VOLTAR PARA OS TEMAS
EM - MODELO FUVEST - ESCOLA BILÍNGUE
FUVEST
ESCOLAS BILÍNGUES
DISSERTAÇÃO MODELO FUVEST
ID: J3Q
Texto I
As novas escolas de elite querem formar líderes
cosmopolitas e sensíveis
No lugar de provas
individuais, projetos coletivos. Em vez de aulas de inglês duas vezes por
semana, imersão total na língua estrangeira. Sai o professor como detentor
único do conhecimento, entra o aluno como protagonista do aprendizado. (...) Até
outro dia, quando se falava em escola de elite, subentendia-se um colégio
tradicional, com, no mínimo, seis décadas de História, onde havia estudado
integrantes de famílias ricas, pais e avós dos alunos atuais. Esse conceito
mudou com a entrada de novos players no mercado, que já chegam com aura (e
mensalidade) de instituições de primeiríssima linha e a ambição de formar os
líderes de amanhã. (...)
A tecnologia torna-se
apoio fundamental na formação de vanguarda – passou o tempo em que eletrônicos
eram vistos como elementos de distração e prontamente confiscados pelo
professor. Agora, o aluno deve ser um criador, não um mero consumidor de
serviços e aparatos digitais. Programação é mais uma linguagem ensinada nas
escolas bilíngues. (...) Os estudantes são desafiados a resolver problemas em
aulas de design thinking*, e se envolver em projetos transdisciplinares. “Essas
escolas trazem a ideia do aluno como autor, realizador de projetos, e não
restrito a decorar e dar respostas corretas.”, diz Miguel Thompson,
diretor-executivo do Instituto Singularidades, centro de formação de
professores em São Paulo. “Focam em um estudante investigativo, que saiba
resolver problemas, com contextualização em diferentes disciplinas interligadas,
além de saber trabalhar em grupo. São habilidades adequadas às necessidades do
século 21.”, completa.
*Design Thinking é
o conjunto de ideias e insights para abordar problemas, relacionados a futuras
aquisições de informações, análise de conhecimento e propostas de soluções.
(Nossa anotação.)
OYAMA,
Patricia. Disponível em: https://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2018/06/novas-escolas-de-elite-querem-formar-lideres-cosmopolitas-e-sensiveis-e-cobram-caro-por-isso.html.
Acesso em 13.ago.2024.
Texto II
Como funcionam as
escolas bilíngues?
O currículo deve
ser único, integrado e ministrado em duas línguas, em todas as etapas de
ensino. Os dois idiomas não podem servir só para o aprendizado linguístico.
Eles devem estar presentes em todo o processo acadêmico (até nas aulas de Química
e Física!). "O que se recomenda é que cada disciplina seja conduzida nas
duas línguas, uma complementando a outra, sem traduzir ou repetir os
conteúdos", explica Rita Ladeia, mestre em linguística aplicada (Unicamp)
e especialista em educação bilíngue. Por exemplo: em português, o aluno é
apresentado aos conceitos gerais de fração. Depois, em outra aula, em espanhol,
ele faz exercícios sobre o assunto.
E as escolas
internacionais? Qual a diferença?
Luciana Bretano,
professora de cursos de especialização de bilinguismo, explica as diferenças: “As
escolas internacionais são vinculadas a outros países, de onde virão as diretrizes
curriculares. Um colégio americano que se instale no Rio de Janeiro, por
exemplo, seguirá o sistema escolar dos Estados Unidos. Os alunos têm algumas
aulas de língua portuguesa e de cultura brasileira, mas o foco do projeto
pedagógico é ensinar a "língua-alvo" (seja inglês, espanhol, alemão,
francês etc.). Por isso, diferentemente das escolas bilíngues, em que deve
haver um equilíbrio entre as duas línguas, as internacionais acabam sendo mais
"monolíngues".”
TENENTE,
Juíza. Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2023/01/12/escolas-bilingues-e-internacionais-no-brasil-cobram-mensalidades-de-ate-r-12-mil-saiba-como-funcionam.ghtml.
Acesso em 13.ago.2024.
Texto III
Em um mundo cada
vez mais conectado, escolas bilíngues e internacionais surgem como um farol de
oportunidades, prometendo não apenas o domínio de uma segunda língua, como também
uma imersão em culturas diversas. Tais instituições oferecem currículos que
transcendem fronteiras, preparando o aluno para um palco global, em que habilidades
multiculturais e linguísticas são moedas de alto valor. (...) Outro ponto que
merece comento é o fato de a realidade socioeconômica brasileira ser permeada
de disparidades colossais. Enquanto alguns têm o privilégio de escolher, para
muitos, essa opção é um sonho distante, limitado pelas barreiras financeiras e
pela falta de recursos. A educação, que deveria ser um direito igualitário,
torna-se um luxo para poucos. (...) A escola tradicional, por outro lado, pode
cultivar um senso de identidade e pertencimento mais forte, além de aprofundar
o conhecimento no contexto nacional. No entanto, sem os recursos e a visão
internacional, essas escolas podem não oferecer as mesmas ferramentas para
navegar no mercado globalizado. (...) Portanto, ao escolher entre uma escola
bilíngue e internacional ou uma tradicional, deve-se considerar o equilíbrio
entre alcançar as estrelas do cenário internacional e manter os pés firmes no
solo cultural de origem. A escolha envolve não apenas preferências pessoais, como
também uma reflexão crítica sobre as disparidades sociais e como elas moldam as
trajetórias educacionais no Brasil.
Gislaine
Buosi
Texto IV
No Brasil, a
condição de ser bilíngue é geralmente procurada por uma minoria privilegiada,
que busca uma eficiente comunicação com o mundo externo devido ao contexto
social do país, que, “mesmo sendo uma nação de dimensões continentais e
riquíssima em recursos naturais, (...) desponta uma triste contradição, de
estar sempre entre os dez países do mundo com o PIB mais alto e, por outro
lado, estar sempre entre os dez países com maiores índices de disparidade
social”. Nesse sentido, o bilinguismo está associado a uma ideia de prestígio,
de status, que ajuda a manter e fortalecer a posição de determinados grupos da
sociedade. Afinal, a fluência na segunda língua representa um diferencial, e o
mercado de trabalho brasileiro considera, cada vez mais, uma boa fluência no
inglês um requisito básico para a maioria das oportunidades de emprego.
Por
Aline Möller e Maria Paula Zurawski.
Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/318313541_Reflexao_critica_sobre_as_escolas_bilingues_portuguesingles_de_imersao_e_internacionais_na_cidade_de_Sao_Paulo.
Acesso em 13.ago.2024.
PROPOSTA
DE REDAÇÃO: Considerando as ideias apresentadas
nos textos e também outras informações que julgar pertinentes, redija uma
dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o
tema: Escolas bilíngues ou tradicionais - a cada escolha, uma renúncia.