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EM - RESUMO - LETRAMENTO RACIAL

RESUMO - EM

LETRAMENTO RACIAL

RESUMO

ID: IV8


Orientações para a escrita de um resumo:

. Deve ser, obviamente, conciso/enxuto - corte, quando não forem determinantes ao assunto principal, os exemplos dados pelo autor, detalhes/dados secundários.

. Em textos dissertativos, conserve as informações principais; corte as secundárias/complementares, principalmente aquelas que não modifiquem, que não interfiram no entendimento da informação principal.

. A escrita do resumo é pessoal - isso quer dizer que não basta apenas cortar palavras do texto-base. É preciso atentar à coerência e à lógica - um resumo não é apenas um apanhado de frases soltas: ele deve trazer as ideias centrais do texto-base, de preferência na ordem em que foram apresentadas.

. A coesão textual também é relevante no resumo – o uso correto das conjunções, preposições e pronomes contribui para a escrita fluida, sem atropelos ou saltos.


IMPORTANTE: O resumo não comporta comentário/opinião acerca do tema nem do posicionamento adotado pelo autor do texto-base.


COMANDO: Imagine que você seja o redator de uma revista de grande circulação, e tenha de enviar o texto abaixo para a Redação. Ocorre que o espaço destinado a essa publicação é limitado, e cabe a você fazer um RESUMO do texto. Escreva até 15 linhas.


Do letramento racial

Por Gislaine Buosi


O conceito de letramento racial é definitivo para se entender não apenas a construção das relações raciais, como também a distribuição dos direitos e das posições sociais (de modo tão desigual!) entre pessoas brancas e, em especial, pretas. Tudo isso solidifica a falsa superioridade branca. O racismo, que fere de morte as mais singelas noções de humanidade, deve ser enfrentado com golpes certeiros, o que depende também do reconhecimento e da garantia de direitos constitucionais. Nesse sentido, o letramento racial envolve a desconstrução de preconceitos socialmente arraigados, haja vista a valorização eurocêntrica da pele branca. Se, antes, o assunto era pauta de sala de aula, hoje, o letramento racial justifica-se até mesmo em ambientes ocupados por pessoas que percorreram grandes jornadas acadêmicas.

Exemplo disso aconteceu em 2020, em Curitiba/PR, quando a juíza de direito Inês Marchalek Zarpelon, numa sentença penal condenatória, mencionou que o réu era “seguramente integrante do grupo criminoso, em razão da sua raça, agia de forma extremamente discreta os delitos e o seu comportamento, juntamente com os demais, causavam o desassossego e a desesperança da população, pelo que deve ser valorada negativamente (sic)”. Na ocasião – e isso tem reverberações até os dias atuais, o fato de a magistrada condenar um réu sob a alegação de que negro tem potencial para atitudes criminosas gerou repercussão e repúdio nacionais, o que levou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e outras instituições a se manifestarem contra o ocorrido. Atitudes como essas, desmascaram o racismo institucional, deixando clara a necessidade de um comprometimento constante com a educação antirracista e o letramento racial, inclusive no âmbito da Justiça, um vez que o impacto de canetas preconceituosas traz consequências graves e, por vezes, irreparáveis.

Não fosse o bastante, registre-se que a representatividade negra é, infelizmente, rara nas diversas formas de mídia, situação que relega corpos negros a posições subalternas. O letramento racial, nesse ínterim, chega para capacitar indivíduos a responderem a tensões raciais e, em conjunto com políticas públicas como cotas, promover uma reeducação antirracista – até porque há uma premissa de que muitos brancos, mesmo que involuntariamente, são racistas por natureza.

Outro caso que merece comento é o assassinato de João Alberto Silva, ocorrido dentro de uma loja do Carrefour – o fato resultou na maior indenização por racismo corporativo no Brasil. A resposta do Carrefour veio com iniciativas de inclusão e educação, abordando o letramento racial de seus colaboradores, situação que, mesmo não amplamente reconhecida, é crucial para o avanço da equidade racial.

Mulheres negras, para quem é franqueado o lugar de fala apenas em situações pontuais, costumam ser reduzidas à temática do racismo – entretanto, de posse de microfones, buscam ampliar suas narrativas além desse espectro, reivindicando reconhecimento de suas múltiplas identidades. O ideal é que mulheres brancas, com propriedade no letramento racial, subissem às tribunas ao lado das pretas, e propagassem que todas as pessoas têm raça, espaço e direito garantidos no universo multiface, chamado Humanidade.

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