O
conto é uma narrativa curta – o escolar tem, aproximadamente, trinta linhas. É
preciso criar enredo, narrador, personagens, tempo e espaço. O narrador é quem
“conta” o enredo/história.
Atenção
à estrutura tradicional do conto: apresentação, complicação, clímax e desfecho.
O CONTO POPULAR (ou TRADICIONAL) é a
narrativa passada de geração em geração, sem, contudo, conhecermos o autor – a
autoria é atribuída ao povo. A história é modificada, cortada, aumentada à
medida que vai sendo repetida, e mantém-se viva graças à memória dos contadores
de histórias – pais, avós, tios, professores etc.
De
um modo geral, os contos populares falam de costumes, superstições e crenças de
personagens comuns (e não de fadas, duendes, nem de criaturas fantásticas);
tais personagens nem sempre têm nomes – isso acontece porque, nesses contos, as
ações são mais importantes que as personagens, que se tornam representativas de
segmentos sociais padronizados; é o que chamamos personagem-tipo: o vilão, a
mocinha, o mordomo etc.
Embora
sejam narrados no passado, nos contos populares, o espaço e a nacionalidade das
personagens, por vezes, não são determinados – aliás, a universalidade é
característica dos contos populares. As situações também são atemporais – quer
dizer, as personagens-tipo transitam no tempo, sem necessariamente pertencer ao
passado, ao futuro ou mesmo ao presente.
“João
Preguiçoso” é uma das personagens populares mais divertidas! Um dos episódios
mais conhecidos é aquele em que João Preguiçoso estava sendo levado ao
cemitério, morrendo de fome, quando lhe ofereceram uma banana. “Banana com ou
sem casca?”, perguntou. Quando lhe disseram que a banana era com casca, João
Preguiçoso mandou “seguir o enterro” – a preguiça era tanta, que nem se daria
ao trabalho de descascar a banana!
Autores
contemporâneos costumam escrever seus próprios episódios, a partir de
personagens-tipo. É o caso de tantos enredos em que surge a MADRASTA,
personagem tradicionalmente conhecida por ser muito malvada com as enteadas,o PESCADOR (personagem mentiroso) etc.
Anota-se ainda que muito se engana quem acredita
que contos populares se destinam apenas à leitura das crianças. Não! Por meio
de um conto popular, é possível extrair regras de comportamento, advertências,
conselhos etc., dado o caráter simbólico do gênero, que, sem dúvida, diz mais
do que parece dizer.
PROPOSTA
DE REDAÇÃO: Você deverá desenvolver um conto popular a partir do fragmento abaixo:
Dizem que João Preguiçoso, todos os dias, pela
manhã, se esticava na rede, acendia o cigarrinho de palha e, assim que sentia o
cheiro de alho frito, começava a contar causos...
Super dicas:
üEsteja certo de que
ninguém pensaria naquilo em que você pensou – isso é ser original.
üNão tenha preguiça de
escrever e reescrever o texto – o segundo é sempre melhor do que o primeiro; o
terceiro, muito, muito melhor do que o segundo...
üAté
o final de seu conto, o leitor pretenderá encontrar respostas para: o quê?,
quem?, como?, quando?, por quê?, e então...
üAntes
de entregar sua produção textual ao corretor, releia o que escreveu, faça a
autocrítica e a autocorreção: confira se seu texto está fácil de ser entendido,
se as frases e os parágrafos estão bem ligados, se as ideias estão numa
sequência cronológica e não se embaralham, se não há repetições nem sobra de
palavras, se a ortografia, as regras de acentuação gráfica, a pontuação e os plurais
estão corretos.