Crônicas reflexivas exploram, geralmente,
temas comuns, extraídos do cotidiano, a fim de provocar o leitor a refletir
sobre questões sociocomportamentais. Muito embora o gênero não comporte enredo/história,
é possível haver algum fragmento narrativo (como no texto abaixo, de Gislaine
Buosi), a partir do qual são feitos apontamentos mais subjetivos, que revelam as
percepções do cronista.
O que se avalia numa crônica reflexiva
é a capacidade de o aluno trazer à tona os apelos de um eu-interior em sintonia
ou em choque com o mundo contemporâneo, por vezes caótico em razão dos
desequilíbrios sociais (pobreza, desigualdade, avareza, corrupção etc.) e
pessoais (egoísmo, indiferença, ganância etc.)
Portanto, na crônica reflexiva, a
função da linguagem não é, propriamente, informativa, mas, sim, expressiva e poética.
Como o próprio termo sugere, o que importa é o registro da sofisticação, da
inquietação e da intensidade do pensamento.
As figuras
de linguagem, as quais adornam o texto, são recursos explorados em textos reflexivos.
Exemplos
extraídos do texto abaixo, de Gislaine Buosi:
1)Metáfora: “As horas, os dias têm pressa, atropelam relógios e calendários.”
Metáfora é a figura que compara, a partir de
certa semelhança, dois campos, originalmente, diferentes. Nesse exemplo, é
possível inferir que as horas, os dias têm pressa, como se atropelassem
relógios e calendários (a rigor, hora e pressa não atropelam; carros atropelam).
2)Personificação: “Quando eu trabalhava no
Departamento de Obras – que me gritava com todo o fôlego! – eu não tinha tanta
pressa.
Personificação é a figura que atribui
atitudes e/ou características humanas a seres inanimados ou irracionais.