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IMPRENSA SENSACIONALISTA E ESPETACULARIZAÇÃO DE TRAGÉDIAS
MODELO ENEM
ID: EUB
Texto I
Texto II
O povo é, e sempre
foi, desde os tempos mais remotos, deslumbrado por histórias em que há a
constante luta entre o bem e o mal, por episódios em que o vilão sucumbe e o
herói é vitorioso. Transpondo essas histórias para a atualidade, a mídia
menciona o vilão como o criminoso, e a lei como o armamento à disposição do herói
para, bravamente, derrotar o vilão. Assim, rádio, TV, outdoors, internet,
jornais etc., por seus respectivos profissionais, têm a função de manter os
cidadãos informados, que, por sua, vez, têm o direito à informação.
No entanto, a mídia
vem abandonando sua função, pois se preocupa demasiadamente em obter maiores
índices de audiência do que em, de fato, informar, de modo singelo e imparcial.
https://carolinewang94.jusbrasil.com.br/artigos/321502995/midia-sensacionalista-a-influencia-dos-veiculos-de-comunicacao-no-direito-penal,
com ajustes
Texto III
Por que os
brasileiros andamos com tanto medo ultimamente? (...) A insegurança no mundo
moderno está cada vez mais ligada à ascensão da violência, que, por sua vez,
promove a base e o fortalecimento de um imaginário do medo, que, por sua vez, desfigura
e entorpece a realidade, agiganta e avoluma insignificâncias, e, ao final, produz
fantasmas.
Sentimos
tantos medos, e a maioria deles é infundado – provavelmente porque boa parte da
mídia nos bombardeia com histórias sensacionalistas publicadas para aumentar os
índices de audiência. Os estudiosos chamam essa tese de “teoria dos efeitos da
mídia”. De fato, a cobertura jornalística sensacionalista tem efeitos marcantes
no emocional dos leitores/ espectadores: “deu no jornal” tem a força de uma
parábola evangélica. É o imaginário do medo.
Alguns
telejornais sobrevivem com base em manchetes alarmistas; já existem até
programas em que policiais fardados atuam como se fossem “atores”, com a câmera
dentro da viatura, e os “suspeitos” são entrevistados como pessoas famosas. Para
competir por índices de audiência, os programas de reportagens policialescas
apresentam enredos que estarreceriam os melhores roteiristas de seriados de
terror.
Estou
convicto de que os produtores de programas policiais, geralmente, deixam que os
relatos emotivos se sobressaiam à informação objetiva. Sabem que isso garante não
só a audiência, como também os anúncios.
http://www.folhavitoria.com.br/economia/blogs/gestaoeresultados/2013/06/01/a-midia-e-o-medo-a-inseguranca-real-e-a-imaginaria/,
com ajustes
Texto IV
A opção por uma prática jornalística centrada prioritariamente na (...) cobertura
alarmante de casos de violência e escândalos (...) produz, quase sempre,
avaliação crítica (...). Caracterizado como sensacionalista, o jornalismo daí proveniente
é rapidamente identificado como de péssima qualidade, de mau gosto (...), em
clara oposição não só à chamada imprensa de referência, com também aos
pressupostos normativos do jornalismo. Para além de seu conteúdo, a prática da
cobertura sensacionalista está fundada, em princípio, em outras bases: uma delas
é a forma de expressão, que se utiliza de uma linguagem oralizada, carregada de
exagero e com grande peso nas imagens, o que estimula o apelo e às sensações;
outra é condição funcional – explica-se: esse tipo de jornalismo está inserido
numa lógica empresarial, como um elemento importante de uma estratégia
mercadológica que transforma a notícia num produto espetacular, barato, rápido
e de fácil consumo (...). A organização jornalística, para atender objetivos econômicos,
levaria o jornalista envolvido na produção sensacionalista a compreender que
ele precisa descobrir os pormenores das histórias humanas, e extrair cargas
apelativas capazes de chocar a audiência, o que, consequentemente, aumentaria a
circulação do jornal.
http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/9o-encontro-2013/artigos/gt-historia-do-jornalismo/marcos-na-historia-do-jornalismo-sensacionalista-a-construcao-de-uma-estrategia-mercadologica-na-imprensa,
com
ajustes
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: “Imprensa sensacionalista e espetacularização de tragédias”. Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.