PROJETO RELEITURA – O ALIENISTA
CRÔNICA – UM DELES NÃO É LOUCO!
ID: E45
Releitura é a apropriação de uma referência artística ou literária com um determinado propósito: recriar, reconstruir, a fim de que a reconstrução, logicamente, dialogue com a peça-referência. A releitura é um texto “espelhado”. E não se pode negar: a recriação exige sensibilidade, técnica e muita criatividade!
O PROJETO RELEITURA – O ALIENISTA pretende levar aos alunos gêneros
textuais que povoam não só a produção literária, como também a utilitária,
entre os quais: Crônica, Campanha, Testamento, Boletim de Ocorrência, Notícia,
Editorial, Classificados, Prontuário Médico, Denúncia, Entrevista, Diário de
Viagem e Resenha.
IMPORTANTÍSSIMO: A obra, base para a releitura, é o clássico O Alienista,
do autor realista brasileiro Machado de Assis. É preciso ler a obra ou assistir
ao filme Caso Especial – O Alienista – tempo de duração: 44’. Para o filme, acesse:
https://www.youtube.com/watch?v=Cu7QifQPrgc
Nesta proposta de trabalho, você desenvolverá uma CRÔNICA. Mãos à obra!
Crônica: O escriba, ou seja, o cronista,
existe desde as mais antigas civilizações. Qual a função dele? Escrever,
obviamente! A ele cabiam os registros de tudo o que acontecia: compra, venda,
nascimento, casamento, morte, guerra, descobrimento. Historiadores têm por
“Certidão de Nascimento” do Brasil uma crônica de Pero Vaz de Caminha, cronista
da viagem do Descobrimento. Ao cronista era dada a função exercida, atualmente,
pelo tabelião.
O cronista tinha compromisso com a cronologia
daquilo que registrava. Mas, muito embora tenha nascido documento, hoje, na
literatura e no jornalismo, a crônica é um texto ficcional, quase sempre,
tocado a bom humor. É um texto curto, de vocabulário acessível. É comum
assemelhá-la a um flash do cotidiano. A crônica é veiculada na imprensa, nas
páginas de revistas ou jornais.
LEITURA:
Dr. Simão Bacamarte recolheu os loucos de
Itaguaí e de vilas vizinhas à Casa Verde, os quais, por vezes, deliravam:
“Um, por exemplo, fazia regularmente um
discurso acadêmico, ornado de antíteses, de apóstrofes, com seus enfeites em
grego e latim (...). Outro era um escrivão que se apresentava como mordomo do
rei; outro era um boiadeiro de Minas, cuja mania era distribuir boiadas a toda
a gente, dava trezentas cabeças a um, seiscentas a outro (...). Um sujeito,
chamando-se João de Deus, dizia ser deus João, e prometia o reino dos céus a
quem o adorasse, e as penas do inferno aos outros; e depois desse o Garcia, que
não dizia nada, porque imaginava que, no dia em que chegasse a dizer uma só
palavra, todas as estrelas cairiam (...).”
CONTEXTUALIZAÇÃO: Em visita à Casa Verde, você
reconheceu ali um tio-avô que não era louco. O que ele dizia não era loucura!
Por inacreditável que pudesse parecer, ele dizia a verdade!
E, então, qual daqueles loucos era seu tio-avô
– aquele que fazia discursos, o escrivão, o boiadeiro, o João de Deus ou o
Garcia? Ou algum outro?
COMANDO: Explore a situação acima e escreva uma
CRÔNICA DESCRITIVO-NARRATIVA, de 25 a 30 linhas.
Levante hipóteses: em que circunstâncias seu
tio-avô foi recolhido à Casa Verde?; o que mais ele fazia ou dizia, para que
Dr. Bacamarte o tivesse como louco?; você pretendia tirá-lo de lá?; por quê?; quais
providências você tomou?; qual foi o desfecho dessa situação?
REDIGIR A MAIS LTDA. Copyright © 2021. All rights reserved.