O preconceito
contra os idosos, chamado de “etarismo”, ainda é um mal muito latente nos dias
de hoje. Advindo de estereótipos que fazem parte da construção da sociedade, os
preconceitos referem-se à saúde, a capacidade e empenho, idade, fragilidade
entre outros. (...) Algumas crenças fortalecem esses preconceitos, já que
versam sobre premissas que não são verdadeiras como: os idosos não podem
trabalhar; as pessoas mais velhas são todas iguais, possuem saúde debilitada;
os idosos são frágeis; não conseguem resolver suas necessidades básicas, os
mais velhos nada têm a contribuir, e são um ônus econômico para a sociedade. (...)
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que no
Brasil 13% da população tem mais de 60 anos, sendo que a partir de 2031 haverá
mais idosos do que crianças e adolescentes, e em 2042 essa população alcançará
o número de 57 milhões de brasileiros. (...) Esses números apontam a
necessidade de olharmos para a velhice cada vez de modo mais positivo e real,
valorizando todas as vantagens que esse período da vida traz para todos, seja
por conta de maior conhecimento sobre a vida.
As mulheres são
maioria da população no Brasil. Vivem mais tempo, têm mais educação formal e
ocupam 44% das vagas de emprego registradas no país. No entanto, mulheres recebem,
em média, 20% menos que os homens. E apesar de sermos 55% das universitárias e
53% do total dos alunos de pós-graduação, ocupamos apenas 13% dos cargos de
presidência. Como alcançar a igualdade de salários e de oportunidades? Como
promover a diversidade nas empresas? Como conciliar a maternidade e a carreira?
Como vencer o assédio, os estereótipos, os preconceitos? As questões de sempre
agora estão renovadas. Como já era esperado, a crise causada pela pandemia do
novo coronavírus tem deixado efeitos mais duros sobre as mulheres. Maiores
vítimas dos efeitos diretos e indiretos da pandemia, elas são as que mais
perdem empregos desde então e também as que tem a saúde mais afetada, seja por
estarem em maioria nas linhas de frente do serviço de saúde ou em funções não
essenciais, mas informais, que não puderam parar. No cenário pós crise,
combater a desigualdade de gênero no trabalho será ainda mais urgente. (...) A
bagagem e a estabilidade emocional de profissionais com mais de 40 anos não são
garantias contra o etarismo – nome dado a toda forma de preconceitos
relacionados a idade. Algo similar à ditadura de beleza e juventude, que atinge,
sobretudo e de novo, mulheres. "Mulheres ainda são vistas como seres
puramente reprodutores", pontuou a psicanalista Vera Iaconelli, 54, em uma
alusão aos estereótipos que analisam a mulher de acordo com a primeira
menstruação ou a chegada da menopausa.
Em linhas gerais, as cinco competências da redação do Enem verificam: C1
– norma culta; C2 – tema e repertório sociocultural; C3 – composição e execução
de projeto textual, e qualidade da argumentação; C4 – aplicação de recursos
coesivos; C5 – proposta de intervenção social.
Nesse exercício, coloca-se em evidência a composição do PARÁGRAFO
CONCLUSIVO, que, geralmente, traz a proposta de intervenção social, é avaliado
tanto na C3 quanto na C5.
A C3 avalia a habilidade do candidato em oferecer ações interventivas
para a solução dos argumentos/problemas levantados no projeto textual.
A C5, por sua vez, avalia a habilidade do candidato em trazer os quatro
elementos que devem compor a proposta de intervenção, quais sejam eles: ação,
agente, modo/meio, efeito, com o detalhamento de, pelo menos, um desses
elementos.
COMANDO: Adiante, oferecemos a você um projeto textual, ou seja, o
primeiro parágrafo de uma dissertação argumentativa nos moldes do Enem, sobre o
tema: A questão do etarismo na sociedade contemporânea. Você deverá desenvolver
o parágrafo conclusivo, em conformidade com os argumentos/problemas adiantados
no projeto. Não se esqueça dos quatro elementos e do detalhamento de um deles.
O Estatuto da Pessoa Idosa regula
interesses, garantias e medidas protetivas em favor de pessoas com idade igual
ou superior a 60 anos. O preconceito contra o idoso, também chamado de etarismo,
pode ser analisado a partir de dois aspectos (1): o
comportamento desidioso da família (2) e a falta de políticas públicas afirmativas em favor dos idosos – falta-lhes,
por exemplo, incentivo ao lazer (3). Sem dúvida,
é tempo de legisladores debruçarem-se na causa, com vista a tornar os idosos atores
sociais plenos de direitos e oportunidades (4).
Análise do projeto
textual: 1 – apresentação do tema; 2 – antecipação do primeiro argumento; 3 –
antecipação do segundo argumento; 4 – tese.