O ingresso do jovem brasileiro no mercado de
trabalho formal acontece cada vez mais tarde. Em média, a primeira carteira
assinada só acontece aos 28,6 anos, segundo levantamento da consultoria iDados, a partir dos dados de 2017 da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) (...). Entre 2006 e 2014, a idade média do
primeiro emprego formal girava em torno de 25 anos. (...) Estatísticas do IBGE mostram que a taxa de desemprego na faixa etária entre 18 e
24 anos é mais que o dobro do índice geral, que abrange todos os mais de 13
milhões de trabalhadores sem ocupação no país. "Quando a crise veio, em
2015, um número grande de profissionais muito qualificados e experientes foram
jogados no desemprego. Como o jovem precisa ser treinado pela empresa para, só
depois de algum tempo, dar resultados, ele se torna caro. Ele sofre concorrência
desleal desse grupo mais qualificado, que está disponível e aceita salários
mais baixos para se recolocar", avalia Maria Andréia Lameiras, economista
do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Uma das consequências dessa
entrada tardia na formalidade é a redução do financiamento da Previdência; outra é a dificuldade maior que o trabalhador terá para atingir os requisitos
para a aposentadoria. Para especialistas, o investimento em qualificação é a
saída para os jovens que buscam o primeiro emprego.
No Brasil, a população jovem, de acordo com o IBGE,
representa 25% da população brasileira. Os mesmos fatores que impactam os
jovens em outros países, principalmente nos emergentes – tais como falta de
acesso à educação de qualidade e de oportunidades dignas de emprego – também são
vistos em nosso país. E o nosso desafio começa cedo: em 2015, apenas 38% dos
jovens matriculados no Ensino Médio estavam na série correta; no mesmo ano,
tínhamos apenas 43% dos jovens no Brasil com Ensino Médio completo.
A partir do
momento em que o jovem abandona seus estudos, muitas vezes pela necessidade de
recorrer a um trabalho informal para a sua subsistência e a da própria família,
aprofundamos em um conceito apresentado pela ONU chamado de desengajamento
econômico, ou seja, o momento em que uma parcela representativa da população
deixa de acumular capital humano, fator-chave para aumento da produtividade no
país. Já que grande parte dos incentivos públicos para apoio aos trabalhadores
está direcionado à parcela da população que já está no mercado de trabalho e/ou
perdeu recentemente seu trabalho, esses jovens ficam, muitas vezes, sem suporte
de políticas públicas concretas (...). Uma saída apontada nos últimos anos,
criada e incentivada, principalmente, pela chamada gig economy, são os
trabalhos informais. Esses, ainda sem regulamentação e legislação claras, vêm
sendo um dos principais caminhos adotados por jovens para conseguirem fonte de
renda. Além do trabalho informal em si, uma outra saída vista por jovens
brasileiros é a possibilidade de empreender seu próprio negócio (seja pelo
chamado empreendedorismo de oportunidade ou pela própria necessidade)
PROPOSTA DE REDAÇÃO: A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema: “Desafios para o ingresso do jovem no mercado de trabalho no Brasil”. Apresente proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.