Alunos, professores e gestores do Ensino Fundamental, bem-vindos a mais uma temporada de episódios do Podcast Redigir Fundamental, uma ferramenta infalível para aprimorar as redações! Preparem-se para uma verdadeira revolução – a professora Gislaine Buosi, semanalmente, grava episódios que, além de muito criativos, atendem perfeitamente a demandas cada vez mais exigentes. Por aqui, há técnica e sensibilidade a toda prova!
Conheçam propostas dos mais variados gêneros redacionais, como Resenhas, Editoriais, Crônicas, Artigos de Opinião e Fábulas, cuja coletânea de apoio é não só bem selecionada, como também atualizada. São atividades que despertam a curiosidade dos estudantes, incentivando-os a explorar temas contemporâneos e talvez até – quem sabe? – se descobrirem escritores de ficção!
Sem dúvida, o Podcast Redigir Fundamental é o grande aliado das aulas de redação! Juntem-se a nós, na linha de frente da Educação com a Plataforma Adaptativa Redigir.
Confiram o episódio!
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O mistério ficou ainda maior quando, para nossa surpresa, numa certa manhã, as janelas da casa do Tio Alfredo, até então sempre fechadas, estavam abertas. Respirei fundo e decidi: “Vou pular a janela!” O ambiente era sombrio, apesar de a luz do sol iluminar a sala.
Olá! Seja muito bem-vindo ao Podcast Redigir Fundamental! Aqui, Gislaine Buosi, escritora e professora de Redação e Literatura.
Hoje vamos fazer algumas considerações a respeito de contos de suspense; ao final, há uma proposta de redação e um conto modelo! E se esse assunto interessa a você, fique comigo do começo ao fim do episódio!
Deixa-me primeiro dar uma informação: você sabia que contar e ouvir histórias são atividades das mais rudimentares? Antes mesmo da linguagem escrita, tal como temos hoje, as pessoas contavam histórias – já contavam, inclusive, histórias que chegam até nós.
Contos, fábulas, crônicas, lendas – são exemplos de histórias, de textos narrativos literários.
Para escrevermos um conto, é preciso termos ou inventarmos um enredo, quer dizer, uma história – verdadeira ou ficcional… Vale tudo!
A partir do enredo, criamos os demais elementos do conto: personagens, tempo e espaço. Olha só: as personagens, em determinado tempo e espaço, vão contracenar, viverão o enredo. Ah… É preciso também criarmos um narrador, para nos contar a história.
Até o final do conto, o leitor deverá encontrar respostas para: o que aconteceu?, com quem aconteceu?, como?, quando?, onde?, por quê?, e então…
Professora, o que é, exatamente, um conto de suspense?
Hummm… Meu aluno imaginário chegou! Vamos lá!
Nos contos de amor, há o envolvimento afetivo das personagens; nos contos de aventura, há descobertas, missões impossíveis; nos contos de humor, há, sobretudo, cenas engraçadas; nos contos de terror, o escritor investe no desconhecido, ou, mais precisamente, no medo pelo desconhecido.
Por sua vez, nos contos de suspense, como o próprio nome adianta, há sempre um segredo, um mistério a ser desvendado, e é no entorno desse mistério que a narrativa se desenvolve.
Os contos de suspense trazem uma atmosfera misteriosa. O narrador, para prender a atenção do leitor, pensa em tramas pontuadas de reviravoltas e ações inusitadas, intrigantes…
Desde o início, o narrador propõe um “jogo” com o leitor, que, curioso, automaticamente, esse leitor se comporta como um investigador.
A fim de seduzir o leitor, o narrador apresenta uma situação inicial comum – cria personagens e as instala no tempo e no espaço, para, em seguida, envolvê-las em complicadores, muitas vezes, aparentemente, sem sentido. Esses complicadores levarão ao clímax, que é o instante de maior suspense. Enquanto isso, o leitor vai levantando hipóteses a respeito dos fatos para, em seguida, o narrador surpreendê-lo com a revelação das situações. Daí, então, a necessidade de apostarmos em desfechos criativos, originais.
As técnicas descritivas também devem ser exploradas: cheiros, ruídos, cores – tudo isso, em sintonia, colabora para criar personagens e cenários de enigma e suspense.
Tá legal, professora!
Legal? Legal mesmo é a nossa proposta de redação. Vamos conhecê-la?
Há na proposta um texto não-verbal dos mais interessantes – a fotografia de uma sala abandonada, os móveis velhos… há também uma máquina de costura, algumas cadeiras, uma mesa, uma garrafa térmica…
A proposta leva a uma contextualização: A casa da esquina é do Tio Alfredo, um velhinho italiano, alfaiate. Ele, de fato, não é seu tio, mas tanto você quanto toda a vizinhança o chamam, carinhosamente, de “tio”.
Ocorre que, de repente, o Tio Alfredo sumiu… O guarda-noturno diz que, pela madrugada, ouve choro de crianças e uivos, ao que parece, de lobos, que vêm do quintal…
Que é isso, professora?!
E o comando é este: Você deverá explorar a cena e desenvolver um CONTO DE SUSPENSE.
Mãos à obra!
Também desenvolvi essa proposta. Quer conhecer meu conto de suspense? Aqui está!
Tio Alfredo, as assombrações e o porão
Por Gislaine Buosi
A casa da esquina guardava, além do mistério, a máquina de costura do Tio Alfredo. O velhinho assobiava e costurava a manhã toda, e, à tarde, chamava um sem-número de sobrinhos (que não eram, de fato, seus) para nos contar histórias, num idioma diferente e ritmado. Os ternos do Tio Alfredo, verdadeiras obras de arte, fariam inveja a qualquer nome da alta-costura. Mas, de repente, o tio deixou de nos chamar para as histórias da tarde. As tardes, ou melhor, as manhãs e as tardes passaram a ser estranhamente silenciosas, enquanto a noite era palco para um concerto de uivos… de lobos?, e de choro de crianças.
Até mesmo o guarda-noturno, corajoso por natureza, andava meio ressabiado, dizia que o Tio Alfredo guardava assombrações nas gavetinhas da máquina de costura, em meio aos carretéis de linha. Se acreditávamos na hipótese levantada pelo guarda-noturno? Talvez. A certeza era a de que ouvíamos os uivos e o choro.
O mistério não dava trégua a nós, curiosos. A vizinhança, engolia em seco, cochichava. Alguém dizia, inclusive, ouvir o barulho também durante o dia… Minha avó achava que tudo aquilo não passava de alucinação, já que ela própria nunca ouvia nada. Um dia, não pude me conter: “Vovó, a senhora não ouve nada mesmo! Esqueceu que é surd…?!” Levei uma bronca daquelas!
O mistério ficou ainda maior quando, para nossa surpresa, numa certa manhã, as janelas da casa do Tio Alfredo, até então sempre fechadas, estavam abertas. Respirei fundo e decidi: “Vou pular a janela!”
O ambiente era sombrio, apesar de a luz do sol iluminar a sala. Os sofás e as cortinas estavam bem desgastados. Avancei, cheguei à porta de acesso à cozinha – minhas pernas tremeram com o ranger da porta. Atravessei a cozinha e ouvi o choro de crianças e o uivo de lobos, vinham do quintal, ou melhor, do porão. Entrei ali. Havia muitos cabides, roupas grandes e pequenas penduradas. O uivo de lobos e o choro de crianças, cada vez mais intensos… Senti-me desafiado. Comecei a vasculhar o porão, até que… Ual! Encontrei um armário velho – dali vinha o barulho. Abri o armário e topei com um lobo de pelúcia: “Ah… então é isso?!” Havia, instalado na barriga do lobo, um dispositivo eletrônico, ou melhor, um gravadorzinho que, de tempo em tempo, disparava – daí os uivos e o choro.
Descoberto o mistério, aliviado, ainda pude ler, numa página do diário do Tio Alfredo, ali, num cantinho, recém-escrita, uma confidência: “Fiz esse lobo não para ser mau, mas, assim mesmo, as crianças e os adultos terão medo dele.”
Na sala, o vento batia as janelas.
Na rua, a vizinhança aguardava-me, mil e uma perguntas. Respondi a todas as perguntas, exceto sobre o paradeiro do Tio Alfredo…
E então? Gostou do meu conto de suspense? Também quero conhecer o seu, ok? E que tal escrevê-lo agora (clique aqui)? Vamos lá! Escrever, você já sabe, é bom demais!
Então escreva o melhor conto de suspense de todos os tempos!
Antes de postar sua redação, releia o que escreveu, faça a autocrítica e a autocorreção: confira se seu texto está fácil de ser entendido; se as frases e os parágrafos estão bem ligados; se as ideias obedecem a uma sequência cronológica e não se embaralham; se não há repetições nem sobra de palavras; se a ortografia, as regras de acentuação gráfica, a pontuação e os plurais estão corretos.
Tudo ok? Se ainda não… Não tenha preguiça de escrever e de reescrever o texto – o segundo é sempre melhor do que o primeiro; o terceiro, muito, muito melhor do que o segundo…
Depois de tudo isso, poste sua redação e, assim que ela chegar corrigida no seu aplicativo, frequente o percurso de aprendizagem da Plataforma Redigir – lá você encontra tópicos de gramática e listas de exercícios para aprimorar a linguagem escrita.
A proposta e a redação que você acabou de ouvir também estão disponíveis no site.
Antes de nos despedirmos, deixo aqui um convite: assine o Podcast da Plataforma Redigir no seu tocador de preferência.
Então é isso! Um abraço e até o nosso próximo episódio!
Confira aqui o episódio anterior.
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