O preconceito contra os idosos, chamado de “etarismo”, ainda é um mal
muito latente nos dias de hoje. Advindo de estereótipos que fazem parte da
construção da sociedade, os preconceitos referem-se à saúde, a capacidade e
empenho, idade, fragilidade entre outros. (...) Algumas crenças fortalecem
esses preconceitos, já que versam sobre premissas que não são verdadeiras como:
os idosos não podem trabalhar; as pessoas mais velhas são todas iguais, possuem
saúde debilitada; os idosos são frágeis; não conseguem resolver suas
necessidades básicas, os mais velhos nada têm a contribuir, e são um ônus
econômico para a sociedade. (...) Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) apontam que no Brasil 13% da população tem mais de 60 anos,
sendo que a partir de 2031 haverá mais idosos do que crianças e adolescentes, e
em 2042 essa população alcançará o número de 57 milhões de brasileiros. (...) Esses
números apontam a necessidade de olharmos para a velhice cada vez de modo mais
positivo e real, valorizando todas as vantagens que esse período da vida traz
para todos, seja por conta de maior conhecimento sobre a vida.
A rainha Elizabeth II completou 95 anos há
seis meses, mas não se considera idosa. Foi o que alegou para recusar o prêmio
de “idosa do ano” dado pela revista Oldie, explicando em uma carta remetida por
seu secretário pessoal, e divulgada pela própria revista, que a pessoa “tem a
idade que sente ter”, e que por isso a soberana “acredita que não cumpre os
critérios relevantes para aceitar o prêmio”.
Com oportunidades de saúde, participação e segurança
o envelhecimento pode ser uma experiência muito positiva. Este processo tem até
uma denominação: envelhecimento ativo. O objetivo do
termo, criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é fazer com que as
pessoas percebam o seu potencial para o bem-estar físico, social e mental ao
longo do curso da vida, e que essas pessoas participem da sociedade de acordo
com suas necessidades, desejos e capacidades. Ao mesmo tempo, propicia
proteção, segurança e cuidados adequados, quando necessários.
As mulheres são maioria da população no Brasil. Vivem mais tempo, têm
mais educação formal e ocupam 44% das vagas de emprego registradas no país. No
entanto, mulheres recebem, em média, 20% menos que os homens. E apesar de
sermos 55% das universitárias e 53% do total dos alunos de pós-graduação,
ocupamos apenas 13% dos cargos de presidência. Como alcançar a igualdade de
salários e de oportunidades? Como promover a diversidade nas empresas? Como
conciliar a maternidade e a carreira? Como vencer o assédio, os estereótipos,
os preconceitos? As questões de sempre agora estão renovadas. Como já era
esperado, a crise causada pela pandemia do novo coronavírus tem deixado efeitos
mais duros sobre as mulheres. Maiores vítimas dos efeitos diretos e indiretos
da pandemia, elas são as que mais perdem empregos desde então e também as que
tem a saúde mais afetada, seja por estarem em maioria nas linhas de frente do
serviço de saúde ou em funções não essenciais, mas informais, que não puderam
parar. No cenário pós crise, combater a desigualdade de gênero no trabalho será
ainda mais urgente. (...) A bagagem e a estabilidade emocional de profissionais
com mais de 40 anos não são garantias contra o etarismo – nome dado a toda
forma de preconceitos relacionados a idade. Algo similar à ditadura de beleza e
juventude, que atinge, sobretudo e de novo, mulheres. "Mulheres ainda são
vistas como seres puramente reprodutores", pontuou a psicanalista Vera
Iaconelli, 54, em uma alusão aos estereótipos que analisam a mulher de acordo
com a primeira menstruação ou a chegada da menopausa.
PROPOSTA DE
REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos
ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o
tema: “A questão do etarismo na sociedade contemporânea”. Apresente proposta de
intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e
relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.