(...) Tudo começou por puro interesse. Quando os primeiros
macacos se tornaram amigos, fizeram isso por motivos bem objetivos: ajudar uns
aos outros em lutas contra rivais (no caso dos machos) e cuidar melhor dos
filhotes (no caso das fêmeas). A amizade não passava de uma troca de favores.
Agora pense nos dias de hoje: com você e os seus amigos, não é assim. Você tem
amigos simplesmente porque gosta de estar na companhia deles, certo? Errado.
Você continua fazendo amizades por puro interesse — no caso, alimentar o seu
cérebro com uma substância chamada ocitonina. Na Pré-História, a relação com
estranhos passou a ser necessária. Provavelmente, isso aconteceu no momento em
que grupos de hominídeos começaram a se fixar em uma mesma região, e viver em
grupos cada vez maiores, e então surgiu a forma mais primitiva de amizade. [...]
No mundo atual, para obter comida, basta ir a um restaurante. Dá para fazer isso
sozinho. Mas é muito desagradável, porque o cérebro está condicionado a fazer alianças.
É por isso que procuramos amigos, mesmo que tecnicamente não precisemos deles.
http://super.abril.com.br/comportamento/por-que-fazemos-amigos>.
Acesso em: 24 ago. 2016. Adaptado. Acesso em 9.jun.2023.
Já contei piadas e
mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz. (Clarice Lispector)
Texto IV
Durante os lockdowns impostos em decorrência da pandemia
de Covid-19, observei como meus filhos responderam ao fato de que não podiam
mais ver seus amigos pessoalmente. Não havia mais conversas cara a cara. Nem
dia de brincar junto. Ou visitas aos amigos. Minha filha e os amigos jogavam um
game no celular, enquanto discutiam a estratégia num grupo de WhatsApp. Meu
filho, que ainda não tem idade para ter celular, batia papo com os colegas da
escola por meio do Google Classroom. Os dois ficaram claramente acanhados
durante o lockdown, mas o nervosismo em relação a conversar com amigos que eles
não viam fazia um tempo foi curado pelo uso de plataformas de chamadas de vídeo.
ROACHE, Rebecca. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-60922106.
Adaptado. Acesso em 9.jun.2023.
COMANDO: A partir do material de apoio, escreva um ARTIGO DE
OPINIÃO
Escreva entre 25 e 30 linhas.
Você já sabe...
O ARTIGO DE OPINIÃO (ou Artigo opinativo, ou, ainda, Texto de opinião), como
o próprio nome adianta, é um texto em que o autor expõe seu ponto de vista a
respeito de algum tema, por vezes, polêmico. É um gênero textual que se apropria,
predominantemente, do tipo dissertativo.
O Artigo de opinião é, geralmente, escrito na primeira pessoa, leva
título e assinatura.
A estrutura do Artigo de opinião, ainda que maleável, procura seguir:
. Introdução, com a apresentação do tema e da tese a ser defendida;
. Desenvolvimento, com as argumentações para a defesa da tese e
. Conclusão, com a reafirmação da tese e a provocação do leitor,
encaminhando-o para as próprias reflexões.
ALERTA! Cuidado com as armadilhas da primeira pessoa: Ainda que você desenvolva
um texto de opinião, não escreva: “eu acho que”; “na minha opinião”; “no meu
modo de pensar” etc., porque essas expressões são consideradas armadilhas da
primeira pessoa.