A violência é um
problema social que está presente nas ações dentro das escolas, e se manifesta
de diversas formas entre todos os envolvidos no processo educativo. Isso não
deveria acontecer, pois escola é lugar de formação da ética e da moral dos
sujeitos ali inseridos, sejam eles alunos, professores ou demais funcionários.
Porém, o que vemos são ações coercitivas, representadas pelo poder e autoritarismo
dos professores, coordenação e direção, numa escala hierárquica, estando os
alunos no meio dos conflitos profissionais que acabam por refletir dentro da
sala de aula. Além disso, a violência estampada nas ruas das cidades, a
violência doméstica, os latrocínios, os contrabandos, os crimes de colarinho
branco têm levado jovens a perder a credibilidade quanto a uma sociedade justa
e igualitária, capaz de promover o desenvolvimento social em iguais condições
para todos, tornando-os violentos, conforme esses modelos sociais. (...)
Aula motivadora que
favorece a reflexão e o aprendizado: Levar esse tema para a sala de aula desde
as séries iniciais é uma forma de trabalhar com um tema controverso e presente
em nossas vidas, oportunizando momentos de reflexão que auxiliarão na
transformação social. (...) E muito além das discussões e momentos de reflexão,
os professores devem propor soluções e análises críticas acerca dos problemas a
fim de que os alunos se percebam capacitados para agir como cidadãos. Afinal, a credibilidade e a confiança são as
melhores formas de mostrar para crianças e jovens que é possível vencer os
desafios e problemas que a vida apresenta.
Na última década, a
violência nas escolas tem preocupado o poder público e toda a sociedade (...).
O conflito e violência sempre existiram e sempre existirão, principalmente, na
escola, que é um ambiente social em que os jovens estão aprendendo a conviver
com as diferenças, a viver em sociedade. O grande problema é que a violência
tem se tornado em proporções inaceitáveis. (...) Todos os diferentes, para o
bem ou para o mal, têm sido vítimas em potencial na escola. Brigas, agressões
físicas, enfim, sempre existiram. O que não existia antes (e que hoje tornou
comum) é o fato de que jovens depredam a escola, quebram os ventiladores,
portas, vidros, enfim, tudo que é possível destruir, eles destroem. (...) Não
se levava revolver e faca e não se consumia drogas e álcool no interior das
escolas. No meu tempo, por exemplo, nunca se ouviu falar que um colega tinha
assassinado um amigo na sala de aula ou que alguém tinha jogado álcool no
colega e ateado fogo. Enfim, são muitos os relatos de violência extrema no
interior das escolas. O que tem intrigado a todos é que esse aumento da
violência veio junto com a ampliação dos direitos dos cidadãos e com o Estatuto
da Criança e Adolescente. Essa é uma questão que não devemos desprezar.
Morreu na
segunda-feira, 27-3-2023, a professora Elisabeth Tenreiro. Ela lecionava na
escola Thomazia Montoro, em São Paulo, e tinha sido esfaqueada por um aluno de
13 anos. Ela chegou a ser encaminhada para o Hospital de Urgência, mas não
resistiu aos ferimentos. (...) Elisabeth era professora desde 2013 e dava aulas
de Ciências. “Elisabeth chegou contribuindo ativamente com a instituição ao
longo de quatro décadas de trabalho na área de planejamento e desenvolvimento
de atividades”, disse o governo.
Disponível
em:
https://www.band.uol.com.br/noticias/professora-morre-ataque-com-faca-escola-sp-16591770.
Acesso em 31.mar.2023.
Texto IV
Quando se em
violência escolar, levanta-se a questão de crianças e adolescentes serem, ao
mesmo tempo, autores e vítimas dessa situação. A violência pode ter como causa
o fato de pessoas, ainda em formação, viverem em ambientes igualmente
violentos, como é o caso de crianças e adolescentes cujos pais discutem ou
agridem-se física e emocionalmente. O abandono parental, a violência doméstica,
a incidência de cenas violentas nas mídias digitais, a falta de empatia e
tantas outras manifestações comportamentais negativas em decorrência das
mazelas socioeconômicas estão intimamente ligados à formação cidadã.
Gislaine
Buosi
PROPOSTA DE REDAÇÃO: Imagine que, preocupado com os frequentes
episódios de violência escolar, você, pai de aluno do Colégio Pedro Álvares
Cabral, decide escrever uma CARTA ARGUMENTATIVA ao Ministro da Educação, em cuja
carta você denunciará e discutirá os fatos e fará sugestões eficientes para
resolver o problema.
Cartas? Ainda? Estamos em pleno século 21... É
verdade que, com tantos recursos tecnológicos, a forma de comunicação entre as
pessoas mudou consideravelmente. Antigamente, era muito comum utilizar-se de
cartas, telegramas e cartões postais para se comunicar com pessoas distantes.
Entretanto, a carta argumentativa ainda continua sendo um veículo de
comunicação importante e muito requisitado nos vestibulares.
Carta é dissertação com data e vocativo? Não. Carta
argumentativa é um gênero textual que se apropria do tipo dissertativo. Ainda
há quem pense que uma dissertação argumentativa, com data e vocativo,
configura-se uma carta. Isso é engano.
Quando se fala em carta argumentativa, espera-se que,
ao longo do texto, as marcas de interlocução sejam mantidas (vocativos,
pronomes) – é fundamental não esquecer que se escreve para uma pessoa/entidade.
Por meio da carta argumentativa, pretende-se convencer o interlocutor (uma
pessoa ou uma entidade) sobre o que está sendo enfrentado e pedido, e não
qualquer interlocutor (leitor universal), como acontece quando se escreve uma
dissertação argumentativa. Assim, não basta apenas a “moldura” do texto para
que se configure uma carta. É possível escrever na 1ª pessoa do singular
(quando o próprio remetente se dirige ao destinatário) ou na 3ª pessoa do
singular (quando o remetente, em nome de uma entidade, se dirige ao
destinatário). Nas cartas formais é preciso, também, empregar os pronomes de
tratamento respeitosos.
Atenção à estrutura-padrão da carta: data; vocativo
e, sendo possível, com a referência ao cargo do destinatário; apresentação do
remetente (nos vestibulares, só as iniciais – o candidato não pode se
identificar); apresentação do assunto; argumentação; pedido/intenção; despedida;
assinatura (só as iniciais).