Embora pertençam ao universo dos textos jornalísticos, existem importantes diferenças entre os gêneros NOTÍCIA e REPORTAGEM.
A NOTÍCIA cobre fatos excepcionais ou de grande impacto social, que acabaram de acontecer, como acidentes, terremotos, atentados, enchentes, roubos, assassinatos etc.
Alguns aspetos devem ser observados para a redação da NOTÍCIA: a novidade (o fato tem de ser “fresco”); a proximidade (deve focalizar fatos da cidade ou da capital – eventos distantes do público leitor tornam-se desinteressantes); tamanho (deve compor um lide completo, e ser rápida/objetiva) e relevância (fato deve ser importante ao público leitor). A notícia é veiculada em jornais impressos, televisivos ou radialísticos.
A REPORTAGEM (ou MATÉRIA) é uma narrativa mais longa do que a notícia; é o resultado de pesquisas, investigações e verificação de documentos. Ela traz, frequentemente, fotografias e testemunhos que caracterizam seu caráter investigativo-documental. O repórter utiliza-se de um estilo mais cuidadoso de escrita; o vocabulário e as construções frásicas são claros e objetivos. A reportagem é veiculada na imprensa escrita ou televisiva ou radialista.
IMPORTANTE: 1) a reportagem vai além da notícia, uma vez que a notícia se esgota em si mesma; 2) a notícia, muitas vezes, é o ponto de partida da reportagem.
Exemplo de reportagem:
Após seis anos de seca severa no Nordeste, chuva muda a paisagem
Chuvas chegaram mais cedo em 2018 e encheram reservatórios. No Rio Grande do Norte, dos 47 grandes reservatórios, só três continuam secos.
Os primeiros meses de 2018 foram de alívio em grande parte do Nordeste. Depois de seis anos de seca severa, a chuva encheu os reservatórios e mudou a paisagem.
Só terra seca. Nos últimos anos foi esse o cenário na barragem do Jazigo, em Serra Talhada, no sertão de Pernambuco. O ano 2018 trouxe chuvas e esperanças. Dos 129 reservatórios de Pernambuco, 74 chegaram ao nível suficiente para contribuir com o abastecimento das cidades. A barragem, por exemplo, a de Duas Unas, que fica em Jaboatão dos Guararapes, município na região metropolitana do Recife. Até a metade do mês de março, ela estava com pouco mais de 50% da capacidade. (...)
A REPORTAGEM contém manchete, linha fina e corpo do texto. A manchete é curta e fácil de entender. É preciso usar palavras-chave da reportagem para compor a manchete, que deve ter, preferencialmente, mais verbos de ação e substantivos do que palavras de outras classes gramaticais. A linha fina é um texto mais explicativo do que a manchete – geralmente um fragmento do próprio texto. O corpo do texto é a parte em que se expõem os detalhes e os desdobramentos do assunto. Para melhor organizar a reportagem, por vezes, o repórter separa a matéria em blocos, cada qual com um intertítulo. (Veja acima como isso foi feito, em “Só terra seca”.)
Para compor a reportagem, é preciso compor, logo do primeiro parágrafo, um lide jornalístico, e, para isso, encontrar respostas curtas para: O QUÊ?; QUEM?; ONDE?; QUANDO?; POR QUÊ?; PARA QUÊ?; COMO?; E ENTÃO... Em seguida, são escritos os pormenores dos fatos – a reportagem deve ater-se, também, a fatos pretéritos, como acima explicado.
LEITURA:
COMANDO: Utilizando-se das informações contidas na manchete para desenvolver uma REPORTAGEM. Note que ainda não foi escrita a linha-fina. Crie situações, nomes e
outros dados para compor o lide jornalístico.