Cuidado! Ao contrário do que muitos pensam, a redação do Enem não é espaço adequado para manifestar livre e ingenuamente uma opinião. A banca examinadora espera que o candidato conheça a situação-problema que lhe for apresentada, e que seja hábil não só para tecer argumentos sobre ela, mas também para propor soluções, com o máximo respeito aos direitos humanos.
Por exemplo: se você acha que o Brasil não deveria receber imigrantes e, mais, que deveria expulsar os imigrantes que já estão aqui usando nossos serviços médicos e tomando nossos postos de trabalho, não convém registrar isso na redação do Enem, vez que fere os direitos humanos. Não se esqueça: o que leva um imigrante a deixar o país de origem é a necessidade de proteger seu bem maior, qual seja, a vida. Prefira, então, defender a tese de que é preciso melhorar a administração do dinheiro público a fim de ampliar o número de postos de saúde, além do que é preciso abrir frentes de trabalho.
Construções eufemísticas, quer dizer, sutis, são bem-vindas!
Expressões grosseiras, extremistas, radicais devem ser evitadas: a banca examinadora espera que você defenda seu ponto de vista com argumentos convincentes, sensatos, claros, racionais e elegantes.
Não convém registrar:
“O governo nunca vai melhorar a situação dos pobres.”
A construção eufemística é o recurso ideal quando se percebe que o apontamento crítico pode ferir alguém, seja o interlocutor ou um terceiro. O eufemismo é uma figura de retórica que tem o objetivo de atenuar o impacto desagradável, indelicado, repugnante ou pesaroso de um enunciado. Assim, em vez de dizer: “O governo nunca vai melhorar a situação dos pobres”, prefira dizer:
Muito embora as ações afirmativas propostas pela atual gestão ainda sejam insuficientes, as expectativas acenam para a melhoria de vida das classes C, D e E.
Exemplo de aplicação do eufemismo:
“Considere-se a primeira afirmação: Os países atrasados anunciam um pacote de ajuda aos miseráveis. Considere-se agora a segunda informação: Os países emergentes anunciaram um conjunto de medidas de ajuda aos excluídos. Qual a diferença entre uma frase e outra? Nenhuma, quanto ao conteúdo. Mas como soa mais benigna a segunda, expurgada da crueza selvagem da primeira…”
(Roberto Pompeu de Toledo)
Convém lembrar que, nos textos dissertativos, muito embora registrem a opinião do dissertador, a expressão “na minha opinião” é altamente condenável, por ser considerada uma intromissão grosseira da primeira pessoa.
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