Para
muitos, uma questão de autoridade. Para outros, uma questão de amizade. Os
conflitos na relação entre pais e filhos ultrapassam gerações e são, desde
sempre, motivo de debates e reflexões entre pessoas de todas as idades. (...) A
maioria dos conflitos tem origem na dificuldade de comunicação dentro de casa.
Filhos acham que pais só querem proibir, enquanto pais acham que filhos só
querem permissão. É o que explica a psicóloga clínica cognitivo-comportamental,
Natália Cunha, do Centro de Psicologia Aplicada (CPA). Para ela, esse ruído na
comunicação “se traduz tanto pela dificuldade dos pais em afirmarem autoridade
em certas ocasiões, quanto dos filhos em manifestarem aquilo que sentem falta e
esperam receber”. O resultado é um processo de cobranças e acusações que
esconde o verdadeiro desejo de ambos: sentir-se amado pelo outro.
Disponível em: https://www.ufjf.br/arquivodenoticias/2009/09/psicologa-revela-quais-sao-os-conflitos-da-relacao-entre-pais-e-filhos-e-como-lidar-com-eles/.
Adaptado. Acesso em 14.jul.2022.
Texto III
Vivemos uma
crise nas relações interpessoais. Individualismo, competição, consumismo e
distanciamento afetivo são fenômenos característicos da "sociedade
líquida", lembrando a expressão empregada por Zigmunt Bauman, em suas
impactantes análises sociológicas. Nesse contexto de empobrecimento da vida
comunitária, as relações intergeracionais também se tornaram problemáticas.
Carência de diálogo entre pais e filhos e entre avós e netos geram conflitos
familiares. Na escola, no trabalho e nos demais espaços públicos, atitudes de
intolerância provocam atritos entre velhos e jovens.
Os adultos
oscilam entre o autoritarismo e a passividade, no que se refere às suas
responsabilidades de orientação àqueles que estão no início da jornada da vida.
Como resultado, o que se vê é o preocupante aumento da violência urbana em seus
vários aspectos. Sabemos que um encontro de gerações mais autêntico, produtivo,
afetivo e solidário depende da transformação das estruturas sociais. Numa
sociedade marcada pelo distanciamento das gerações, reflexo da dificuldade de
aceitação das diferenças, todos nós devemos conjugar esforços na cooperação
entre jovens e idosos, para a construção de uma sociedade mais justa e
igualitária – uma sociedade, de fato, para todas as idades.
Devemos
compreender que, quando um conflito se instaura, as emoções afloram-se e,
muitas vezes, é o ego quem determina a existência ou permanência de um conflito.
(...). A empatia é um elemento chave para a desconstrução do ego e para a busca
efetiva pela administração dos conflitos. A Comunicação Não Violenta, teoria
desenvolvida nos anos 60 por Marshall Rosemberg, psicólogo americano, tem alguns
pilares, entre os quais a necessidade da observação sem julgamentos, que
corresponde à observação do fato em si, com a abordagem à pessoa que causou o
conflito, sem acusações ou generalizações, e o pedido [de desculpas] resultante
dessa comunicação empática, que deve ser claro, preciso, determinado, sem
exigências.
REIS, Cristiane. Disponível em:
https://apatria.org/sociedade/conflito-empatia-e-comunicacao-nao-violenta/.
Adaptado. Acesso em 14.jul.2022.
PROPOSTA DE
REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos
ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma
padrão da língua portuguesa, sobre o tema: "Convivência pacífica - caminhos para a solução de conflitos entre as diferentes gerações". Apresente a proposta de
intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e
relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.