O CONTO POLICIAL é um gênero literário que tem como característica básica a existência de um crime a ser desvendado – o escritor, além da cena do crime, deverá revelar a estratégia da investigação, até que o leitor conheça o criminoso. É comum adotar um detetive, personagem determinante, porque, em meio ao mistério, é o detetive quem vai passar por instantes de perigo.
É importante anotar que, em contos policiais bem elaborados, o leitor também se comporta como o detetive, tamanho o interesse em desvendar a situação.
O autor, quase sempre, explora ambientações escuras ou desertas.(Procure se lembrar de cenas/episódios de filmes policiais aos quais você, certamente, já assistiu.)
O autor de contos policiais, antes de esclarecer os fatos, mistura “pistas” falsas às verdadeiras, a fim de que o leitor possa ser surpreendido com o desfecho do conto.
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Leia o fragmento abaixo, adaptado de “O mistério do cinco Estrelas”, de
Marcos Rey:
“Barão” era o apelido do hóspede gordo, do 222, que mandou Leo, o
mensageiro, comprar jornais. Com os jornais em mãos, Leo tocou a campainha do
222, e o Barão não abriu de imediato a porta. Leo ouviu ruídos.
— Quem é? —
perguntou o Barão.
— Sou eu, o mensageiro! Trouxe os jornais.
Então o Barão
abriu, lentamente, apenas uma fresta da porta, espaço suficiente para que Leo
pudesse ver dois pés calçados, que
escapavam por debaixo da cama. O Barão sorria amarelo, a voz rouca e embargada,
as mãos trêmulas deixaram cair os jornais. Quando o Barão esticou o braço para
dar a gorjeta, Leo viu que na manga do roupão do Barão havia uma mancha
vermelha... De sangue? O mensageiro deteve-se ainda um momento para fixar na
memória a cena que acabara de ver. Daí por diante começariam seus problemas –
até porque o perfeito mensageiro não tem olhos nem ouvidos: apenas pernas e
cortesia.
CONTEXTUALIZAÇÃO: Imagine que Leo, o mensageiro, seja um velhinho, que
trabalha no hotel há muito tempo. Imagine, ainda, que ele já não enxergue bem e
que, por isso, os policiais não tenham acreditado no relato que ele fez na
delegacia, em que mencionou detalhes da cena acima descrita.
COMANDO: Agora você é o escritor! Releia o fragmento adaptado do obra de
Marcos Rey e mergulhe na contextualização aqui proposta. Perceba que há uma
situação interessante a ser explorada. Aproveite todos os detalhes que foram
“plantados”, e escreva o melhor CONTO POLICIAL de todos os tempos. Agora você é
o escritor! Atribua um título ao texto.
Pense, levante hipóteses! Não economize criatividade!
. Esteja certo de que ninguém pensaria naquilo em que você pensou – isso é ser original.
. Não tenha preguiça de escrever e reescrever o texto – o segundo é sempre melhor do que o primeiro; o terceiro, muito, muito melhor do que o segundo...
. Até o final de seu conto, o leitor pretenderá encontrar respostas para: o quê?, quem?, como?, quando?, por quê?, e então...
. Antes de entregar sua produção textual ao corretor, releia o que escreveu, faça a autocrítica e a autocorreção: confira se seu texto está fácil de ser entendido, se as frases e parágrafos estão bem ligados, se as ações seguem numa sequência cronológica e não se embaralham, se não há repetições nem sobra de palavras, se a ortografia, a acentuação gráfica, as pontuações e os plurais estão corretos.