Jornalistas, historiadores, chargistas, escritores,
poetas, muitas vezes, utilizam-se dos mesmos fatos sociais para a produção de
textos. Miguel de Cervantes, escritor espanhol, nos ensina que “Uma coisa é
escrever como poeta, outra como historiador: o poeta pode contar as coisas não
como foram, mas como deveriam ter sido, enquanto o historiador deve relatá-las
não como deveriam ter sido, mas como, realmente, foram – sem acrescentar nem
subtrair da verdade o que quer que seja”.
Textos
literários e Textos utilitários: Quem faz literatura não
tem compromisso nem com a verdade nem com a objetividade daquilo que escreve.
Esse compromisso é, em especial, dos jornalistas, responsáveis por transmitir,
legítima e objetivamente, os fatos, por meio das notícias, que são chamadas textos utilitários (ou não literários).
Os textos utilitários cumprem a “função referencial da linguagem”. Poetas e
escritores, os quais desenvolvem textos
literários, têm a missão de arranjar a mensagem, a fim de que o leitor
sinta prazer na leitura. É isso o que chamamos “função poética da linguagem”.
As
figuras de linguagem são ferramentas dos poetas: As
figuras de linguagem são recursos que valorizam, enfeitam a produção textual –
elas são frequentemente exploradas ao longo dos textos literários. Metáfora,
comparação, personificação e sinestesia são as figuras de linguagem mais
usuais. Busque na Gramática definição e exemplos de cada uma dessas figuras de
linguagem.
Como escrever um poema? É só rimar “coração”
com “emoção”?
Muitos acreditam
que, para escrever um poema, é preciso compor estrofes (agrupamento de versos),
saber rimar (repetição de sons iguais ou parecidos ao final dos versos) e
metrificar (compor, em cada verso, o mesmo número de sílabas poéticas). Será?
Para escrever um
poema agrupamos versos (um verso é uma linha do poema), formando as estrofes.
Entretanto, não é necessário rimar nem metrificar. Diz-se poema solto (ou
livre) aquele que, apesar de ser escrito em estrofes, não contém nem rima nem métrica.
O poema também pode ser escrito a partir de temas líricos (amor, angústia,
medo, prazer etc.) ou sociais (guerra, meio ambiente, injustiça etc.). Os
poemas, frequentemente, levam título.
Texto I
(...)
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).
João Cabral de Melo Neto in Morte e vida Severina
Texto II
No
Brasil, a Constituição Brasileira estabelece, em seu Art. 227: “É dever da
família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao
jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito,
à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo
de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão”. (...) Porém, mesmo sendo um direito garantido, muitas crianças e
adolescentes em estado de vulnerabilidade social não conseguem se alimentar de
forma adequada e isso causa impactos no seu dia a dia. Um desses impactos, para
além dos prejuízos à saúde, está diretamente ligado ao desempenho escolar dos
estudantes e no desenvolvimento das crianças, havendo estudos que demonstram
que a insegurança alimentar está diretamente ligada ao desempenho inferior na
leitura e nas habilidades sociais, o que a longo prazo pode comprometer seu
desenvolvimento social e econômico.
Disponível
em: https://www.unicef.org/brazil/blog/direito-a-alimentacao-de-criancas-e-adolescentes.
Acesso em 21.nov.2024.
CONTEXTUALIZAÇÃO: Percebe-se facilmente a
distância entre a legislação e a realidade – apesar de a alimentação ser constitucionalmente
garantida, a insegurança alimentar e a fome são fatos da realidade brasileira.
COMANDO: A partir desse contexto,
escreva um POEMA. Componha de 12 a 15 versos. Caso queira, use a rima e
a métrica. Atribua um título ao poema.