Anualmente, cerca de 18%
dos brasileiros nascidos são filhos de mães adolescentes. Em números absolutos,
isso representa 400 mil casos por ano (...). Globalmente, o risco de morte materna
se duplica entre mães com menos de 15 anos em países de baixa e média renda. Os
dados são do relatório publicado em 2018 pela Organização Pan-Americana da
Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), Fundo das Nações Unidas para a
Infância (UNICEF) e Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). Segundo o
relatório, muitas meninas e adolescentes precisam abandonar a escola devido à
gravidez, o que tem um impacto de longo prazo nas oportunidades de completar
sua educação e se incorporar no mercado de trabalho. Como resultado as mães
adolescentes estão expostas a situações de maior vulnerabilidade e a reproduzir
padrões de pobreza e exclusão social, segundo diz o relatório. “Trata-se de um
tema que merece ser tratado com muita atenção e seriedade. Existem diversos
fatores de risco a serem analisados na gravidez das adolescentes. São questões
sociais, econômicas, familiares, culturais e de educação que precisam ser
resolvidos, além da saúde tanto na prevenção quanto na gestação, parto e
pós-parto. A AMB, junto com suas federadas e sociedades de especialidade, apoia
todas as iniciativas que possam contribuir com o objetivo de disseminar
informações sobre medidas preventivas e educativas que possam contribuir
efetivamente para reduzir a incidência da gravidez na adolescência”, declarou o
presidente da AMB, Lincoln Lopes Ferreira.
Quando uma adolescente engravida, não é apenas sua vida que sofre
mudanças. As famílias de ambos (futuros pais) também passam pelo difícil
processo de adaptação a uma situação imprevista. Diante disso, cabe-nos
perguntar: por que isso acontece? O mundo moderno, sobretudo no decorrer do século
XX e início do século XXI, vem passando por inúmeras transformações nos mais
diversos campos: econômico, político, social. Essa situação fez surgir uma
geração cujos valores éticos e morais encontram-se desgastados. O excesso de
informações e a liberdade dos jovens levam-nos à banalização de assuntos, há
pouco tempo considerados verdadeiros tabus, entre os quais o sexo. Essa
liberação sexual, acompanhada de certa falta de limite e de responsabilidade, é
um dos motivos que favorecem a incidência de gravidez na adolescência. Outro
fator que deve ser observado é a distância que se instalou entre pais e filhos,
o que, muitas vezes, provoca a desestruturação familiar. Seja por motivo de separação,
seja pela agitação diária, os pais estão cada vez mais afastados dos filhos.
Isso, sem dúvida, propicia certa liberdade sem responsabilidade. O adolescente
passa, muitas vezes, a não ter a quem dar satisfações, e, assim, procura os
pais ou responsáveis apenas quando o problema já se instalou. A desinformação e
a fragilidade da educação sexual são também questões problemáticas. As escolas
e os sistemas de educação estão muito mais preocupados em dar conta das
matérias cobradas no vestibular do que em discutir questões de caráter social.
Dessa forma, temas como sexualidade, gravidez, drogas, entre outros, ficam
restritos, quase sempre, aos projetos, feiras de ciências, semanas temáticas,
entre outras ações pontuais.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A
partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo
de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da
língua portuguesa, sobre o tema: “Caminhos para reduzir a incidência da gravidez
na adolescência, no Brasil do século 21”. Apresente proposta de intervenção
social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de
maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.