O MINICONTO, como o próprio nome adianta, é um conto pequeno, com os mesmos elementos do conto tradicional: enredo, narrador, personagens, tempo e espaço. Para a construção dos minicontos, é preciso pensar em cenas/situações curtas, vividas por uma ou duas personagens, com uma única ação central.
Orientações importantes:
1. Para minicontistas iniciantes, recomenda-se obedecer a esta sequência: apresentação da personagem, complicador, clímax e desfecho.
2. Desfechos abertos, secos e impactantes são características dos bons minicontos – isso instiga o leitor a, ele próprio, imaginar o final da trama.
3. Bons minicontistas costumam criar títulos sugestivos, que acenem, sutilmente, ao desfecho da história.
4. O humor, o trágico e o surpreendente são explorados, a partir de situações comuns, extraídas do cotidiano – isso faz com que o leitor se identifique com cenas conhecidas e até vividas por ele.
5. Para os minicontos de humor, é preciso muito cuidado: minicontos não são piadas. O humor há de ser leve e refinado.
6. O vocabulário deve ser simples e bem selecionado, próprio para uma leitura rápida.
Leia o miniconto de Gislaine Buosi:
Um sorriso amarelo
Ao abrirem as marmitas, os operários deram com ovos cozidos – ou melhor, com claras cozidas. Algum “canário-da-terra” tinha bicado as gemas. O “canário” foi descoberto quando, durante o almoço, alguém contou uma piada e, em meio às gargalhadas, perceberam o sorriso largo e amarelado de Valentim.
Texto 1
(...) É verdade que há certos expectadores de arte que visitam museus na certeza de que vão se deslumbrar, com a releitura de um mundo exótico, esticado numa tela pintada com tintas delicadas. Entretanto, o que se não pode deixar de lado é o fato de o artista ser uma antena de sua época – inevitavelmente, por meio da paleta de cores, ele despeja suas inquietações, por vezes até nas paredes da casa! (...) É por essa razão que galerias de arte devem ser compreendidas como instituições que guardam não apenas louça e ouro, ou seja, objetos estéticos, mas também a memória cultural de um povo; sendo assim, visitar um desses espaços é, de certo modo, conhecer um pouco mais sobre si mesmo, uma vez que as identidades são construídas social e coletivamente. (...)
Gislaine Buosi, escritora
Texto 2
O Grito - Edvard Much - 1893
CONTEXTUALIZAÇÃO: Imagine
que, em visita a um museu, você depare com a obra “O grito” (Texto 2), do
artista plástico norueguês Edvard Munch (1863-1944).
COMANDO: Tendo em vista o apontamento de Gislaine
Buosi (Texto 1), segundo a qual o artista, sendo uma antena da época, despeja
na tela suas inquietações, escreva um MINICONTO, em que fique clara a situação que
levou Munch a registrar aquele “grito”. Afinal, o que pode ter acontecido?
Escreva de 10 a 12 linhas.
Não economize criatividade! Surpreenda seu leitor!