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DISSERTAÇÃO - MODELO UNIMONTES - PROTAGONISMO DA MULHER PRETA
PAES - UNIMONTES
PROTAGONISMO DA MULHER PRETA
DISSERTAÇÃO MODELO UNIMONTES
ID: JPR
Texto 1
Quando deixei a
casa pela porta do quintal, no sereno da noite, não pude evitar de olhar para
trás por algumas vezes, enquanto seguia pela estrada ao encontro de Severo.
Enumerava as coisas que levava comigo e tudo que deixava para trás. Quase
desisti nesse exato momento, deixaria Severo partir sozinho, mas a imagem de
Sutério levando nosso pouco suprimento, e a fome e o improviso que se seguiram
para fazermos a refeição mais tarde, me deram a firmeza necessária para
prosseguir. (...) Amparou-se nas lembranças, nas dificuldades que passaram
juntos quando partiram. Das tarefas que precisou fazer enquanto procuravam se firmar
no mundo além da fazenda: ajudante de cozinha num restaurante de beira de
estrada, diarista de serviços domésticos, cuidando de crianças. Durante esse
tempo, nasceram seus filhos e cursou o magistério, realizando em parte os
propósitos que a fizeram deixar a fazenda por um tempo. Nessa jornada percebeu
que a vida além da Água Negra não era muito diferente, no que se referia à
exploração.
Fragmento
recolhido de Torto Arado, de Itamar Vieira Junior, 2019.
Texto 2
“Acho que essa
emancipação hoje é um processo de autonomia que garante às mulheres negras o
lugar da decisão. É conseguir fazer essa disputa simbólica e fazer a disputa
objetiva.” (Marielle Franco) A fala de Marielle reforça que a emancipação da
mulher negra deve vir de encontro à uma efetiva mudança no paradigma social.
Trata-se de uma luta por identidade, de uma transformação no modo de pensar a
estrutura social, bem como a criação de mecanismos que façam cumprir essas
exigências urgentes. (...) Embora tenhamos mulheres negras em diversas
ocupações de sucesso nas áreas da política, na ciência, no ambiente
empresarial, por exemplo, elas ainda ocupam um espaço muito restrito nos cargos
de poder. Além das questões socioeconômicas, que não contribuem para
salvaguardar as mesmas condições de negros e negras do país em comparação aos
brancos, há ainda a lógica que fora imposta a partir do pensamento da servidão,
acentuando o negro como inferior no sentido intelectual, cabendo a ele a
atividade braçal. (...) É preciso visitarmos tanto o lugar da emancipação da
mulher negra quanto o seu protagonismo, empenhando energia para a
representatividade no que concerne aos lugares de poder, e na construção
simbólica da negritude na sociedade.
Disponível em: https://www.mulheresdeluta.com.br/emancipacao-e-protagonismo-da-mulher-negra/.
Adaptado para fins didáticos. Acesso em 8.dez.2024.
Texto 3
Ao longo da
evolução da humanidade, as mulheres negras foram fundamentais para a produção
de tecnologias de manutenção da vida na terra. Nas Ciência Exatas, Humanas,
Sociais, Agrárias ou Biológicas não faltam nomes de cientistas que contribuíram
para o desenvolvimento do conhecimento fundamentando mudanças estruturais na
sociedade. O racismo, a misoginia e a desigualdade de oportunidades não foram
suficientes para impedir a revolução promovida pelos fazeres e saberes de nomes
como Maria Beatriz Nascimento, Conceição Evaristo, Jaqueline Goes de Jesus,
Simone Maia Evaristo, Neusa Santos Souza, Anete Otília Cardoso de Santana Cruz,
Sônia Guimarães, Katemari Rosa, Lélia Gonzalez e Sueli Carneiro. (...) Jaqueline
Goes de Jesus nasceu em 1989 em Salvador (BA). Graduada em Biomedicina pela
Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Realizou o seu mestrado em
biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa pelo Instituto de Pesquisa
Gonçalo Moniz – Fundação Oswaldo Cruz. Depois fez doutorado em Patologia Humana
e Experimental pela Universidade Federal da Bahia. A Biomédica integrou a
equipe que mapeou os primeiros genomas do novo coronavírus em apenas 48 horas
após a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no país. Atualmente, a
pesquisadora está fazendo um estágio de pós-doutoramento no Reino Unido em
busca de encontrar o diagnóstico, genômica e epidemiologia de Arbovírus.
Disponível em: https://www.espacociencia.pe.gov.br/preta-cientista-conheca-mulheres-negras-que-fizeram-historia-na-ciencia/.
Acesso em 8.dez.2024.
PROPOSTA DE
REDAÇÃO: A partir da
leitura dos textos, elabore, em 20 linhas, uma redação
dissertativo-argumentativa. Sua redação deve apresentar um ponto de vista por
meio de argumentos, isto é, uma tese (introdução), um desenvolvimento argumentativo
que comprove a tese, e uma conclusão em síntese, com estilo de língua formal
adequado a essa escrita e que atenda à seguinte temática: Qual deverá ser a
função da escola, como instituição de dimensões profundamente significantes de
formação da cidadania, diante da necessidade de reconhecer o protagonismo de
mulheres pretas para a composição de uma sociedade mais justa?