EM - RELATO PESSOAL - MODELO UNICAMP - BULLYING UNIVERSITÁRIO
UNICAMP
RELATO PESSOAL
BULLYING UNIVERSITÁRIO
MODELO UNICAMP
ID: ER1
Uns
dizem que cotas raciais reduzem desigualdades socioeconômicas, reparam erros
históricos e democratizam o acesso à universidade. Outros, ao contrário,
afirmam que elas ferem o princípio da igualdade, derrubam o nível acadêmico e
acirram os conflitos étnicos. "A ideia de que as cotas raciais ferem o
princípio da igualdade é simplesmente cruel. Não há igualdade em um país onde
as oportunidades são díspares", diz Renísia Garcia, coordenadora do Núcleo
de Estudos Afro-Brasileiros (Neab), da UnB (Universidade de Brasília). "A
crueldade está na insensibilidade de quem não vê que do jeito que estava não
dava para continuar e que o Brasil precisava fazer algo urgentemente."
(...)
Com o
passar do tempo, algumas ideias preconcebidas foram derrubadas. Como a que
sustentava que o percentual de evasão entre cotistas era maior. Um relatório da
Procuradoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro (PGE-RJ) apontou que, entre 2003
e 2016, 26% dos 21,3 mil estudantes que ingressaram na instituição pelo sistema
de cotas desistiram no meio do caminho. Entre os não cotistas, o índice ficou
em 37%. "Cotistas tendem a abandonar menos o curso e a tirar notas tão
boas ou até melhores que os não cotistas porque valorizam mais a
universidade", afirma Frei David Santos, fundador da ONG Educafro.
"Quanto ao racismo, infelizmente, está por toda parte. Mas já ouvi aluno
dizer que prefere ser discriminado dentro da
universidade. Lá, pelo menos, dispõe de meios para se defender do preconceito
racial e da exclusão social.".
CONTEXTUALIZAÇÃO: Imagine que você seja um médico
recém-formado, negro, que tenha concluído o curso universitário em uma
instituição de ensino pública. Isso foi possível graças ao Sistema de Cotas,
política governamental afirmativa de reservas de vagas para grupos específicos,
classificados por etnias, na maioria das vezes, negros e indígenas. Ocorre que,
durante os anos da graduação, você passou por situações de bullying, que quase o levaram a deixar o curso.
PROPOSTA DE REDAÇÃO: Registre, num RELATO
PESSOAL, suas percepções e experiências acerca de sua estada no campus universitário.
***
O que é e como fazer um RELATO PESSOAL?
O RELATO PESSOAL ou DEPOIMENTO é um gênero textual do âmbito do narrar. Discorre sobre um fato ou acontecimento marcante da vida de
uma pessoa. É conduzido na 1ª pessoal do singular – o relator do episódio é a
personagem principal. O relato apresenta tempo e espaço bem definidos. Tão importante
quanto o que se relata/narra é o que se pode descrever, de modo a “desenhar” as
cenas e os acontecimentos.
Para a produção de um relato pessoal, é
preciso, o quanto possível, atender-se a um lide jornalístico: quem? (relator –
apresente-se); o quê? (fato a ser relatado); quando?; onde?; como?; por quê?
(qual o causador do fato); e então...
Estrutura – ainda que o relato pessoal não tenha
uma estrutura fixa, convém observar a cronologia do que se vai relatar.
São recomendáveis:
. Título: ainda que não seja obrigatório, há títulos
atraentes, que adiantam o assunto que será relatado.
. Relator e tema: logo no primeiro parágrafo, é
preciso apresentar o relator e o tema.
. Outras pessoas: observar quais pessoas, além
do relator, serão relevantes no episódio a ser relatado – é preciso não só
mencioná-las, como também não esquecer delas nem no desenvolvimento nem na
conclusão do relato; se houver detalhes/pessoas que não interfiram
diretamente no relato, melhor nem mencioná-los.
. Contexto: parte em que é situado o episódio a ser
relatado.
. Desenvolvimento: depois de contextualizar, é
preciso desenvolver o relato.
. Desfecho: após apresentar a sequência de fatos
(ordem cronológica, preferencialmente), é preciso finalizar – é como se fosse o
saldo (positivo ou negativo) de tudo o que foi relatado, com registro da última
situação.