Na galeria de ícones nacionais, a invenção social do Brasil como terra do
samba representa uma imagem que perdura até os dias de hoje, atravessando os
tempos apesar de todos os contratempos no terreno da música popular brasileira.
Denominador comum da propalada identidade cultural brasileira no segmento da
música, o samba urbano teve que enfrentar um longo e acidentado percurso até
deixar de ser um artefato cultural marginal e receber as honras da sua
consagração como símbolo nacional. (...) Os caminhos trilhados pelo samba (...)
estão conectados ao contexto mais geral do desenvolvimento industrial
capitalista. Aponto algumas mudanças fundamentais que levaram o samba — mesmo
sem perder contato com suas raízes negras — a incorporar outras atitudes e
outros tons. Como música popular industrializada, sua expansão girou, e nem
poderia ser diferente, na órbita do crescimento da indústria de entretenimento
ou, como queira, da indústria cultural.
A identidade social é um sentimento que faz com que o sujeito se
identifique com algum grupo social, que possui elementos e características que
faz com que ele se interesse e queira tomar parte daquele contexto. Esse
processo também produz uma modificação da personalidade do indivíduo, na medida
em que ele compartilha valores e pensamentos com o grupo e incorpora muito
daquilo que ele observa.
A falta de interesse pela preservação da memória no Brasil, explícita no
incêndio que atingiu o Museu Nacional (...), é uma característica histórica e
cultural da sociedade brasileira. A analise é da historiadora, pesquisadora e
professora Mary del Priore, que lista, entre tanto motivos, a falta de
investimentos das autoridades públicas na manutenção e valorização do
patrimônio, os maus professores de histórias que não transmitem a paixão sobre
o passado para seus alunos, os pais que preferem levar seus filhos ao shopping
e não a um museu. A responsabilidade, diz a professora, é de toda a sociedade,
que agora se sensibiliza ao ver um patrimônio depredado. “Todos nós temos que
jogar as cinzas do Museu na nossa cabeça. Foi culpa nossa. (...) Nunca foi
valorizado no Brasil o nosso passado, a nossa memória, a disciplina histórica.
As faculdades de história, por exemplo, só começam no País no século XX. A
falta de prestígio da história é histórica”, afirma.
Horácio dizia “Non omnis morritur” (eu não morrerei de todo). Com isso,
ressaltava o poeta romano a importância da preservação da memória, da
contribuição cultural deixada. Manter viva a obra, o autor, quando relevantes e
quando merecem a perenidade da história literária, científica e artística, é
fator imprescindível para a formação e manutenção de nosso acervo intelectual;
enfim, uma boa contribuição à formação de novas gerações.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema: “O PAPEL DA ARTE E DA CULTURA NA FORMAÇÃO DA IDENTIDADE SOCIAL BRASILEIRA”. Apresente proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.