Conto é uma narrativa curta – o escolar tem,
aproximadamente, trinta linhas. É preciso criar enredo, personagens, tempo e
espaço.
A estrutura tradicional do conto é: apresentação
de personagens, tempo e espaço; complicação; clímax e desfecho.
No CONTO DE TERROR, o escritor privilegia o desconhecido,
ou, mais precisamente, o medo pelo desconhecido. É comum criar ambientes
noturnos, gelados e vazios, barulhos sinistros, repentinos e perturbadores,
sensações incômodas, doloridas e arrepiantes... Procure se lembrar de
cenas/episódios de filmes de terror aos quais você, certamente, já assistiu.
O escritor de um conto de terror deve levar o leitor a instantes de curiosidade e pânico; deve levantar hipóteses de terror. Por exemplo: de quem são os passos que se arrastam pelo corredor?; o que há dentro da gaveta emperrada?; parece que ouço uma voz rouca, depois uma gargalhada...; por que o vaso da varanda cai toda vez que o guarda apita? etc., etc.
Ao longo dos contos de terror, o leitor depara com cenas enigmáticas e aterrorizantes. O escritor pode (mas não, necessariamente, deve) esclarecer os fatos, os motivos do terror – quando assim ele pretender, é recomendável que se misturem “pistas” falsas às verdadeiras, a fim de que o leitor possa ser surpreendido com o desfecho do conto.
As técnicas descritivas também devem ser exploradas: cheiros, ruídos, cores, sabores – em sintonia – colaboram para criar personagens e cenários, além de provocarem desconforto e medo no leitor.
Ao final do conto, o escritor deve evitar o escape tradicional: “... até que o relógio despertou e Fulano percebeu que tudo não tinha passado de um pesadelo”.
PROPOSTA
DE REDAÇÃO: Você deverá escrever um conto de terror a partir do seguinte fragmento:
Não
que eles acreditassem que aquela casa fosse mal-assombrada. Longe disso! Mas
era o que todos diziam. Foi então que os três amigos resolveram entrar na casa.
Uma garoa esfriava a noite. Ainda nem haviam chegado à porta, uma luz se
acendeu; depois... “Atchim!” Meu Deus! Nenhum deles havia espirrado. Antes tão
corajosos, agora já não sabiam, ao certo, se queriam entrar na casa, até que
Paula gritou:
— Ai! Quem puxou meu cabelo?
Perceba que já foram definidos: o tempo verbal (passado), o narrador (onisciente) e o espaço (casa mal-assombrada); há personagens a serem exploradas. A escrita segue o padrão formal da linguagem. Continue assim. Procure cercar todos os detalhes que foram “plantados” nesse primeiro parágrafo. Não economize criatividade! Escreva, terrivelmente, ops!, aproximadamente, 30 linhas.
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SUPER DICAS:
. Esteja certo de que ninguém
pensaria naquilo em que você pensou – isso é ser original.
. Não tenha preguiça de escrever e
reescrever o texto – o segundo é sempre melhor do que o primeiro; o terceiro,
muito, muito melhor do que o segundo...
. Até o final do conto,
o leitor deverá encontrar respostas para: o quê?, quem?, como?, quando?, por
quê?, e então...
. Antes de entregar sua
produção textual ao corretor, releia o que escreveu, faça a autocrítica e a
autocorreção: confira se seu texto está fácil de ser entendido, se as frases e
parágrafos estão bem ligados, se as ações seguem numa sequência cronológica e
não se embaralham, se não há repetições nem sobra de palavras, se a ortografia,
a acentuação gráfica, as pontuações e os plurais estão corretos.