Alunos, professores e gestores do Ensino Fundamental, bem-vindos a mais uma temporada de episódios do Podcast Redigir Fundamental, uma ferramenta infalível para aprimorar as redações! Preparem-se para uma verdadeira revolução – a professora Gislaine Buosi, semanalmente, grava episódios que, além de muito criativos, atendem perfeitamente a demandas cada vez mais exigentes. Por aqui, há técnica e sensibilidade a toda prova!
Conheçam propostas dos mais variados gêneros redacionais, como Resenhas, Editoriais, Crônicas, Artigos de Opinião e Fábulas, cuja coletânea de apoio é não só bem selecionada, como também atualizada. São atividades que despertam a curiosidade dos estudantes, incentivando-os a explorar temas contemporâneos e talvez até – quem sabe? – se descobrirem escritores de ficção!
Sem dúvida, o Podcast Redigir Fundamental é o grande aliado das aulas de redação! Juntem-se a nós, na linha de frente da Educação com a Plataforma Adaptativa Redigir.
Confiram o episódio!
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Além de ajudar a idosa a se levantar, Anton correu para recuperar a sombrinha dela, que o vento tinha arrastado. A idosa logo percebeu tratar-se de uma família ucraniana, graças à camiseta de uma das crianças – havia ali a estampa da bandeira da Ucrânia.
Olá, pessoal! Que bom nos encontrarmos aqui mais uma vez! Seja muito bem-vindo ao Podcast Redigir Fundamental! Eu sou Gislaine Buosi, escritora e professora de redação e literatura.
No episódio de hoje, vamos desenvolver uma NOTÍCIA e, antes de mais nada, não custa lembrar que Notícia é um gênero textual do discurso jornalístico.
Ah… Isso é fácil, professora!
Meu aluno imaginário chegou cedo! Diz aí!
É muito fácil escrever uma notícia, Gislaine. Por exemplo: Em 22 de abril de 1500, a frota comandada por Pedro Álvares Cabral avistou as terras que hoje são chamadas Brasil.
Opa! Esse recorte histórico pode ter sido notícia, lá em Portugal, no início do século 16. Mas hoje, como o fato ficou, digamos, velho, ele pode vir a fazer parte de uma reportagem, e não, propriamente, de uma notícia.
Puxa vida…
Calma! É já que eu esclareço tudo isso! Fique comigo até o final do episódio.
Então vamos lá!
A NOTÍCIA é o registro de informações recentes – um assalto (que aconteceu ontem), o desabamento de um prédio, a alta do preço da gasolina, a inauguração de um hospital etc., etc.
A notícia é veiculada em jornais impressos ou virtuais. Na internet, há vários portais de notícias, como o G1, o UOL…
Título e subtítulo da notícia são chamados, respectivamente, MANCHETE e LINHA FINA. A manchete, geralmente, é curta e tem de ser fácil de entender.
Para compor a manchete, é preciso usar palavras-chave da ocorrência. Geralmente curta, como eu disse, a manchete contém mais verbos de ação e substantivos, do que palavras de outras classes gramaticais.
Por exemplo: nas manchetes, não são usados adjetivos nem advérbios – a não ser que sejam determinantes para a notícia.
Não se recomenda uma manchete assim:
Garota muito bonita, de 6 anos, é atropelada brutalmente por motocicleta vermelha na movimentada Fernão Dias
Hummm… que manchete longa, professora… Longa e meio boba…
Longa e meio boba – concordo. Ouça a mesma informação, depois de cortados os adjetivos e os advérbios:
Garota de 6 anos é atropelada por motocicleta na Fernão Dias
Agora um exemplo em que os adjetivos foram necessários:
Passarela apresenta coleção inédita de moda sustentável
Nessa manchete, os dois adjetivos (inédita e sustentável) foram determinantes para a manchete.
Note ainda que os verbos de ação, preferencialmente, são empregados no Presente do Modo Indicativo. O verbo no presente sugere/acena para algo que aconteceu no dia anterior (no caso de jornais impressos) ou agora há pouco (no caso de jornais online).
A manchete funciona como a chave da notícia – deve atrair a atenção do leitor para que ele tenha a curiosidade de conhecer a matéria.
Além de abarcar um contexto recente, a proximidade do fato com o público leitor há de ser observada. A notícia deve focalizar, preferencialmente, fatos da cidade ou da capital – eventos distantes do público leitor nem sempre são interessantes.
Imagine se o jornal da cidade em que você mora trouxer esta manchete:
Professora de Calgari, no Canadá, perde a bolsa
Ah… aposto que, de cara, você vai desistir da leitura.
Vou mesmo… não conheço nenhuma professora do Canadá…
Além de lidar com fatos novos, próximos do leitor, é preciso que se pense na importância do assunto. Imagine uma manchete como esta:
Empresário estaciona o carro em frente ao banco
E daí? Que importância tem isso?
Seria, sim, importante se houvesse algum elemento a mais, algo surpreendente ou grave. Por exemplo:
Empresário estaciona o carro em frente ao banco e é assaltado
A linha fina é mais explicativa – é, quase sempre, um fragmento recolhido (e, por vezes, adaptado) do texto.
Assim:
Manchete: Enfermeiro é demitido por justa causa
Linha fina: Diretora do hospital alega que ele tenha provocado a morte de uma criança
Logo após a manchete e a linha fina, há o nome do jornalista e a data em que foi publicada a notícia.
No primeiro parágrafo, há o lide jornalístico.
O que é isso, professora?
Lide jornalístico é a cabeça da notícia. A expressão inglesa “lead” significa “primeiro” ou “guia”, e é essa, exatamente, a finalidade do primeiro parágrafo de um texto informativo – levar ao conhecimento do leitor, de maneira enxuta, rápida, os principais pontos da notícia.
O lide parece um miniconto. Olha só: para compor o lide, o jornalista precisa encontrar respostas objetivas para os seguintes elementos: O QUE aconteceu?; com QUEM aconteceu?; ONDE?; QUANDO?; POR QUÊ?; COMO?
Nos parágrafos seguintes, que são o corpo da notícia, há os pormenores da situação.
Anote mais uma coisinha: a notícia é escrita, geralmente, na 3ª pessoa do singular – até porque o assunto deve ser relatado sem a intromissão, ou seja, sem a opinião do jornalista. Desse modo, não convém escrever algo como…
Conversando com o enfermeiro, que estava nervoso, ele disse que foi demitido por justa causa.
Ouça como fica bem melhor assim: O enfermeiro Fulano de Tal foi demitido por justa causa. Ele tentou se explicar, alegando que…
A notícia tem quantas linhas, Gislaine?
Em textos escolares, quem aponta esse limite é o professor, mas sabe-se que o texto da notícia não pode ser tão longo – longa é a reportagem, que trabalha com fatos presentes, passados… Para compor a reportagem, o repórter vai, digamos, vasculhar a rotina de uma confeitaria, por exemplo, ou a vida pregressa de um assaltante, e então levanta documentos, fotografias, sentenças, ouve testemunhas, e, só então, escreve o texto. Perceba que o repórter, diferentemente do jornalista que capta o furo, quer dizer, o flagrante, o repórter conta com um espaço de tempo para as buscas e, portanto, haverá mais detalhes para a escrita da reportagem.
Professora, você falou “furo”…?
Sim, “furo jornalístico” é a “descoberta”. O jornalista que descobre, que é o primeiro a tomar conhecimento de um fato e o publica, obviamente, antes dos concorrentes, conseguiu um “furo jornalístico”.
Hummm… engraçado! Gislaine, uma notícia é o registro de alguma coisa que acabou de acontecer; já sei. Mas a notícia pode virar uma reportagem?
Boa pergunta! Sim, por vezes ela dá origem à reportagem. Isso acontece quando, passado o flagrante, o repórter ou o editor ou o diretor daquele determinado jornal percebe que tem diante de si um acontecimento a ser mais bem explorado.
Vamos à proposta de redação?
O contexto é este: Imagine que uma pessoa idosa acolha, em sua casa, uma família refugiada da Ucrânia. Há cinco pessoas: o casal e três filhos, um dos quais está doente.
O comando é este: A partir não só desse contexto como também de seus conhecimentos sobre os conflitos entre russos e ucranianos, escreva uma NOTÍCIA.
Ual! Que proposta!
Mãos à obra! Ah… e não se esqueça: no primeiro parágrafo da notícia há o lide jornalístico.
Você quer conhecer minha redação? Então aqui está ela!
Idosa acolhe família refugiada da Ucrânia
Ucraniano Anton socorre idosa que sofreu uma queda; depois ela acolhe a família
Por Gislaine Buosi
9.jan.2023
Filomena Sobral, 82, na quarta-feira, 11, acolheu em sua casa uma família de ucranianos refugiados, após levar uma queda e ser socorrida por Anton, 41.
A idosa caiu, quando voltava da feira, e foi prontamente socorrida por um homem que se apresentou como Anton; ele estava em companhia da esposa e dos três filhos. Além de ajudá-la a se levantar, Anton correu para recuperar a sombrinha dela, que o vento tinha arrastado. A idosa logo percebeu tratar-se de uma família ucraniana, graças à camiseta de uma das crianças – havia ali a estampa da bandeira da Ucrânia. Agradecendo pela ajuda, a idosa contou à família que, por conta do peso da sacola e do chão escorregadio, ela desequilibrou-se e caiu. Ao notar que as crianças choravam, a idosa se compadeceu delas e deu-lhes parte das frutas que levava na sacola. Em seguida, como estivessem debaixo de uma marquise, perguntou onde a família morava.
De acordo com o que relataram testemunhas, a idosa passou a ouvir o relato de Yana, 37, mãe das crianças, segundo a qual, além de serem refugiados e não terem onde morar, um dos filhos estava doente. Amauri Souza, 29, balconista, presenciou os fatos, e levou P.H., 4, à assistência policial que atende a imigrantes estrangeiros. O garoto foi medicado e, assim como o restante da família, foi acolhido pela idosa, em casa dela, no Brooklin. “Se depender de mim, eles ficam por aqui, que não tem guerra”, foi o que a D. Filomena disse. A idosa, que sofreu leves escoriações, não quis ser levada ao pronto-atendimento médico, nem permitiu a reprodução de sua imagem nesta Folha.
E então, gostou da minha redação? Também quero conhecer a sua, ok?
E que tal escrevê-la agora? Vamos lá! Desenvolva essa proposta de redação (clique aqui) – escrever, você já sabe, é pra lá de bom demais!
Escreva e poste sua redação. Assim que ela chegar corrigida no seu aplicativo, frequente o percurso de aprendizagem da Plataforma Redigir – lá você encontra tópicos de gramática e listas de exercícios, sobre os pontos a serem aprimorados em seu texto. Antes de nos despedirmos, convido você a assinar o podcast da Plataforma Redigir no seu tocador de preferência. Essa redação que você acabou de ouvir está disponível no site. Então é isso! Um abraço e até o próximo episódio!
Confira aqui o episódio anterior.
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