VOLTAR PARA OS TEMAS

MODELO ENEM - PERFORMANCE E PRODUTIVIDADE

ENEM

PERFORMANCE, PRODUTIVIDADE E BEM-ESTAR

MODELO ENEM

ID: HKW



TEXTO I


Você já deve ter ouvido falar sobre a sociedade líquida, a sociedade da performance, a sociedade do espetáculo, a sociedade do controle e também sobre a sociedade do cansaço. Parecem muitas teorias paralelas, mas a verdade é que estamos em uma sociedade diversa e conflitante, que nos fadou ao cansaço em busca do sucesso e de performances dignas de congratulações. Mas ser inquieto, hiperativo, inovador e ter bons resultados sempre, também tem seu lado ruim. O esgotamento chega e aí vemos dentro de nós o que é a sociedade do cansaço, descrita pelo sul-coreano Byung-Chul Han, professor de filosofia e estudos culturais da Universidade de Berlim, que aponta que os sofrimentos psíquicos são compreendidos como uma “violência neuronal”. Você se cobra muito? Precisa sempre ter um rendimento acima da média, seja nos estudos ou no trabalho? Você sabe porque faz isso consigo mesmo?


De acordo com Han, sofrimentos psíquicos – como síndrome de burnout, transtorno de déficit de atenção e depressão – são apreendidos pelo paciente graças à sua relação direta com o modo operatório do capitalismo contemporâneo. O exagero figura em todos os espaços, seja nos sistemas de informação, de produção ou de comunicação. Para estimular o desempenho, a sociedade da performance sustenta que não há limites para empreender, para evoluir, para produzir. Mas há! O nosso corpo mostra que há! A teoria do autor tem como base justamente a falsa liberdade e o processo destrutivo contido nesta transformação contemporânea.


PORNADZIK, Bruno. Disponível em: https://www.linkedin.com/pulse/sociedade-da-performance-tamb%C3%A9m-%C3%A9-do-cansa%C3%A7o-bruno-pornadzik. Adaptado para fins didáticos. Acesso em 11.mai.2023.



TEXTO II


Nos achamos tão livres como donos de tablets e celulares, vamos a qualquer lugar na internet, lutamos pelas causas mesmo de países do outro lado do planeta, participamos de protestos globais e mal percebemos que criamos uma pós-submissão. Ou um tipo mais perigoso e insidioso de submissão. Temos nos esforçado livremente e com grande afinco para alcançar a meta de trabalhar 24X7. Vinte e quatro horas por sete dias da semana. Nenhum capitalista havia sonhado tanto. O chefe nos alcança em qualquer lugar, a qualquer hora. O expediente nunca mais acaba. Já não há espaço de trabalho e espaço de lazer, não há nem mesmo casa. Tudo se confunde. A internet foi usada para borrar as fronteiras também do mundo interno, que agora é um fora. Estamos sempre, de algum modo, trabalhando, fazendo networking, debatendo (ou brigando), intervindo, tentando não perder nada, principalmente a notícia ordinária. Consumimo-nos animadamente, ao ritmo de emoticons. E, assim, perdemos só a alma. E alcançamos uma façanha inédita: ser senhor e escravo ao mesmo tempo. Como na época da aceleração os anos já não começam nem terminam, apenas se emendam, tanto quanto os meses e como os dias, a metade de 2016 chegou quando parecia que ainda era março. Estamos exaustos e correndo. Exaustos e correndo. Exaustos e correndo. E a má notícia é que continuaremos exaustos e correndo, porque exaustos-e-correndo virou a condição humana dessa época. E já percebemos que essa condição humana um corpo humano não aguenta.


BRUM, Eliane. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2016/07/04/politica/1467642464_246482.html. Adaptado para fins didáticos. Acesso em 11.mai.2023.



TEXTO III


De acordo com o filósofo sul-coreano Byung-Chul Han, vivemos na sociedade do cansaço, que naturalizou a cobrança excessiva por produtividade, pela alta performance e pelos resultados, tudo isso sob o pano da positividade. Com tanta pressão, saúde física e mental pedem a conta. Ter um olhar crítico sobre esforços e objetivos, reconhecer-se imperfeito e buscar por tempo de qualidade longe de telas e de trabalho são algumas das alternativas para se blindar dessa patologia da sociedade moderna. A busca excessiva por produtividade, alta performance, desempenho e resultado são decorrentes da sociedade do cansaço, que, segundo a filosofia de Han, esse modelo de produção da última fase do capitalismo tem interferido na vida das pessoas. “Han defende que a sociedade atual valoriza o desempenho, a alta performance, o resultado, a máxima produtividade. O problema é quando essas coisas não acontecem. As pessoas tendem a se sentir frustradas, deprimidas e fracassadas”, explica a psicóloga e psicoterapeuta Ana Gabriela Andriani, doutora em educação pela Universidade de Campinas (Unicamp). O cansaço extremo, por sua vez, na visão do filósofo, favorece o surgimento de patologias que afetam a saúde física e mental, como a hiperatividade, o déficit de atenção, o transtorno de personalidade borderline, a ansiedade, a melancolia, a depressão e a síndrome de burnout. Outra característica marcante da sociedade do cansaço levantada pelo filósofo sul-coreano é a individualização e o isolamento. “As pessoas vivem cercadas por outras, mas estão isoladas dentro de si”, explica a psicoterapeuta.


FERRARI, Wanessa. Disponível em: https://consumidormoderno.com.br/2021/06/03/sociedade-cansaco-blindar/. Adaptado para fins didáticos. Acesso em 11.mai.2023.



TEXTO IV




Quadrinhos de Jim Watterson. Disponível em: https://img.estadao.com.br/resources/jpg/1/1/1532617309911.jpg. Acesso em 11.mai.2023.



PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: “Sociedade da performance - limites entre produtividade e bem-estar”. Apresente proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

REDIGIR A MAIS LTDA. Copyright © 2021. All rights reserved.