Na minha frente, na fila do banco, um homem bufa e
resfolega. Quer deixar explícita sua irritação com uma idosa que está no caixa
e acaba de constatar, envergonhada, que digitou a senha errada. Além da
impaciência injustificável – vez que foi atendido em cinco minutos – o que ele
demonstra é ageísmo. O termo vem do inglês (ageism) e usa a palavra "age", que
significa idade, para descrever o preconceito contra as pessoas mais velhas. O
termo foi criado em 1969, pelo psiquiatra americano Robert Butler, um militante
da causa. (...). A ONU estima que o número de pessoas com 60 anos ou mais vai
dobrar até 2050. Os atuais 962 milhões de idosos serão 2,1 bilhões até lá. A
forma como serão tratados dirá muito sobre a sociedade em que vivemos.
O preconceito
com base na idade é quando certos comportamentos discriminatórios são tomados
contra pessoas, no caso, idosas (...). Esses preconceitos podem surgir de
diversas formas, seja adotando a ideia de que idosos são “velhinhos”,
“fofinhos” ou “bonitinhos”, com as boas intenções de que essas palavras estão
carregadas, ou na crença de que idosos não são mais capazes de exercerem
atividade de modo satisfatório ou que, por serem idosos, já estão debilitados e
frágeis. Tais atitudes podem ser encontradas em âmbito familiar, institucional,
social e até mesmo na própria pessoa idosa. A questão é: como combater práticas
ageístas?
Infelizmente, nosso país ainda não se conscientizou
acerca da necessidade da educação para o envelhecimento. A missão dos
gerontólogos é: capacitar os demais profissionais a compreenderem corretamente
o envelhecimento; sensibilizar a família acerca do que é envelhecer e ser velho;
orientar a sociedade sobre como estar preparada para o envelhecimento
populacional; orientar o próprio idoso sobre como se planejar para combater
tais preconceitos, sejam eles intrínsecos ou não.
Trecho encontrado na
critica do New York Post: "É difícil imaginar o que a rainha do pop [Madonna] estava
pensando quando gravou esse, que é um dos piores singles de sua carreira, que
tem tantos momentos memoráveis. Ter feito 60 anos em agosto fez ela perder a
mão?" Olha! O crítico pode até achar que ela perdeu a mão. Mas qual a
conexão disso com ter 60 anos?
“Não sei por que ela
deveria revelar sua idade. A Ana Botafogo, por si só, é eterna. A maior
expressão do balé clássico brasileiro e internacional. Suas apresentações
sempre nos encheram de êxtase e orgulho. Talentos assim não têm idade. São
sempre como os vemos, e pronto.”
O envelhecimento ativo é uma visão que garante às pessoas idosas uma participação
continuada em questões sociais, econômicas, espirituais, culturais e cívicas; é
o que garantirá a qualidade de vida após os 60 anos. O envelhecimento ativo
está diretamente relacionado à capacidade do indivíduo de manter sua autonomia
sua e independência.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema: “Os desafios para acabar com o ageísmo na sociedade brasileira”. Apresente proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.