A positividade
tóxica tem sido cada vez mais discutida. E isso acontece porque ela esconde o
que de fato acontece com a gente. Pois, cada vez mais e, também, pela
influência das redes sociais, queremos mostrar aos outros que estamos bem e que
tudo está perfeito. Assim, esse é um tipo de positividade acaba nos sufocando.
Porque ela nos faz chegar a um ponto irreversível de negatividade. Ou seja, ela
nos condiciona a esconder nossa negatividade. E isso, em determinado momento,
vai acabar nos consumindo. Por isso, ser positivo é bom, mas até certo ponto.
Quando a necessidade de ser positivo o tempo todo interfere no nosso estilo de
vida, pode ser necessário buscar ajuda. É por isso que se diz que a
positividade pode ser tóxica: ela nos consome e se transforma em negatividade.
Dessa forma, a positividade tóxica significa que estamos nos obrigando a pensar
positivo. Ou seja, não precisamos e não devemos ser gratos por absolutamente
tudo, por exemplo. Sendo assim, você não precisa ser grato por coisas que estão
dando errado só porque você quer se manter positivo. Isso quer dizer que
estamos reprimindo sentimentos ruins. E reprimir sentimentos acaba fazendo com
que eles se manifestem de alguma forma. Como resultado, afeta a saúde, nossas
atitudes, a forma como lidamos com questões diárias ou como lidamos com as
pessoas. (...)
Pensar em coisas
negativas faz parte do nosso processo de bem-estar e autoconhecimento. Logo,
precisamos saber lidar com o lado ruim da vida. Nem tudo é como queremos, nem
tudo acontece da maneira que queremos e precisamos sim lidar com isso. Isso
porque, a sociedade atual tem criado pessoas muito imediatistas. Isto é,
pessoas que querem tudo para ontem. Ainda, pessoas que precisam vender uma
imagem positiva. Porém, esses dois fatores combinados adoecem a mente. Nem
sempre você vai conseguir lidar com tudo. Então, busque ajuda! Não precisamos
fingir felicidade e ignorar a negatividade como se fosse algo normal. Porque
não é! E é nesse cenário que surgem os profissionais de psicoterapia. Pessoas
especializadas e prontas para nos ajudar.
Quando a ONU
(Organização das Nações Unidas) criou, em 2012, o Dia Internacional da
Felicidade – 20 de março – para celebrar a importância desse sentimento na vida
das pessoas, a pandemia de Coronavírus e todas as suas consequências nefastas
não eram parte da realidade global. Mas como comemorar – e sentir – a
felicidade num ambiente tão carregado como o atual? A orientação dos
especialistas para quem deseja encontrá-la ou mantê-la é começar essa busca
assumindo e acolhendo a própria tristeza e todos os outros sentimentos
desconfortáveis com os quais temos convivido no último ano. “Felicidade tem a
ver com viver intensamente o presente, para o bem e para o mal, com seus dias
de pesar e gravidade, como os que estamos passando agora. Tem menos a ver com
expectativas e mais com a realidade”, diz o psicanalista Christian Dunker,
professor titular do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São
Paulo). (...) Mas como não ter esperança de dias melhores diante do caos em que
o mundo se enfiou? A pandemia já fez mais de 2,5 milhões de mortos no planeta e
trouxe graves consequências econômicas, que resultaram em fechamento de postos de
trabalho e aumento do desemprego. Além disso, as restrições impostas pelo
isolamento social também foram responsáveis por um aumento dos transtornos
mentais. O Brasil foi o país que apresentou mais casos de ansiedade e depressão
entre os 11 países que participaram de um levantamento realizado pela USP.
NEGACIONISMO: A falta de
empatia pelo sofrimento alheio fica evidente, por exemplo, quando achamos que
estamos consolando alguém com frases motivacionais. “Falar para uma pessoa que
acabou de passar por alguma situação de perda que ‘poderia ser pior’, ‘que tudo
vai ficar bem’ ou algo do gênero é desqualificar o seu sentimento”, afirma
Daniel de Barros. O psiquiatra explica que a maneira correta de apoiar alguém é
ecoar seu sentimento, dizendo algo como “eu sinto muito que você esteja
passando por isso”.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir
da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo, em modalidade
escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema “Efeitos da positividade tóxica
nos relacionamentos interpessoais”. Apresente proposta de intervenção que
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.