A dependência química é uma doença crônica e multifatorial. Isso significa que diversos fatores contribuem para o seu desenvolvimento, incluindo quantidade e frequência de uso da substância, condição de saúde do indivíduo e fatores genéticos, psicossociais e ambientais. Muitos estudos buscam identificar características que predispõem um indivíduo a um maior risco de desenvolver abuso ou dependência. Em relação ao álcool, por exemplo, estima-se que os fatores genéticos expliquem cerca de 50% das vulnerabilidades que levam o indivíduo a fazer uso pesado de álcool - principalmente genes que estariam envolvidos no metabolismo do álcool e/ou na sensibilidade aos efeitos dessa substância; filhos de alcoolistas têm quatro vezes mais riscos de desenvolverem alcoolismo, mesmo se forem criados por indivíduos não alcoolistas. Além disso, fatores individuais e aspectos do beber fazem com que mulheres, jovens e idosos sejam mais vulneráveis aos efeitos das bebidas alcoólicas, o que o colocam em maior risco de desenvolvimento de problemas.
Fatores de risco e fatores protetores
Determinadas características ou situações podem aumentar ou diminuir a probabilidade de surgimento e/ou agravamento de problemas com o álcool e com outras drogas. Essas situações são conhecidas como fatores de risco e proteção. No entanto, os fatores de risco não são necessariamente iguais a todos os indivíduos – podem variar conforme a personalidade, a fase do desenvolvimento e o ambiente em que estão inseridos. Entre eles, podem-se destacar:
Fatores de risco: genética, transtornos psiquiátricos (ex.: transtornos de conduta), falta de monitoramento dos pais, disponibilidade do álcool;
Fatores protetores: religião, controle da impulsividade, supervisão dos pais, bom desempenho acadêmico, políticas sobre drogas.
O I Levantamento
Nacional sobre o uso de álcool, tabaco e outras drogas entre universitários das
27 Capitais brasileiras indicou que, dos 18 mil estudantes entrevistados, 0,4%
seguem um padrão de uso nocivo ou de dependência em relação ao uso de
tranquilizantes, ficando atrás somente dos usuários de maconha, com 0,6%.
Apesar de serem de uso
controlado, os ansiolíticos, que atuam como inibidores do sistema nervoso
central, chegam a ser mais procurados do que os remédios que não exigem
prescrição médica. Isso indica um fator de perigo, uma vez que o I Levantamento
Nacional observou que dentre as substâncias psicoativas mais associadas a um
uso de risco estão os tranquilizantes, principalmente os de uso recreativo.
A busca do prazer é uma característica positiva do ser humano. (...) O desejo de intensificar o prazer ao máximo empurra o homem para uma guerra que poderá, com muito custo, ser vencida. Ficar longe da droga, quando se está disposto a abandoná-la, faz parte do processo de aprendizado. (...) Isso vale para qualquer droga. Depois que ficou dependente, é quase impossível alguém ver a droga e resistir ao desejo de usá-la. (...) Passada a excitação que ela provoca, a pessoa fica deprimida, desanimada. Tudo perde a graça. Como só sente prazer sob a ação da droga, torna-se um usuário crônico. Às vezes, tenta suspender o uso e reassumir as atividades normais, mas nada lhe dá prazer. Parece que o cérebro perdeu a capacidade de experimentar outras fontes, que não a desse prazer artificial que a droga proporciona.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema: “Caminhos para evitar a dependência química na sociedade contemporânea”. Apresente, ao final, uma proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.