseridos nos textos narrativos, para que o leitor “visualize” melhor os aspectos pretendidos/imaginados pelo redator. Seguimentos descritivos também podem surgir ao longo dos textos dissertativos, como no exemplo 1, logo a seguir. Ao final do artigo, outras explicações acerca da conjugação tipológica.
Exemplos de trechos predominantemente descritivos:
1.Ao longo da Avenida Afonso Pena, um desfile de autos. Garrafas e latinhas arremessadas na via. Garotos e garotas nos passeios, ora pedem, ora furtam. Uns postes, umas lâmpadas acesas, outras não. Cenário ideal para jornalistas que garimpam notícias madrugada afora. Melhor se não se vendessem os jornais de amanhã, cujas manchetes já as conhecemos: a delinquência juvenil se multiplica dia após dia, o que há de ser coibido. (Gislaine Buosi)
2.É pau, é pedra, é o fim do caminho, / é um resto de toco / e um pouco sozinho / e um caco de vidro, é a vida, é o sol / é a noite, é a morte, é o laço, é o anzol… (Tom Jobim.)
IMPORTANTE: É muito comum detectarmos, no curso de uma dissertação (em especial na introdução), trechos descritivos. Os estudiosos chamam esse fenômeno de “conjugação tipológica”, que nada mais é do que a hibridez, ou seja, a mistura de tipos textuais.
Contudo, não nos descuidemos: o fôlego (a maior parte) da dissertação deve se ocupar com a argumentação.
Confira o parágrafo introdutório da dissertação-argumentativa sobre Cultura indígena:
Por Gislaine Buosi
“Andam nus, sem cobertura alguma. Não fazem o menor caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas, e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto…” Pero Vaz de Caminha, em sua carta, descrevia características e costumes dos índios – isso há mais de meio milênio. Naquela época, quando os jesuítas desembarcaram em terras tupiniquins, havia uma tarefa empreendida: cristianizar os nativos, que então cultuavam a um deus mau – isso segundo a Igreja agonizante, haja vista as reverberações da pregação luterana. Tudo isso contribuiu para que a cultura do índio se desgastasse; em outras palavras, o índio foi vestido com trajes europeus.”
Que tal descrever a pintura de Oscar Pereira da Silva sobre o desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro em 1500?
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