VOLTAR PARA OS TEMAS
EM - SÍNTESE - MODELO UNICAMP - QUEBRA DE PATENTES
UNICAMP
QUEBRA DE PATENTES
SÍNTESE - MODELO UNICAMP
ID: G64
Você integra um grupo de estudos formado por
estudantes universitários. Periodicamente, cada membro apresenta resultados de
leituras realizadas sobre temas diversos. Você ficou responsável por elaborar
uma SÍNTESE sobre o tema QUEBRA DE PATENTES EM BENEFÍCIO DA SAÚDE, que deverá
ser escrita em registro formal.
Seu texto deverá contemplar o
conceito de quebra de patentes, além de pontos favoráveis e contrários a essa
prerrogativa.
A síntese é um gênero textual que se propõe a apresentar,
de modo compacto e objetivo, as informações centrais de texto-base –
científico, literário, histórico etc.
Leitura:
Quebra de patentes pode reduzir desigualdades e ampliar acesso a vacinas
A quebra de patente ocorre quando o Estado autoriza que terceiros
explorem e comercializem um produto desenvolvido por outrem
Por Estadão Conteúdo
Publicado em: 06/05/2021
A campanha a favor da quebra de patentes de vacinas contra a covid-19 se
fortaleceu (...), após a embaixadora do Comércio dos EUA, Katherine Tai,
anunciar que o país apoiará uma proposta de suspensão de direitos de
propriedade intelectual sobre os imunizantes. A quebra de patente, que no
Brasil tem legalmente o nome de licença compulsória, ocorre quando o Estado
autoriza que terceiros explorem e comercializem um produto desenvolvido por
outrem. Com ela, empresas em todo o mundo poderiam produzir vacinas
desenvolvidas por laboratórios como Pfizer e Moderna, aumentando a oferta de
injeções a nível mundial e facilitando o acesso de países pobres aos
imunizantes.
Cerca de 100 países, liderados pela Índia e África do Sul, veem na quebra
temporária de patentes uma esperança para acelerar a vacinação em todo o mundo.
A revista Nature estima que seriam necessárias cerca de 11 bilhões de doses de
vacina contra a covid-19 para imunizar 70% da população mundial, patamar em que
se acredita ser possível pôr fim à pandemia. Dessas, cerca de 8 6 bilhões já
foram encomendadas. A maior parte dessas doses, no entanto, está destinada a
países de renda média e alta, enquanto as nações mais pobres, que correspondem
a 80% da população mundial, têm acesso a menos de um terço das vacinas
disponíveis. O nacionalismo da vacina, a falta de insumos e a dificuldade de
produzir vacinas em tão larga escala estão entre os motivos deste
desequilíbrio.
A quebra de patentes, argumentam seus defensores, permitiria fabricação e
fornecimento mais uniformes, contrariando as expectativas atuais de que os
países mais pobres levem anos para vacinar suas populações inteiras.
Outro argumento é a proteção fornecida pelas patentes foi projetada para
evitar concorrência desleal, não para ser usada durante emergências globais
como guerras e pandemias.
Quem se opõe?
A indústria farmacêutica e nações mais ricas, algumas das quais sediam
laboratórios que teriam suas patentes quebradas, são contrárias ao movimento.
Elas argumentam que a licença compulsória não necessariamente aceleraria a
fabricação ou o fornecimento de imunizantes, uma vez que não se sabe qual seria
a capacidade de produção sobressalente no mundo. Além disso, elas argumentam
que a instalação de fábricas, o treinamento de pessoas e a aprovação de leis
relacionadas, etapas essenciais para o início da fabricação, poderiam levar
muito tempo.
Além disso, os oponentes da quebra de patentes argumentam que já apoiam o
programa COVAX, da OMS, que destina vacinas aos países mais pobres.
Há um precedente para a quebra de patentes?
Há 50 anos, a vacina contra a gripe vem sendo produzida com base em
compartilhamento de conhecimentos. Especialistas de todo o mundo se reúnem duas
vezes por ano para analisar e discutir os dados mais recentes sobre cepas do
vírus e vacinas em encontros do Sistema Global de Vigilância e Resposta à
Influenza, da Organização Mundial da Saúde. O Sistema tem uma rede de
laboratórios distribuídos em 110 países e financiados por governos e fundações.
A revista Nature, o pesquisador da Universidade de Leeds Graham Dutfield
afirmou que, durante a Segunda Guerra Mundial, o governo dos EUA incentivou a
colaboração entre empresas e universidades para aumentar a produção de
penicilina, o que de fato aconteceu, sem processos por violação de patentes e
sem a prática de preços exorbitantes.
Outras abordagens, como o pool de patentes (consórcio de ao menos duas
empresas que concordam em cruzar licenças de patentes relacionadas a uma
determinada tecnologia) vêm sendo utilizadas pela OMS para aumentar o acesso a
tratamentos para HIV, hepatite C e tuberculose, por exemplo.
Disponível em: https://exame.com/mundo/quebra-de-patentes-pode-reduzir-desigualdades-e-ampliar-acesso-a-vacinas/