A PALESTRA é um gênero textual que se situa entre o expor e o dissertar – trata-se, portanto, de um texto que envolve, ao mesmo tempo, informação e criticidade. Ainda que a palestra seja um texto para ser verbalizado, é preciso admitir que a escrita é condição essencial para que o palestrante seja bem-sucedido – afinal, não se pode correr o risco de falar de improviso. O texto escrito é a referência segura no instante da apresentação da palestra.
A redação de um texto destinado à leitura em voz alta requer técnica e, mais do que isso, bom senso. Por exemplo: não se pode ser muito formal – caso contrário, parte do público pode não entender o que o orador fala; não se pode prolongar tanto a palestra – caso contrário, o público pode se cansar.
O palestrante deve dominar razoavelmente o assunto, para não apenas apresentá-lo, como também provocar reflexões sobre ele. Um cuidado: é preciso manter a interlocução entre palestrante e público durante toda a palestra – os vocativos/chamamentos devem ser empregados.
A escrita do texto para palestra é maleável. Orienta-se organizá-la assim:
1. Vocativo e saudação;
2. Exposição/apresentação do assunto; argumentação/reflexão (explicações, exemplificações, comparações, críticas, comentários etc.), que leve os ouvintes a perceberem a importância do assunto;
3. Síntese do assunto abordado;
4. Encerramento com um breve agradecimento pela atenção do público.
CONTEXTUALIZAÇÃO E COMANDO: Você, estudante do Ensino Fundamental, foi convidado pelo diretor do
colégio para fazer uma palestra aos colegas sobre as consequências do tabagismo. Leia os textos abaixo e, a partir deles, escreva um texto base para a sua
palestra, que será lido em voz alta, na íntegra. Seu texto deve conter:
a)
dados a respeito do número de fumantes e de mortes, não só no Brasil como
também no mundo, em decorrência do tabagismo;
b)
algumas estratégias para pessoas fugirem da curiosidade de experimentar o
cigarro.
A maioria dos fumantes
torna-se dependente da nicotina antes dos 19 anos de idade. Há vários fatores
que levam as pessoas a fumar, dentre eles a publicidade direta e indireta que é
dirigida principalmente aos adolescentes, jovens e mulheres e fornece uma falsa
imagem de que fumar está associado ao bom desempenho sexual e esportivo, ao
sucesso, à beleza, à independência e à liberdade. No Brasil, a publicidade de
produtos de tabaco é proibida. No entanto, há várias estratégias da indústria
do tabaco para atrair as pessoas para que passem a consumir seus produtos. O
fácil acesso à compra e o baixo preço dos cigarros, além da tentativa de serem
aceitos por grupos de amigos fumantes, se espelharem em pais e ídolos fumantes,
também podem corroborar para que o jovem passe a experimentar cigarros,
tornando-se em um futuro próximo um dependente de nicotina.