EM - ARTIGO DE OPINIÃO - MODELO UNICAMP - NEGACIONISMO CIENTÍFICO
UNICAMP
NEGACIONISMO CIENTÍFICO
ARTIGO DE OPINIÃO
MODELO UNICAMP
ID: H3W
Texto I
A Amazônia
brasileira tem registrado as maiores taxas de desmatamento dos últimos cinco
anos. No mês passado, o ritmo se manteve, mesmo com ação de militares desde
maio e pressão de investidores estrangeiros para controle do problema. Segundo
o sistema Deter do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que
realiza levantamento rápido de alertas de evidências de alteração da cobertura
florestal na Amazônia, no mês passado, houve perda de 1.034,4 km2. O fato é que o governo brasileiro terá que abandonar a sua posição negacionista quanto
aos problemas ambientais e os incentivos à deflorestação. A mudança de postura
será necessária para defesa de interesses comerciais concretos e para
restabelecer a percepção externa sobre o Brasil.
https://www.ufpb.br/ufpb/contents/noticias/negacionismo-do-desmatamento-na-amazonia-tera-que-ser-abandonado-diz-pesquisadora-da-ufpb.
Adaptado. Acesso em 26.set.2022.
Texto II
Negacionismo
científico: a produção política e cultural de desinformação
Karina Toledo |
Agência FAPESP – Antes restrito a grupos articulados em torno de interesses
religiosos ou econômicos específicos e aos amantes de teorias da conspiração, o
negacionismo científico tem ganhado corações e mentes nos últimos anos por
intermédio das redes sociais. Com a chegada da COVID-19, o fenômeno se
intensificou e o que era a contracorrente tornou-se, em alguns casos, discurso
oficial e política de Estado.
Teria esse
processo de institucionalização do negacionismo na figura de líderes políticos
comprometido a eficácia das medidas de combate à pandemia em países como
Brasil, Estados Unidos e Reino Unido? Essa é a hipótese que vem sendo
investigada pelo pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (FM-USP) Renan Leonel, em parceria com colegas da Columbia University
(Estados Unidos) e da University of Vienna (Áustria).
O projeto,
intitulado Viral agnotology: COVID-19 denialism amidst the pandemic in Brazil,
United Kingdom, and United States (Agnotologia viral: negação da COVID-19 em
meio à pandemia no Brasil, Reino Unido e Estados Unidos), concorreu com outras
1.300 propostas de todo o mundo e foi selecionado em uma chamada lançada pelo
Social Science Research Council of New York (SSRC), em parceria com a Henry
Luce Foundation. A iniciativa tem como objetivo apoiar projetos inovadores que,
em meio à pandemia, fazem uso de métodos de pesquisa remota para lançar luz
sobre os efeitos de curto e longo prazo da COVID-19 em uma série de questões.
À Agência FAPESP,
Leonel explicou que o termo agnotologia, cunhado nos Estados Unidos, se refere
ao estudo dos fenômenos de produção política e cultural da desinformação.
Trata-se de um processo socialmente induzido e que visa a promoção deliberada
da ignorância ou da incerteza na opinião pública acerca de determinado tópico.
Nos últimos anos, o pesquisador tem se dedicado a estudar, com apoio da FAPESP,
o fenômeno oposto: como cientistas produzem conhecimento, criam processos
culturais para viabilizar a sua circulação, estruturam práticas coletivas de
lidar com evidências científicas e como essas informações são disseminadas na
sociedade.
“Meu ambiente de
estudo é a sociologia do conhecimento, ou seja, a produção de conhecimento em
ambientes cultural e politicamente delimitados, como hospitais, laboratórios ou
institutos de pesquisa. A sociologia da ignorância estuda a produção de desinformação
e mecanismos de descrédito da ciência oficial em um ambiente de caos, sem
controle. Mas me interessei em propor o projeto por entender que a produção de
ignorância em si está se tornando um ator capaz de comprometer os instrumentos
de produção do conhecimento. A partir do momento que existe uma estrutura tão
forte e tão presente na sociedade como as redes sociais, cientistas,
divulgadores científicos e jornalistas de ciência passam a ter um trabalho
adicional. Além de comunicar a ciência, é preciso comunicar claramente à
sociedade o que não é ciência.”
COMANDO: Redija
um ARTIGO DE OPINIÃO, a partir do título do artigo de Karina Toledo: Negacionismo
científico: a produção política e cultural de desinformação.
Registre
e discuta seu posicionamento a respeito dos impactos desse fenômeno no Brasil.