O esquema é a representação gráfica de um texto ou processo, por meio de tópicos, os quais trazem, hierárquica e cronologicamente, as ideias mais importantes do texto base. O esquema é breve e claro.
O esquema pode ser comparado, metaforicamente, com um esqueleto – a coluna vertebral, que sustenta o corpo todo, é o tema (palavra ou frase-chave) do esquema, que norteia o texto todo; depois vem a sequência dos desdobramentos (como se fossem as costelas), que, obviamente, estão ligadas ao tema.
Qual é o objetivo de um esquema?
O esquema permite uma visão rápida e global de um texto, atendida a hierarquia das ideias, que resultarão num todo coerente/lógico. O esquema é recurso eficiente para os estudantes/vestibulandos, quer seja porque, enquanto o esquema é composto, já assimilam melhor o conteúdo do texto base; segundo porque as próximas leituras (por meio do esquema) serão mais rápidas, ideal para a recapitulação de conteúdos para as provas.
Como fazer um esquema?
O ideal é que se leia o texto e, ao mesmo tempo, sejam grifadas as palavras-chave de cada parágrafo. Em tese, a ideia central de cada parágrafo será um desdobramento do tema. Cada desdobramento, por sua vez, poderá ter outras implicações (ideias secundárias) importantes.
Círculos, quadrados, triângulos, setas, grifos, tracejados, asteriscos e outras representações gráficas visuais (sinais) podem ajudar a compor o esquema.
Desse modo, atentando à hierarquia e à cronologia dos fatos ou das ideias (quer dizer, à progressão textual):
1. selecione as palavras principais de cada parágrafo;
2. selecione/organize as implicações/as ideias secundárias – nem todas são essenciais;
COMANDO: O texto abaixo, a respeito da CANA-DE-AÇÚCAR, é o ponto de partida para a composição de um ESQUEMA.
A
cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil no início do século XVI, em
Pernambuco, quando foi iniciada a instalação de engenhos de açúcar, a primeira
indústria implantada na nova possessão de Portugal, que em pouco tempo
suplantou a exploração do pau-brasil. A cana-de-açúcar foi a base da economia
do nordeste brasileiro, na época dos engenhos. A principal força de trabalho
empregada foi a da mão-de-obra escravizada, primeiramente indígena e, em
seguida, majoritariamente, africana, o que se deu até o fim do século XIX. Tais
trabalhadores, na ocasião da colheita, chegavam a trabalhar até 18 horas
diárias. Com a mudança da economia brasileira para a monocultura do café, esses
trabalhadores foram deslocados gradativamente dos engenhos para as grandes
fazendas cafeeiras. Com o tempo, a economia dos engenhos entrou em decadência, e
foi substituída pelas usinas.
O Sudeste é
responsável pela maior parte da produção de cana-de-açúcar do país, concentrada
no estado de São Paulo, na zona da Mata Mineira e no Norte Fluminense. Em 2020,
São Paulo continuava sendo o maior produtor nacional, com 341,8 milhões de
toneladas, responsável por 51,2% da produção. Goiás era o segundo maior
produtor de cana-de-açúcar do país, com 11,3% da produção nacional (75,7
milhões de toneladas). Minas Gerais era o terceiro maior produtor de cana,
sendo responsável por 11,1% do total produzido no país (74,3 milhões de
toneladas). Mato Grosso do Sul é o 4.º maior produtor nacional, com cerca de 49
milhões de toneladas colhidas em 2019. O Paraná foi, em 2017, o quinto maior
produtor de cana, colhendo cerca de 46 milhões de toneladas de cana este ano.
Mato Grosso colheu 16 milhões de toneladas em 2019, ficando em 6º lugar. A área
no entorno de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, vem sofrendo com a
decadência desta atividade: no início do século XX, Campos possuía 27 usinas
funcionando, e ao longo do século, foi uma das maiores produtoras do Brasil; em
2020, apenas duas usinas de açúcar operavam na cidade.
O Brasil é,
hoje, o principal produtor de cana-de-açúcar do mundo. Seus produtos são
largamente utilizados na produção de açúcar, álcool combustível,
bioeletricidade, a energia elétrica do bagaço da cana, e, mais recentemente,
biodiesel. O setor sucroalcooleiro brasileiro despertou o interesse de diversos
países, principalmente pelo baixo custo de produção de açúcar e álcool. Este
último tem sido produzido, basicamente, para consumo interno, sendo hoje os
Estados Unidos, produtor de etanol de milho, o grande exportador do produto. O
etanol reduz a emissão de poluentes na atmosfera e a dependência de
combustíveis fósseis. Hoje, a agroindústria da cana-de-açúcar é uma das mais
desenvolvidas do agronegócio, com o emprego de tecnologias limpas como a
colheita mecanizada, e aproveitamento de todos os resíduos gerados. A indústria
canavieira, no país, emprega quase 1 milhão de trabalhadores, sendo mais de 164
mil somente em Minas Gerais, com salários equiparados e até superiores à
cultura da soja. Foi o tempo em que as usinas de cana-de-açúcar no Brasil eram
conhecidas como engenhos, hoje são mais parecidas com grandes refinarias, de
altíssima tecnologia e produtividade.
Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cana-de-a%C3%A7%C3%BAcar/. Adaptado para fins
didáticos. Acesso em 31.mai.2023.