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ARTIGO DE OPINIÃO
PRECONCEITO LINGUÍSTICO
ID: FTK
Texto I
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Texto II
Os grupos que falam uma língua ou um dialeto em geral julgam a fala dos outros a partir da sua e acabam considerando que a diferença é um defeito ou um erro. Daí pensarmos, em geral, que os outros não sabem falar. (...) O preconceito é grave (...) no que se refere a variedades de uma mesma língua (...). As razões são históricas, culturais e sociais. (...) Não aceitamos pacificamente que os que falam ou deveriam falar a mesma língua falem de maneira diferente. Ora, se abríssemos os ouvidos, se encarássemos os fatos, eles nos mostrariam uma coisa óbvia: que todos os que falam sabem falar. Pode ser que falem de modos um pouco peculiares, que certas características do modo de falar de outras pessoas nos pareçam desagradáveis ou engraçadas. (...).
As crianças falam durante muitas horas por dia. Ora, não poderiam fazer isso se não soubessem fazê-lo. As crianças brasileiras falam o dia todo em português (e não em chinês, alemão etc.). Logo, sabem português. Os brasileiros cuja situação social e econômica não lhes permitiu que estudassem muitos anos (às vezes, nenhum) falam o tempo todo. É claro, falarão como se fala nos lugares em que eles nascem e vivem, e não como se fala em outros lugares ou entre outro tipo de gente. Logo, falam seus dialetos. Logo, sabem falar.
Qualquer um poderia objetar que todos falam, mas errado. (...) Os erros que condenamos só são erros se o critério de avaliação for externo à língua ou ao dialeto, ou seja, se o critério for social. Mas, se adotássemos esse critério para todos os casos, deveríamos também concluir que são erros todos os modos diferentes de falar. Saber uma gramática não significa saber de cor algumas regras que se aprendem na escola, ou saber fazer algumas análises morfológicas e sintáticas. Mais profundo do que esse conhecimento é o conhecimento (intuitivo ou inconsciente) necessário para falar efetivamente a língua. (...) Resumidamente, (...), quem diz e entende frases, faz isso porque tem um domínio da estrutura da língua.
Texto III
Marcos Bagno, escritor e linguista brasileiro, deixa à mostra a ideologia de exclusão social e de dominação política pela língua, típica das sociedades ocidentais. “Podemos amar e cultivar nossas línguas, mas sem esquecer o preço altíssimo que muita gente pagou para que elas se implantassem como idiomas nacionais e línguas pátrias”. O preconceito linguístico é um preconceito social - é o que aponta a afiada análise do escritor e linguista Marcos Bagno, brasileiro de Minas Gerais. (...)
“A língua é um dialeto com exército e marinha”, Max Weinreich
O controle social é feito oficialmente quando um Estado escolhe uma língua ou uma determinada variedade linguística para se tornar a língua oficial. Evidentemente qualquer processo de seleção implica um processo de exclusão. Quando, em um país, existem várias línguas faladas, e uma delas se torna oficial, as demais línguas passam a ser objeto de repressão.
COMANDO: A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um ARTIGO DE OPINIÃO em que seja abordado o tema: "ABAIXO O PRECONCEITO LINGUÍSTICO!"