O MINICONTO, como o próprio nome antecipa, é um conto
pequeno, com os mesmos elementos do conto tradicional: enredo, narrador,
personagens, tempo e espaço. Para a construção dos minicontos, é preciso pensar
em cenas/situações curtas, vividas por uma ou duas personagens, com uma única
ação central.
Orientações importantes:
1. Para minicontistas iniciantes, recomenda-se obedecer a
esta sequência: apresentação da personagem, complicador, clímax e desfecho.
2. Desfechos abertos, secos e impactantes são
características dos bons minicontos – isso instiga o leitor a, ele próprio, imaginar
o final da trama.
3. Bons minicontistas costumam criar títulos sugestivos,
que acenem, sutilmente, ao desfecho da história.
4. O humor, o trágico e o surpreendente são explorados, a
partir de situações comuns, extraídas do cotidiano – isso faz com que o leitor
se identifique com cenas conhecidas e até vividas por ele.
5. Para os minicontos de humor, é preciso muito cuidado:
minicontos não são piadas. O humor há de ser leve e refinado.
6. O vocabulário deve ser simples e bem selecionado,
próprio para uma leitura rápida.
Leia o miniconto “Trem fantasma”, de Nilo Maciel.
O maquinista, logo
após o desastre, deu um grito, levou as mãos à cabeça, pôs-se a chorar e
recostou-se a um canto da parede. Sentou-se. Descuido? Imprudência? A
locomotiva partiu da primeira estação em alta velocidade, e, num segundo,
alcançou a segunda, a terceira, feito bala, apitando. Não parou em nenhuma
estação. Quando o maquinista percebeu o perigo, não havia mais tempo para frear
o trem. O precipício abria-se a sua frente, profundo, mortal. O homenzinho fez
careta, arregalou os olhos: os vagões resvalaram, despedaçando-se no fundo do
abismo. "Ó meu Deus!" Mas um consolo: nenhum passageiro havia subido
aos vagonetes. E ajudantes ele nunca teve. Assim, nada de vítimas. Mais
sossegado, enxugou as lágrimas e engatinhou até o primeiro pedaço do trem. Pôs-se
a juntar um a um os restos da máquina. Olhou para cima, para a grande mesa da
sala, onde o desastre teve início.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: Explore
a cena abaixo e escreva um miniconto, de até 10 linhas.
Esteja certo de que
ninguém pensaria naquilo em que você pensou – isso é ser original.
Não tenha preguiça de
escrever e reescrever o texto – o segundo é sempre melhor do que o primeiro; o
terceiro, muito, muito melhor do que o segundo...
Até o final do
miniconto, o leitor pretende encontrar respostas para: o quê?, quem?, como?,
quando?, por quê?, e então...
Antes de entregar sua
produção textual ao corretor, releia o que escreveu, faça a autocrítica e a
autocorreção: confira se seu texto está fácil de ser entendido, se as frases e
os parágrafos estão bem ligados, se as ideias estão numa sequência cronológica
e não se embaralham, se não há repetições nem sobra de palavras, se a
ortografia, as regras de acentuação gráfica, a pontuação e os plurais estão
corretos.