A Constituição Federal de 1988 trouxe como dever do
Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, ao definir como
direito do cidadão o acesso ao esporte e lazer, por meio da responsabilidade da
União, dos Estados e Municípios na promoção de políticas públicas de fomento ao
esporte, com o fim de garantir a execução desse direito constitucional. Porém,
apesar de tanto o esporte quanto o lazer estarem constitucionalmente
positivados como um direito ao cidadão e obrigação do Estado, as ações estatais
no sentido de garantia desse direito ainda estão aquém do que dele se espera.
As políticas públicas ainda não materializam aquilo que está definido na
Constituição.
Na década de 1980, a premissa de aumentar a
experiência da criança na escola coloca o esporte, não como apêndice, mas como
eixo norteador das atividades, prática que acaba virando lei na Constituição de
1988. Um marco nas políticas públicas para o esporte aconteceu com a criação do
Ministério do Esporte, em 2003 (...). A partir daí houve um aumento de
programas sociais ligados ao esporte. “Na virada do milênio, os projetos e
programas ofertados por prefeituras, governos estaduais e pelo governo federal
aumentam significativamente em relação aos projetos da iniciativa privada,
fruto de maior aporte de recursos públicos para essa finalidade”, escreve
Cláudio Kravchychyn em sua pesquisa de doutorado. (...)
A inclusão é possível?
(...) Em se tratando de uma
perspectiva de mudança do cenário social, Kravchychyn considera que é preciso
tomar cuidado para não haver uma supervalorização do esporte como solução para
tudo: gravidez precoce, uso de drogas, violência. “Ele pode auxiliar nessas
questões, mas, ao mesmo tempo, tem que fazer parte de uma série de ações
pensadas para além disso. Os atletas noticiados pela mídia podem ser exemplos
da influência positiva do esporte, mas, por outro, dependendo do seu
comportamento, pode acontecer o contrário. Cabe aos professores e especialmente
aos coordenadores pedagógicos dos programas sociais conduzir o esporte de forma
mais realista, de forma a oferecer ferramentas educacionais às crianças”,
finaliza.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir do material de apoio e
com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um
texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o
tema: “O esporte como ferramenta de inclusão social no Brasil do século XXI”. Apresente
proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione,
organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para
defesa de seu ponto de vista.