EM - ARTIGO DE OPINIÃO - MODELO UNICAMP - EMPATIA E ADOECIMENTO SOCIAL
UNICAMP
EMPATIA
ARTIGO DE OPINIÃO
MODELO UNICAMP
ID: ER2
COMANDO: Imagine que você seja o articulista de um jornal de grande circulação nacional. Você deverá escrever um ARTIGO DE OPINIÃO para
discutir a seguinte afirmação: “A FALTA DE EMPATIA É CAUSA DE ADOECIMENTO
SOCIAL”.
TEXTO I
A empatia é, em termos simples, a habilidade de se
colocar no lugar do outro. (...) “É ser sensível a ponto de compreender emoções
e sentimentos de outras pessoas”, explica Rodrigo Scaranari, presidente da
Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional. E é uma característica que
pode, sim, ser aprendida ou, pelo menos, treinada. Sem empatia, sobram intolerância, bullying, violência (...) e surgem os crimes de ódio, as
discussões acaloradas nas redes sociais, o fim de amizades de uma vida toda. É
preciso ter empatia para aprender que não existe verdade absoluta, que tudo
depende do ponto de vista.
No livro Tempos Líquidos, Bauman aprofunda os diálogos sobre a modernidade líquida nas questões sócio-políticas. (...) Primeiramente ele fala sobre as comunidades, grupos que remetem à busca de uma convivência harmônica segundo regras de convívio. Para Bauman, esse conceito de comunidade foi ultrapassado. Hoje, o que existe é uma versão compacta do “viver junto” que quase nunca se concretiza, o que gera uma utopia que serve como ideal para a parte vulnerável da sociedade: as chamadas “comunidades estéticas”. (...) De uma forma geral, as atuais relações profissionais, da mesma forma que as sociais, estão cada vez mais fragilizadas e desvirtuadas. E o resultado, segundo Bauman, é sempre o mesmo: carência de empatia, inconsistência e falta de comprometimento.
O incêndio da catedral evoca mais solidariedade que a tragédia de um ciclone ou o genocídio negro brasileiro
Separados por apenas um mês, o ciclone que atingiu Moçambique e outros países africanos e o incêndio na catedral de Notre-Dame, em Paris, mostram como essa comoção seletiva não está restrita ao que ocorre em nosso país. Atingindo 1 milhão de moçambicanos e com mais de mil mortos até agora, o ciclone Idai destruiu cidades inteiras, que vivem uma tragédia humanitária gravíssima. Há poucos dias, o incêndio na Notre-Dame tomou as redes sociais e ocupou capas de jornais por todo o globo. Era possível perceber, e com razão, a tristeza de ver um monumento histórico destruído pelo fogo. Compartilho da comoção pela catedral histórica. O que choca é pensar por que o desastre na África com milhões de vidas afetadas comove menos nossa sociedade do que uma tragédia na Europa. (...)
ARTIGO
DE OPINIÃO (ou Artigo opinativo, ou, ainda, Texto de opinião), como o próprio nome
adianta, é um texto em que o autor expõe seu ponto de vista a respeito de algum
tema polêmico. É um gênero textual que se apropria, predominantemente, do tipo
dissertativo. Dá-se o nome de articulista àquele que escreve o Artigo. Inserido
em grandes jornais e revistas, o Artigo é um serviço prestado ao leitor, com o
objetivo de convencê-lo acerca não só da importância do tema ali enfrentado,
como também da relevância do posicionamento do articulista. São comuns o apelo
emotivo, as acusações, o humor, a ironia – tudo baseado em informações
factuais. No artigo, espera-se que sejam contempladas as seguintes funções da
linguagem: referencial (informação, na parte introdutória), emotiva (criticidade,
no desenvolvimento) e conativa (apelo/ordem/aconselhamento ao leitor, na
conclusão).
O artigo, preferencialmente, escrita na 1.ª pessoa do discurso, leva título e assinatura.
A estrutura do artigo de opinião, ainda que maleável,
procura seguir:
. Introdução, com a apresentação do tema e da tese a
ser defendida;
. Desenvolvimento, com as argumentações para a defesa
da tese e
. Conclusão, com a reafirmação da tese e a provocação
do leitor, encaminhando-o para as próprias reflexões.
ALERTA! Cuidado com as armadilhas da primeira pessoa:
não escreva: “eu acho que”; “na minha opinião”; “no meu modo de pensar” etc.,
porque essas expressões são consideradas armadilhas da primeira pessoa.