Disponível em:
https://network.grupoabril.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2018/06/ge-info-2.png. Acesso em 18.abr.2023.
Texto II
A intolerância sempre foi um grande mal. Nos idos da
Revolução Francesa, por exemplo, Maria Antonieta, a rainha, foi mandada para a guilhotina,
sob a falsa acusação de ter comprado, com o dinheiro do povo, um colar de
diamantes que, segundo o seu biográfico, Stefan Zweig, ela jamais o viu. De
nada adiantaram os argumentos em sua defesa, “tal o ódio ilimitado de seus
adversários”, no dizer de Zweig. (...) O erro do julgamento só veio a ser
corrigido muito mais tarde, quando só restava a absolvição pela História. (...)
Foi sempre mais fácil argumentar que a culpa pela intolerância é da imprensa. O
que é incompreensível é que essa prática continue em vigor em plena democracia.
"Não existe discurso de ódio. Existe o discurso da luta de classes. De um lado, a voz da elite que sempre foi dominante; do outro, o silêncio da maioria explorada" sentenciou o jornalista e ex-presidente da EBC – Empresa Brasil de Comunicação, Ricardo Melo, ao iniciar sua fala. Para ele, a disputa de narrativa e o consequente acirramento da luta de classes no Brasil está atrelado ao monopólio e concentração midiática.
Segundo Melo, isso reflete no conteúdo produzido pela mídia, como, por exemplo, ao noticiar sobre as manifestações e reduzi-las entre manifestações de vândalos e manifestações de defensores da ordem, "essas manchetes são sintomáticas". "Uma família controlar e monopolizar vários meios como faz a família Marinho é o maior exemplo de concentração de mídia que devemos combater", afirmou Melo.
A sociedade e o cotidiano foram tomados por uma
gama de produtos eletroeletrônicos que ampliaram as possibilidades de interação
entre os sujeitos e fomentaram uma via de posicionamento em relação ao
exercício da cidadania e ao ativismo político. Nesse contexto, é natural que
existam relações de comunhão e conflito, haja vista o fato de que numa
sociedade plural e democrática deva preservar a convivência pacífica entre
visões diferentes de mundo. No entanto, tornam-se cada vez mais necessárias
ações que visem a compreensão e a sensibilização para os valores democráticos,
principalmente os da tolerância com as diferenças e o respeito às liberdades e
garantias individuais. Apenas desta forma crê-se que a barbárie não tomará o
lugar da civilidade. As redes sociais digitais, em sua configuração particular,
explicitaram a emergência de produção e de circulação de enunciados de protesto
(contrapalavra), portanto, situações de enfrentamento, lutas políticas e
ideológicas. Evidencia-se, assim, o potencial dessas redes sociais de se
constituírem como espaços contemporâneos para publicizar a produção dos
próprios sujeitos envolvidos no evento como alternativa a outras mídias como,
por exemplo, jornais e revistas, pertencentes às grandes empresas de
comunicação que, por vezes, corroboram os interesses de uma classe hegemônica
representante do discurso oficial.
QUADRADO,
Jaqueline Carvalho e FERREIRA, Ewerton da Silva. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rk/a/3LNyLswf9rkhDStZ9v4YT3H/.
Adaptado.
Acesso em 18.abr.2023.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: “Caminhos para lidar com divergências ideológicas e discurso de ódio na sociedade contemporânea”. Apresente proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.