Para entender o que é o racismo
algorítmico, precisamos antes entender qual é a real função da Inteligência
Artificial. A IA é um conjunto de comandos que consegue não só identificar os
gostos do usuário, como também realizar milhares de cálculos, em segundos, sem
a intervenção humana. Com a inteligência artificial, os conteúdos se tornam
mais atrativos, pois ela identifica os gostos dos usuários com base no que
consomem.
O caso do Google
Fotos: Em junho de 2015, o algoritmo do google categorizou pessoas negras como
“gorilas”. A IA do Google não era capaz de distinguir a pele de um ser humano
da dos macacos, como gorilas e chimpanzés. O Google pediu desculpas pelo
ocorrido e a solução foi a retirada de gorilas do buscador, dois anos depois.
(...) Esse é apenas um exemplo de como a problemática está presente no mundo
digital, e de como as Ias intensificam o racismo que já está enraizado em nossa
sociedade.
Quais os impactos do
racismo algorítmico em nossa sociedade?
O racismo algorítmico intensifica a
estrutura discriminatória e excludente em que vivemos, o que traz diversas
consequências negativas para a sociedade. O Google é um dos sites de busca mais
utilizado no mundo todo. (...)Os
usuários que o acessam confiam na plataforma e são influenciados por ela. Muitas
vezes, as pessoas tomam decisões orientadas pelos primeiros resultados, mas nem
sempre o algoritmo usa os dados de modo adequado. Diante desse contexto, o
racismo algorítmico torna constante as microagressões na internet. Estas se
configuram como um comportamento – verbal ou não verbal – sutil, dirigido a um
membro de um grupo marginalizado. (...) Um exemplo disso ocorreu em 2022, em
que um sistema de reconhecimento facial de um aplicativo bancário não
reconheceu o rosto de um correntista negro. Essas falhas no sistema dizem muito
sobre como o racismo está enraizado em nossa sociedade, e mais presente do que
pensamos no meio digital.
Como combater o
racismo algorítmico?
Ainda não existe uma regulação
própria para algoritmos, e, assim, casos com viés racista acontecem e irão
continuar acontecendo. É certo que o racismo algorítmico não é produzido pelas
máquinas – são os seres humanos que criam e estimulam o preconceito, e, por
isso, empresas e profissionais da computação têm um papel muito importante
nessa luta. É necessário que as empresas de tecnologia possam receber formações
acerca do racismo algorítmico, um assunto que precisa ser discutido e
combatido.
O preconceito algorítmico ocorre
quando algoritmos reproduzem e ampliam vieses sociais, resultando em
injustiças, como reconhecimento facial incorreto e desigualdade em plataformas
digitais. Combater isso exige ética e diversidade. (...) O preconceito
algorítmico pode ter um impacto significativo em nossa vida cotidiana e, como
qualquer forma de discriminação, pode resultar em injustiças para parte da
população.
Em 2015, um usuário do Google Fotos
denunciou a plataforma por ter rotulado a foto de um casal negro com a legenda
"gorilas". Na época, a gigante da tecnologia afirmou que tomaria as
medidas necessárias para evitar a repetição de erros como esse. (...)
Regulamentação e
combate: Em 2020, o Comitê para Eliminação da Discriminação Racial da
Organização das Nações Unidas fez um apelo para a regulamentação dos algoritmos
de reconhecimento facial, devido ao potencial de perpetuar ou ampliar casos de
preconceito contra grupos minoritários. Combater o preconceito algorítmico é um
desafio significativo no mundo da tecnologia. Combater o preconceito algorítmico é respeitar
aos direitos humanos.
Disponível em:
https://exame.com/hub-faculdade-exame/preconceito-algoritmico-os-computadores-podem-cometer-erros-como-nos-2/. Acesso em 24.out.2024.
Texto
V
Pesquisadores
apontam que, mesmo inserido no banco de mandados de prisão, não há garantia
legal de que o suspeito tenha cometido o crime ao qual responde, o que fere a
chamada presunção da inocência – popularmente conhecida pelo jargão: “todos são
inocentes, até que se prove o contrário”.
Um
desses casos ocorreu durante a festa junina de 2022, em Salvador. Um homem
negro foi preso enquanto chegava no Parque de Exposições da capital com a
esposa e o filho, para aproveitar o evento. Ele, que é vigilante, foi detido e
ficou preso por 26 dias, por roubo, injustamente. O crime que levou o
trabalhador à prisão foi cometido em 2012, por outra pessoa. O verdadeiro
criminoso foi preso em flagrante e usou o nome do vigilante e as próprias
digitais para se identificar. Este homem foi solto em 2013, e depois condenado
a cinco anos e quatro meses de prisão.
Disponível em: https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2023/09/01/com-mais-de-mil-prisoes-na-ba-sistema-de-reconhecimento-facial-e-criticado-por-racismo-algoritmico-inocente-ficou-preso-por-26-dias.ghtml.
Acesso em 24.out.2024.
PROPOSTA DE
REDAÇÃO: A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos
conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: “Racismo
algorítmico: a falibilidade da tecnologia perante os direitos humanos”. Apresente
proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize
e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.