EM - CARTA ARGUMENTATIVA - MODELO UNICAMP - ESCRAVIDÃO CONTEMPORÂNEA
UNICAMP
ESCRAVIDÃO CONTEMPORÂNEA
CARTA ARGUMENTATIVA
MODELO UNICAMP
ID: EQN
Texto I
O trabalho escravo ainda é uma violação de direitos humanos que persiste
no Brasil. A sua existência foi assumida pelo governo federal perante o país e
a Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 1995, o que fez com que se
tornasse uma das primeiras nações do mundo a reconhecer oficialmente a
escravidão contemporânea em seu território. Daquele ano até 2016, mais de 50
mil trabalhadores foram libertados de situações análogas a de escravidão em
atividades econômicas nas zonas rural e urbana.
Mas o que é trabalho escravo contemporâneo? O trabalho escravo não é
somente uma violação trabalhista, tampouco se trata daquela escravidão dos períodos
colonial e imperial do Brasil. Essa violação de direitos humanos não prende
mais o indivíduo a correntes, mas compreende outros mecanismos, que acometem a
dignidade e a liberdade do trabalhador e o mantêm submisso a uma situação
extrema de exploração.
Vaquejada, filho de deputada e empresa espanhola estão na nova ‘lista
suja’ do trabalho escravo
Na Vaquejada de Serrinha, uma das mais tradicionais da Bahia, enquanto
vaqueiros concorriam a prêmios de até R$ 50 mil e Anitta e Luan Santana eram as
principais atrações do evento, 17 funcionários responsáveis por cuidar dos
animais trabalhavam em situação análoga à escravidão. Alguns dos trabalhadores
dormiam em redes no curral, mesmo lugar onde se alimentavam, ao lado das fezes
dos animais. Não havia geladeira, mesas ou cadeiras.
A fiscalização feita pelos auditores fiscais do trabalho em parceria com
o Ministério Público do Trabalho aconteceu em setembro de 2016 no Parque de
Vaquejada Maria do Carmo e responsabilizou a administração do evento por uso de
mão de obra análoga à escravidão. O parque é um dos 28 novos empregadores na
‘lista suja’ do trabalho escravo divulgada em 3/10/2019 pelo Ministério da Economia
– esses 28 integrantes foram responsáveis por terem submetido 288 trabalhadores
à escravidão moderna.
Site de denúncia contra trabalho escravo contribui para a fiscalização e
a coleta de informações voltadas ao combate desta grave violação dos direitos
humanos. A ferramenta resultou da parceria entre a Organização Internacional do
Trabalho (OIT) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura
(Contag). (...) O objetivo é ampliar o número com o apoio de organizações da
sociedade civil e do governo. A iniciativa surgiu devido à necessidade de um
canal específico para comunicar situações análogas à escravidão.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: Imagine que você seja o diretor da ONG
"ESCRAVIDÃO NUNCA MAIS!". Considere também o fato de que em sua
cidade haja focos de trabalho análogo ao de escravo. Escreva uma CARTA ARGUMENTATIVA,
endereçada ao Ministério Público do Trabalho. Essa carta deverá conter:
. apresentação não só da ONG “ESCRAVIDÃO NUNCA MAIS!”, como também de sua atuação;
. denúncia do foco de trabalho escravo;
. discussão;
. sugestão e pedido de providências acerca do fato.
***
O que é Carta Argumentativa?
Carta argumentativa é um gênero textual que se
apropria do tipo dissertativo. Ainda há quem pense que uma dissertação
argumentativa com data, vocativo e assinatura configura-se uma carta. Isso é engano. Quando
se fala em carta argumentativa, espera-se que, ao longo do texto, as marcas de
interlocução sejam mantidas (vocativos, pronomes) – é fundamental não esquecer
que se escreve para uma pessoa/entidade pré-determinada. Por meio da carta
argumentativa, pretende-se convencer o interlocutor (uma pessoa ou uma
entidade) sobre o que está sendo enfrentado e pedido, e não qualquer
interlocutor (leitor universal), como acontece quando se escreve uma
dissertação argumentativa. Assim, não basta apenas a “moldura” do texto para
que se configure uma carta. É possível escrever na 1.ª pessoa do singular
(quando o próprio remetente dirige-se ao destinatário) ou na 3.ª pessoa do
singular (quando o remetente, em nome de uma entidade, dirige-se ao
destinatário). Nas cartas formais é preciso, também, empregar os pronomes de
tratamento respeitosos.
Atenção à estrutura-padrão da carta:
. Data;
. Vocativo, distinção do cargo do destinatário;
. Apresentação do remetente (nos vestibulares, só as
iniciais – o candidato não pode se identificar);