A moda sustentável é uma filosofia que surge em
defesa do impacto ambiental, social e econômico da indústria têxtil, com o propósito
de não só diminuir o volume de resíduos poluentes, como também de incentivar comportamentos
éticos no setor. Essa estratégia visa à fabricação de vestuário duradouro e
atemporal, contrariando a tendência de adquirir peças descartáveis em excesso.
A moda sustentável abrange:
Materiais reciclados ou orgânicos: preferência por
materiais que têm menor impacto ambiental, como tecidos reciclados ou
orgânicos.
Processos de fabricação eficientes: escolha de
processos de fabricação que consomem menos energia e água.
Os benefícios da moda sustentável para o meio
ambiente incluem:
Menor uso de materiais de origem animal: A moda
sustentável busca alternativas aos materiais de origem animal, reduzindo o
impacto na fauna.
Redução da poluição do ar, água e solo: Ao adotar
práticas mais conscientes, a indústria da moda contribui para um ambiente mais
limpo.
Diminuição do desperdício no processo de produção:
A moda sustentável visa a otimização dos recursos, evitando o descarte
desnecessário.
Menor consumo de água para produzir uma peça:
Processos mais eficientes economizam água.
Redução da emissão de gases poluentes: Ao escolher
materiais e processos mais sustentáveis, a moda contribui para a redução das
emissões de gases prejudiciais.
A produção da moda é responsável por consequências
ambientais severas. O setor impõe desafios para a saúde do nosso planeta, desde
a extração de recursos naturais até a exploração de ecossistemas, passando pela
geração de emissões nocivas, pela contaminação de recursos hídricos e pelo descarte
irresponsável de detritos. Nesse contexto, a moda sustentável surge como uma
solução imprescindível, com a finalidade de pavimentar o caminho para um futuro
mais atento e comprometido com a preservação ambiental.
Gislaine
Buosi
Texto II
O destino de milhares de toneladas são aterros
sanitários. No litoral de Gana, na África, ou no Deserto do Atacama, no Chile,
as roupas empilhadas se tornaram parte do relevo da região. As consequências
para o meio ambiente são devastadoras: mesmo as malhas feitas de algodão levam 20
anos para se decompor, enquanto as de materiais sintéticos podem resistir por
até 400 anos. Por semana, chegam 15 milhões de restos de tecido e peças de
roupa quem chegam em Acra, capital de Gana, vindas da Europa, Ásia e Oriente
Médio. Os itens são divididos em fardos, para serem vendidos, de acordo com a
qualidade de conservação. Mas só uma parte é realmente negociada. O resto, é
despejado nos lixões. (...) No Brasil, são produzidas quase 9 bilhões de novas
peças por ano. Isso dá uma média de 42 novas peças de roupa, por pessoa, em 12
meses. Os dados são do relatório Fios da Moda, feito pelo Instituto Modefica e
FGV. "Quando você compra roupa, invariavelmente vai se desfazer dela. Seja
passando para alguém, seja jogando no lixo ou devolvendo para reciclagem ou
reutilização. A partir daí, a cadeia continua, porque você tem o processo de
recolher essas peças, transformá-las e inseri-las no ciclo novamente. Hoje,
normalmente ela para no aterro", diz Marina Colerato, diretora presidente
do Instituto Modefica. Fazem parte deste ciclo três caminhos: o lixo; a
reciclagem; a reutilização. Enquanto a reciclagem aproveita restos de tecido
para fazer enchimentos de almofadas, poltronas de veículos, bichos de pelúcia,
a reutilização abre portas para muitos usos.
Disponível
em: https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2022/02/13/lixo-textil-sem-reciclagem-ou-reaproveitamento-restos-de-roupas-ameacam-o-meio-ambiente.ghtml.
Adaptado. Acesso em 24.abr.2024.
Texto III
Pensar em formas de diminuir o desperdício tem sido
a preocupação de muitas indústrias nos últimos anos, inclusive na moda. Segundo
o relatório A New Textiles Economy: Redesigning Fashion’s Future, publicado em
2017 pela Ellen MacArthur Foundation, o equivalente a um caminhão cheio de
roupas é destinado à aterros ou incinerado a cada segundo no mundo, enquanto
menos de 0,1% de peças usadas são recicladas. Os números preocupantes alertam
para um grande problema do setor: os altos índices de descartes de resíduos que
poluem a natureza. Tentando resolver esse problema, a arquiteta Clarisse Merlet
criou a FabBRICK, empresa que produz tijolos a partir de roupas que seriam
jogadas fora. Em 2017, enquanto ainda era estudante, a francesa descobriu a
enorme quantidade global de tecidos descartados e, ciente também do impacto da
indústria de construção na natureza, pensou em uma maneira de juntar essas duas
questões na mesma solução, criando a partir dessa inspiração o projeto para
desenvolver os tijolos sustentáveis. A produção upcycling
começou no ano seguinte e, segundo a companhia, os tijolos são à prova d'água,
resistentes ao fogo e podem ser usados na construção de objetos de decoração e
na criação de paredes com o foco em isolamento térmico e sonoro, já que o
tecido é um ótimo material isolante. Cada unidade utiliza o equivalente a três
camisetas para ser feita.
Disponível
em: https://glamour.globo.com/moda/noticia/2021/05/conheca-os-tijolos-sustentaveis-feitos-partir-de-roupas-antigas.ghtml.
Acesso em 15.ago.2024.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio
e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto
dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
“A indústria da moda frente à sustentabilidade ambiental”. Apresente proposta
de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e
relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.