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MODELO ENEM - SOLIDARIEDADE INTERGERACIONAL

ENEM

SOLIDARIEDADE INTERGERACIONAL

MODELO ENEM

ID: H23



Texto I

A maneira de viver e pensar está em mudança vertiginosa e é simultaneamente causa e efeito das transformações que estão acontecendo hoje nas áreas de educação, indústria, medicina, família, costumes, política, vida social e econômica. Como resultado do prolongamento da vida, o fenômeno da família tem sido acompanhado por uma prorrogação de duas e três gerações a quatro ou cinco gerações. Não é incomum hoje em dia que os pais de 40 a 50 anos tenham alguns de seus pais de 60 a 70 anos e os avôs de 80 a 90 anos. O envelhecimento, portanto, não é apenas um fenômeno individual ou social, mas também uma relação familiar. É possível que duas ou até três dessas gerações estejam no que se define como “fases de envelhecimento da vida”. Atualmente, há um maior número de crianças que conhecem seus avôs quando estes ainda estão vivos, e isso por um longo tempo. Portanto, um número maior de pessoas de um século atrás pode manter as relações entre avós e netos. As crianças agem como “raízes” e tornam-se novas “raízes” desses avós, e, talvez, do país de origem. O avô sente-se vivo, tornando-se “sujeito” das identificações da criança. (...) A criança só se coloca verdadeiramente no papel e na posição dos pais a partir do momento em que compreende que seus pais sofreram os mesmos efeitos da dinâmica do conflito edipiano que aquela enfrenta. Avós e bisavós também ajudam as crianças a se integrarem no tempo. (...) Vários autores e alguns documentos das Nações Unidas destacam a necessidade de promover o diálogo entre as gerações. O ano de 1999, declarado “Ano Internacional dos Idosos”, com seu lema integrador “Rumo a uma sociedade para todas as idades”, foi o cenário para atividades que tiveram como protagonistas crianças, jovens, adolescentes e idosos em quase todo o mundo.

Em sintonia com o Ano Internacional, surgiu a Declaração de Quebec: “Esta Declaração sobre a Solidariedade Intergeracional considera um ideal a ser atingido pelo respeito aos direitos e liberdades das pessoas, tornando-se uma obrigação moral para quem aderir a ela. Isso coloca grandes desafios em diferentes graus, de acordo com as regiões ou os países e as questões consideradas. Além disso, esta Declaração nos faz lembrar sobre a importância de reconhecer que a afirmação dos direitos implica a afirmação dos deveres.”


Artigo 1

Todas as pessoas são chamadas a viver de acordo com os valores humanos fundamentais, como o reconhecimento e o respeito pelo ser humano em suas múltiplas dimensões e no seu próprio desenvolvimento, em conformidade com as responsabilidades sociais que exigem a solidariedade intergeracional. (...)


Artigo 8

Os jovens e os idosos têm o direito e o dever de contribuir para o desenvolvimento da sociedade, e esta, em contrapartida, deverá oferecer os meios necessários para que possam assumir o seu próprio destino e participar ativamente na vida social. (...)


Artigo 10

Toda sociedade, por intermédio de seus governantes e de suas instituições, deverá oferecer aos seus membros mais vulneráveis, quer por suas capacidades restritas ou por sua pobreza, a ajuda e todo o serviço adequado às suas necessidades específicas. As famílias que assumirem a custódia de dependentes devem poder contar com os diferentes tipos de auxílio estatais e outros recursos da sociedade, conforme necessário.

SANTIAGO PSZEMIAROWER e NORA POCHTAR. Disponível em:

https://portal.sescsp.org.br/online/artigo/6423_RELACOES+INTERGERACIONAIS+COMO+CONTRIBUICAO+PARA+A+CONSTRUCAO+DE+UMA+CULTURA+DE+PAZ. Adaptado.

Acesso em 11.set.2022.



Texto II

De onde vem a prepotência de filhos adultos e netos adolescentes que se arrogam saber como seus pais e avós devem ser, fazer, sentir e pensar ao envelhecer? É risível o esforço das gerações mais jovens, querendo educá-los, quando o envelhecimento é uma obra social e, mais, profundamente coletiva, da qual os adultos de hoje – que justa, porém indevidamente – cultivam os valores da juventude permanente e, da velhice não fazem a mais pálida ideia, e , além disso, não têm a menor noção de como haverão eles próprios de envelhecer, uma vez que está em curso uma profunda mudança nas formas, estilos e no tempo de se viver até envelhecer naturalmente e, enfim, morrer a Boa Morte. Penso ser uma verdadeira utopia propor, neste momento crítico, mudanças definidas na interação entre pais e filhos e entre irmãos. Mudanças definidas e, de nenhuma forma, definitivas, mais humanas, sensíveis e confortáveis. O compartilhar é imperativo. O dialogar poderá interpor-se entre os conflitos geracionais, quem sabe atenuando-os e reafirmando a necessidade de resgatar a simplicidade dos afetos garantidos e das presenças necessárias para a segurança de todos.

FRAIMAN, ANA. Disponível em: https://www.psicologiasdobrasil.com.br/idosos-orfaos-de-filhos-vivos-sao-os-novos-desvalidos-do-seculo-xxi/. Adaptado. Acesso em 11.set.2022.



Texto III



Disponível em: https://p2.trrsf.com/image/fget/cf/648/0/images.terra.com/2017/09/04/426b805a-e034-4495-927e-2412e100ab6d.jpg 

Acesso em 11.set.2022.




PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: "Solidariedade intergeracional como ferramenta para a construção da paz social". Apresente a proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

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