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JUSTIÇA COM AS PRÓPRIAS MÃOS
MODELO ENEM
ID: DM5
Texto I
https://thumbs.jusbr.com/filters:format(webp)/imgs.jusbr.com/publications/images/48e6a24136132b47e32eed48fba1a0ed
Texto II
Texto III
Um linchamento é um
assassinato (ou uma tentativa) cometido por um grupo grande de pessoas, cujas
motivações conjugam a ideia de execução sumária, justiça social e vingança. Os
contextos podem variar, mas o caráter coletivo da ação, a ideia de justiça com
as próprias mãos e os preconceitos que geralmente orientam esse tipo de
comportamento são elementos comuns na maioria dos episódios. (...) Os
linchamentos aumentaram no final da ditadura militar, tiveram uma queda entre
os anos 1990 para os 2000 e voltaram a subir nos últimos anos. Os motivos que
levam ao crime também mudaram. Na década de 1980, a maior parte das vítimas de
linchamento era acusada de ter cometido crimes contra o patrimônio, como roubo
e furto. Depois, nos anos 1990 e 2000, os justiçamentos populares começaram a
ter como alvo agentes de crimes mais graves, como sequestro e estupro. Nos
últimos 60 anos, apenas 44% das vítimas de linchamento foram salvas enquanto
eram espancadas - quase sempre pela polícia.
QUEM são as vítimas de
linchamento?
(...) A maioria são homens jovens, de 15 a 30 anos, de áreas
periféricas, desempregados ou com profissões de baixo status social. (...)
POR QUE as pessoas
decidem fazer justiça com as próprias mãos?
As manifestações coletivas de
violência, que têm como objetivo vingar um crime, acontecem mais em lugares
onde o Estado está presente de forma precária - ou quando, de alguma forma, a
população considera que as instituições de justiça são frágeis e incapazes de
resolver seus problemas. Esse tipo de crime acontece mais em contextos
dominados pelo medo, onde as pessoas se sentem desprotegidas, e onde paira a
sensação de impunidade.
https://www.nexojornal.com.br/explicado/2016/03/15/Justi%C3%A7a-com-as-pr%C3%B3prias-m%C3%A3os-uma-realidade-cotidiana
Texto IV
(...) o senso de injustiça é muito arraigado em
nós. Pesquisas com diversas espécies animais mostram que essa noção tem
origens antigas na escala evolutiva: de ratos a gorilas, punir infrações
parece ser útil há muitas eras. Noções de dano, deslealdade e
desobediência sinalizam em nós, com muita força, as sensações de certo e
errado, o que, automaticamente, dá origem a desejos de vingança ou
reparação. Porém, ser civilizado significa exatamente conseguir conter tais
impulsos primitivos, deixando às autoridades superiores a efetivação da
justiça. Quando as pessoas sentem que podem – ou que até devem – tomar de
volta a possibilidade de usar a força física, com a alegação de que estão
fazendo justiça, a mensagem transmitida é que não se crê mais no pacto
social (...); elas considerarem que seu senso de justiça não está satisfeito
e resolvem agir por si mesmas. A gravidade está no fato de isso indicar uma
situação de anomia, na qual os fundamentos da sociedade entram em colapso, levando
à ausência de regras, e, consequentemente à incapacidade de adequação aos
padrões de conduta. Forma-se um círculo vicioso, no qual as pessoas se sentem
injustiçadas, não creem na ação do Estado e, por isso, rompem o pacto
social, o que gera mais injustiça. É um dos poucos momentos em que não há
muita margem para debate: tanto quem está à esquerda como quem está à
direita concorda que a única saída é o resgate da legitimidade do Estado.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: “A questão dos justiceiros no Brasil do século 21”. Apresente proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.