A Plataforma Redigir tem uma série de podcasts para você! 😉
A professora Gislaine Buosi trata de temas potenciais à redação do Enem e à redação dos grandes vestibulares do Brasil. Além da discussão, o podcast contempla indicação de repertório sociocultural, leitura de infográficos, propostas de intervenção social e tudo o que diz respeito às estratégias de argumentação.
Assuntos diários, que impactam a sociedade, a saúde, a educação, a economia e a política são abordados nos podcasts, cuja intenção é preparar os alunos, em especial, para redação do Enem, da Fuvest e da Unicamp.
Confira o episódio!
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Olá, pessoal! Seja muito bem-vindo a mais um podcast da Plataforma Redigir. Vocês já me conhecem, sou Gislaine Buosi, escritora e professora de Redação. No episódio de hoje, vamos abordar “O home office e a interferência das tecnologias nas relações de trabalho”. E, se esse assunto interessa a vocês, fiquem por aqui!
De início, é preciso dizer que os recortes em torno do assunto “home office” são, mesmo, potenciais às próximas redações, não só do Enem, como também dos demais vestibulares, haja vista o fato de que, ao longo da pandemia, o trabalho remoto tenha sido uma estratégia eficiente para a preservação da vida e da economia.
Outro detalhe – como o tema é muito abrangente, todo cuidado é pouco – vamos prestar atenção ao recorte aqui proposto.
A que eu me refiro, exatamente…? Discutir “Os desafios do trabalho remoto” ou “O home office no mundo pós-pandemia” ou, ainda, “Vantagens e desvantagens do trabalho remoto” nenhum desses é nosso recorte – o nosso é: “O home office e a interferência das tecnologias nas relações de trabalho”. Estejam atentos, ok? Um deslize, e podemos, inclusive, cair no tangenciamento – tangenciar o tema significa abordar… o assunto… amplo, e não, propriamente o tema, o recorte.
Vocês, que acompanham os podcasts da Plataforma Redigir, sabem que temos uma estratégia toda especial para a abordagem dos temas – nossa discussão está organizada para atender, em especial, aos comandos do Enem, e, desse modo, no primeiro bloco, fazemos o projeto textual, que precisa ser desenhado logo no primeiro parágrafo do texto, com a apresentação do tema, a antecipação dos argumentos e a exposição da tese; em seguida, levantamos possíveis repertórios socioculturais. No segundo bloco, exploramos os argumentos lançados no projeto. No terceiro e último bloco, sugerimos uma proposta de intervenção para o problema discutido.
Nesse primeiro bloco, tema, argumentos, tese e repertório. Então vamos lá?
Para a apresentação do tema, vamos mobilizar as palavras-chave do recorte, ok? Assim: Graças ao advento das tecnologias modernas, o home office, também conhecido por teletrabalho, tem remodelado, significativamente, as relações socioprofissionais.
Percebam: a expressão “home office” já é bastante conhecida, e, desse modo, nem é preciso conceituá-la, o que nos permite uma apresentação bastante singela, rápida e, mesmo assim, muito eficiente.
E quanto aos argumentos?
O tema tem trazido certa polêmica, até porque não está de todo regulamentado. Se há polêmica, há uma centena de argumentos, entre os quais alguns que me parecem, de certo modo, recusar… não… a palavra certa é: “resistir” ao home office. São eles:
. a dificuldade de separar vida pessoal e vida profissional.
. a falta de estrutura tecnológica adequada para trabalhar em casa – aqui falamos de um ambiente claro, arejado, confortável… falamos de condições salubres, quer dizer, saudáveis de trabalho, nem sempre possíveis no ambiente doméstico
. a sobrejornada, em especial a das mulheres
. a falta de interação socioprofissional mais estreita, quer dizer, mais física/humana, o que pode levar à misantropia
Há também argumentos que me parecem bastante favoráveis ao home office, entre os quais:
. a autonomia do trabalhador – os horários tornam-se mais flexíveis
. o ganho do tempo, então, gasto com deslocamentos, que pode ser revertido em benefício da família, do lazer
. a necessidade de o trabalhador adequar-se ao mundo tecnológico – vejo como positivo o fato de o trabalhador obrigar-se, sentir-se obrigado a buscar conhecimento, a atualizar-se – isso traz proveito, em primeiro lugar, a ele próprio; “acertar o passo”, a mim, me parece sempre positivo
. por último, o fato de o ambiente doméstico ser mais confortável, mais agradável do que o profissional – até porque, em casa, é possível estar mais perto da família, ao mesmo tempo em que se está trabalhando – isso também me parece positivo
E agora a tese, que é o ponto de vista a ser defendido ao longo das argumentações. A tese é esta: É tempo de sociedade civil, empregadores e legisladores encontrarem meios para garantir que as tecnologias sejam usadas em benefício de trabalhadores e organizações, uma vez que o home office é realidade já instalada ao redor do mundo.
Repertório sociocultural autoral – e vocês já sabem: para conseguir a pontuação máxima na Competência 2, além de focalizar exatamente o recorte temático, é preciso trazer ao texto um repertório autoral – quer dizer, algo que tenha sido, de fato, levantado pelo aluno, e não apenas absorvido do material de apoio. Nesse aspecto, vemos que a interdisciplinaridade é posta à prova – vale trazermos elementos colhidos da História, do Cinema, da Literatura, da Geopolítica e de tantas outras frentes do conhecimento.
Para o repertório sociocultural, então, trago uma obra da jornalista Tania Menai – “O Futuro do Trabalho: Dicas de Quem Já Vive o Amanhã”. Nessa obra, a jornalista brasileira, que vive em Nova York, reúne entrevistas com profissionais de diversas áreas que já trabalham remotamente, os quais descortinam aos leitores um universo de vantagens e desafios dessa nova – nem tão nova – modalidade de trabalho.
O cinema também pode ser revisitado, com a série britânica “Black Mirror”, que explora temas relacionados à tecnologia e os respectivos impactos sociais. Muito embora a série não se concentre única, especificamente, no trabalho remoto, vários episódios abordam questões sobre como a tecnologia afeta nossa vida profissional e nossa vida pessoal.
Nesse segundo bloco, vamos desenvolver, explorar os argumentos. Aliás, vocês perceberam, levantamos 8 argumentos para o enfrentamento desse tema. Obviamente, não há espaço para desenvolvermos todos eles – em 30 linhas não é possível escrevermos um tratado sobre o home office, não é mesmo? Desse modo, devemos selecionar alguns… Para essa discussão, vamos desenvolver 3 argumentos: a autonomia do trabalhador, o que permite a flexibilização dos horários; a sobrejornada, em especial a das mulheres, e a falta de interação socioprofissional mais estreita entre os trabalhadores.
Vamos lá…
As plataformas digitais e as ferramentas de comunicação remota têm permitido que os funcionários realizem suas tarefas em, praticamente, qualquer lugar, o que dá margem à flexibilidade de horários e, em muitos casos, facilita, promove um convívio familiar mais harmonioso, haja vista a possibilidade de se adiantar o serviço hoje, para passear amanhã… Ou até mesmo, quem sabe?, dar conta de realizar, em 4 dias de trabalho, as atividades previstas para 5, 6 dias, e, então, podermos desenvolver uma atividade-extra…
No entanto, o trabalho remoto também trouxe/traz alguns desafios. A linha entre o trabalho e a vida pessoal pode se tornar tênue – se o trabalhador se descuidar, ele pode estender a jornada, e, quando isso acontece, automaticamente, ele fica suscetível a situações de estresse e exaustão. Aliás, isso já é fato: é preciso dizer que, muito embora o home office tenha oferecido flexibilidade e comodidade para um sem-número de trabalhadores, há casos de mulheres afetadas pela síndrome de burnout – uma doença ocupacional já reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Que ninguém se iluda – estudos recentes nos dão conta de que muitas mulheres que quiseram ou foram obrigadas ao teletrabalho tiveram sua jornada, severamente, ampliada, tendo em vista o fato de, em casa, verem-se obrigadas a assumir, simultaneamente, mais de uma frente de trabalho – além do remoto, a faxina, o cuidado com os filhos e, não raramente, o cuidado com os idosos. A sobrecarga de trabalho – até mesmo pela falta de uma divisão equitativa das tarefas domésticas entre os cônjuges – levou – e tem levado – muitas mulheres à síndrome de burnout.
Como se tudo isso já não bastasse, é preciso trazer à tona o fato de que o teletrabalho pode ser gatilho para o adoecimento social. É isso mesmo! Ainda que saltem aos olhos as vantagens – sabemos que o trabalhador ganha o tempo que então era gasto com o transporte e, nesse ínterim, percebam que o ganho não é só do trabalhador, mas também do tráfego sustentável, da qualidade do ar, haja vista a redução da circulação de veículos e tal – mas… com o home office, já se fala, francamente, na perda da interação socioprofissional, necessária à boa gestão. Acompanhem o raciocínio: o trabalho exclusivamente remoto pode abrir portas ao isolamento, que, por sua vez, pode levar à misantropia – misantropo é aquele que não gosta, não sabe, não quer conviver/viver em sociedade – isso é adoecimento social, e nesse mesmo pacote estão a falta de empatia, a intolerância, as doenças emocionais.
É certo que a tecnologia tenha um papel cada vez mais significativo nas relações de produção e consumo; porém, a convivência entre os pares é de todo saudável, é condição sem a qual não se pode falar na interação profissional necessária à boa gestão empresarial, repito, até porque parcerias sólidas são capazes de alavancar negócios. Desse modo, entendo que a jornada híbrida se impõe – nada mais razoável do que a alternância, o equilíbrio entre o trabalho remoto e o presencial.
Desenvolvidos os argumentos, passemos, agora, ao terceiro e último bloco, com a proposta de intervenção social. Vou ler a vocês a proposta de intervenção social da minha dissertação sobre o tema:
Portanto, para mitigar os desafios impostos pelo home office, são necessárias ações coordenadas das casas legislativas, da iniciativa privada e da sociedade civil. Os legisladores, que são nomeados pelo povo para a defesa de interesses sociais, devem aprovar medidas que regulamentem a modalidade híbrida de trabalho, com mecanismos que, inclusive, impeçam a sobrejornada – fazendo isso, os males daí decorrentes serão evitados. Esse movimento deve ser feito por meio de projetos de lei, com ampla participação da sociedade civil em audiências públicas, para discussão e encaminhamento do projeto final à sanção do chefe do executivo. Os empregadores, por seu turno, devem promover palestras de conscientização e apelos nas mídias digitais, com a atuação de profissionais da saúde mental, cujos esclarecimentos têm significativa credibilidade social, com a finalidade de conciliar, efetivamente, trabalho e vida pessoal.
Então, é isso! Depois dessas considerações, sugiro que você escreva sua dissertação sobre “O home office e a interferência das tecnologias nas relações de trabalho” (CLIQUE AQUI). Se for preciso, ouça novamente o podcast, faça outras leituras e, enfim, prepare-se para a redação do Enem e de outros grandes vestibulares. Escreva, poste a redação e, assim que ela chegar corrigida em seu aplicativo, frequente o percurso de aprendizagem da Plataforma Redigir – lá você encontrará tópicos de gramática e listas de exercícios, sobre os pontos a serem aprimorados em seu texto.
E, antes de nos despedirmos, convido você a assinar o podcast da Plataforma Redigir no seu tocador de preferência. Essa dissertação que você acabou de ouvir está disponível no site.
Um abraço e até o próximo episódio!
Confira aqui o episódio anterior.
Se o seu objetivo é se sair muito bem na redação do Enem ou de vestibulares como Fuvest e Unicamp, conheça a Plataforma Redigir! Aqui você encontra não só correção de redação, mas também todo o conteúdo destinado à gestão para redação e à gestão da aprendizagem, com conteúdos adaptativos exclusivos, como videoaulas, tópicos de gramática e listas de exercícios. A melhor plataforma de correção online do Brasil, com mais de 1000 temas de redação para diversos gêneros textuais, incluindo um grande catálogo de temas destinados à redação para Enem.
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