O bioterrorismo é hoje uma ameaça
real em todo o mundo. Considerando-se que as ações de bioterrorismo utilizam
agentes biológicos capazes de promover grandes epidemias e sobrecarga nos
sistemas de saúde de qualquer cidade, estado ou país, o bioterrorismo passa a
ser não apenas uma preocupação de governantes e militares, mas também dos
profissionais da área da Saúde.
Conhecida desde há muito, a guerra
biológica distingue-se do bioterrorismo e muitas vezes se confundiram no curso
de história. O vocábulo “bioterrorismo” foi incluído na linguagem cotidiana de
diversos países e do Brasil desde o atentado terrorista ocorrido na cidade de
Nova Iorque, no ano de 2001, seguidos de episódios de disseminação de esporos
de antraz (esporos de Bacillus anthracis da cepa Ames), através do sistema
postal americano, resultando em onze casos de antraz pulmonar dos quais cinco
evoluíram à óbito. A guerra biológica é fundamentada no contexto de uma
ofensiva militar e ataque em massa às populações, quando usados meios para tal.
É uma questão de poder militar de Estados nacionais politicamente centrais,
tendo se tornado uma possibilidade interessante a partir da primeira metade do
século 20 quando passou a ser um campo de articulação crescente e potente entre
o poder militar e a Ciência. Assim, diversos países desenvolveram programas
ofensivos com a utilização de armas biológicas. A literatura especializada
descreve diversos tipos de armas biológicas que variam de artefatos mais
simples como as estacas “pungi” utilizadas na guerra do Vietnã até mísseis intercontinentais.
Dora
Rambauske Cardoso - Rambauske, D.C. - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro - Centro
Tecnológico do Exército. Disponível em: https://www.cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/bioterrorismo-dados-de-uma-historia-recente...
Acesso em 15.mar.2022.
A Rússia acusou a Ucrânia (...) de tentar
esconder "a existência de armas biológicas" no país, mas não
apresentou nenhuma prova da alegação, feita durante uma reunião do Conselho de
Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). Os Estados Unidos afirmaram
que a alegação é "risível" e que é a Rússia que tem "um longo e
bem documentado histórico de uso" desse tipo de recurso bélico. "É a
Rússia que tem há anos um programa de armas biológicas em violação de leis
internacionais", disse Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos EUA na
ONU, também sem apresentar as provas. Os Estados Unidos também afirmaram que
têm uma grande preocupação de que a acusação feita pela Rússia possa ser uma
tentativa do país de justificar seu próprio uso de armas similares contra a
Ucrânia.
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-60716628.
Acesso em 15.mar.2022.
Texto IV
As armas biológicas são baseadas no uso de
“organismos patogênicos ou toxinas para prejudicar ou matar pessoas, animais ou
plantas”, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). “Elas normalmente
consistem em duas partes: um agente armado e um mecanismo de entrega. Além de
aplicações militares estratégicas ou táticas, as armas biológicas podem ser
usadas para assassinato político, infecção de gado ou produtos agrícolas para
causar escassez de alimentos e perdas econômicas, a criação de catástrofes
ambientais e a introdução de doenças generalizadas, medo e desconfiança entre o
público”, acrescenta a ONU. Armas biológicas usam bactérias, vírus e fungos,
além de toxinas encontradas na natureza, para causar danos, destaca a
Organização Mundial da Saúde (OMS). (...)
Por que elas são proibidas?
As armas químicas e biológicas foram proibidas pela
primeira vez em um protocolo assinado em 1925, após a Primeira Guerra Mundial,
quando agentes químicos como cloro e gás mostarda foram amplamente utilizados
no campo de batalha, com resultados devastadores que aterrorizaram a comunidade
internacional. “Considerando que o uso na guerra de gases asfixiantes,
venenosos ou outros, e de todos os líquidos, materiais ou dispositivos
análogos, foi justamente condenado pela opinião geral do mundo civilizado”, diz
o protocolo de 1925. Johnny Nehme, perito do Comitê Internacional da Cruz
Vermelha, salienta que a proibição destas armas se deve ao fato de que o uso
indiscriminado afeta potencialmente pessoas que participam ou não no conflito,
e pode gerar danos para a vida e efeitos após o fim do conflito.
Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/entenda-o-que-sao-armas-quimicas-as-diferencas-com-as-armas-biologicas-e-a-proibicao/.
Acesso em 15.mar.2022.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e
com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um
texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o
tema: “Bioterrorismo – a ameaça do uso de armas químicas e biológicas, de destruição em massa”. Apresente a proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e
fatos para defesa de seu ponto de vista.