As convenções
do início do século ditavam que o marido era o provedor do lar. A mulher não
precisava e não deveria ganhar dinheiro. As que ficavam viúvas, ou eram de uma
elite empobrecida, e precisavam se virar para se sustentar e aos filhos, faziam
doces por encomendas, arranjo de flores, bordados e crivos, davam aulas de
piano etc. Mas além de pouco valorizadas, essas atividades eram mal vistas pela
sociedade. Mesmo assim algumas conseguiram transpor as barreiras do papel de
ser apenas esposa, mãe e dona do lar (...).
O mundo anda
apostando em valores femininos, como a capacidade de trabalho em equipe contra
o antigo individualismo, a persuasão em oposição ao autoritarismo, a cooperação
no lugar da competição.
As mulheres
ocupam postos nos tribunais superiores, nos ministérios, no topo de grandes
empresas, em organizações de pesquisa de tecnologia de ponta. Pilotam jatos,
comandam tropas, perfuram poços de petróleo.
Não há um
único gueto masculino que ainda não tenha sido invadido pelas mulheres.
No Brasil, a inserção da mulher no mercado de
trabalho foi tardia – deu-se após a Segunda Guerra Mundial, quando os homens
tinham de ir para as frentes de batalha e as mulheres passaram a assumir os
negócios da família e o posto de trabalho dos homens. Com o término da guerra,
muitos homens retornaram mutilados, pelo que não foi possível retornarem ao
trabalho, e, com isso, as mulheres se sentiram na obrigação de assumi-lo. (...)
Na década de 1940, com o processo de industrialização, o aumento das
siderúrgicas, petrolíferas, químicas, farmacêuticas e automobilísticas, as
mulheres começaram a assumir diferentes cargos. (...)
Na década de 50, houve um
pequeno declínio do trabalho feminino na indústria têxtil. No entanto, com o
governo de Juscelino Kubitschek e a grande expansão industrial (meados da
década de 50 e início da década de 60), percebeu-se uma ligeira elevação do
trabalho feminino nas indústrias têxtil. Na mesma década, já eram consideradas
mulheres trabalhadoras, meninas maiores de 10 anos. Entre as mulheres, só 10%
trabalhavam; 84,1% eram donas de casa ou estudavam, e 5,9% das mulheres não
tinham nenhum tipo de ocupação. Nessa época, 14,7% da população economicamente
ativa eram mulheres. Diante de tais acontecimentos surgem os movimentos
feministas, como uma forma de protesto das mulheres em busca de seus direitos
(...)
No Brasil, as organizações de mulheres tiveram uma razoável capacidade de
articulação e mobilização no campo popular (luta pela moradia, saúde,
transporte e creches), das artes e da cultura até a ditadura militar. Na década
de sessenta, após um curto período de desmobilização, o movimento feminista
ressurge e nesta conjuntura de movimentos contestatórios revelavam-se o caráter
político da opressão, colocando a mulher no espaço público e ainda que de forma
extremamente precária, de volta ao mercado de trabalho, desta vez de forma
definitiva.
Somente em 1988, com a Constituição Federal, foi autorizado à
instituição da cidadania e dos direitos humanos para as mulheres brasileiras e,
foi a partir de então que começamos a comemorar no país o dia Internacional da
Mulher no dia 08 de março.
Três em cada 10 pessoas no Brasil (27%) admitem que
se sentem desconfortáveis em ter uma mulher como chefe, mostram dados da
pesquisa "Atitudes Globais pela Igualdade de Gênero" (em tradução
livre do inglês), publicada neste ano pelo Instituto de Pesquisas Ipsos. A resistência a mulheres
líderes é maior entre os homens, alcançando 31% deles – enquanto 24% das
trabalhadoras no Brasil pensam da mesma forma sobre serem lideradas por alguém
do mesmo sexo. Esse percentual no Brasil se iguala ao de países como Índia,
Coreia do Sul e Malásia, lugares onde a aversão à liderança feminina é bem
maior que a média mundial, de 17%, segundo estudo do Ipsos.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o recorte temático: “Os desafios para a ascensão da mulher brasileira no mercado de trabalho”. Apresente proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.